Para alguns todo dia é dia do Queijo – os mineiros que o digam – mas mundialmente, a data é celebrada nesta sexta-feira (20). São inúmeros tipos, com diferentes texturas e sabores, e acompanhados de um bom vinho ficam melhores ainda (rs). A fim de exaltar essa iguaria tão querida, o Primeira Página falou com o empresário e enófilo, Carlos Eduardo Mamprim Balbino, que deu dicas de quais vinhos harmonizam com cada tipo de queijo.
Harrmonização é uma tarefa complexa que envolve não somente as nuances e características tanto do vinho quanto do queijo, como também gosto pessoal. Carlos ressalta que como o próprio conceito da palavra já traz, a ideia é buscar sempre o equilíbrio para um sabor final mais prazeroso.
“Harmonização pode ser feita por semelhança ou por contraste, vinhos leves com queijos leves e vinhos potentes com queijos potentes, mas isso não é uma regra engessada, pois um queijo gorduroso ou ‘fedido’ já nos obriga a utilizar um vinho que o faça contraste”, afirma.
Ele destaca ainda que os vinhos são indicados por uvas ou denominações de origem controlada, que são aqueles que não tem as uvas identificadas.
- Mussarela
Originário do sul da Itália, o muçarela possui uma textura elástica que “puxa”, ou seja, forma fios quando aquecidos.
“Por se tratar de um queijo mais leve, com sabor mais suave e utilizado na maioria das vezes sempre acompanhado com outros ingredientes, o sugerido seria um vinho mais leve e suave, como o Pinot Noir ou Beaujolais“, sugere.
- Parmesão
O parmesão possui uma textura mais granulosa e seca. Neste caso, Carlos sugere um vinho Cabernet Sauvignon ou Malbec.
“Já estamos falando de um queijo mais potente, salgado e encorpado, sendo necessário algo que siga a mesma linha de potência”, explica.
- Gorgonzola
Tipificado como queijo azul, é adicionado à massa os fungos da espécie Penicillium roqueforti, que criam aqueles veios escuros. O gorgonzola possuem textura cremosa e o sabor bem característico.
Considerado um queijo “fedido”, a doçura do vinho se faz necessária, segundo o enófilo para ajudar a equilibrar o queijo e o tornar mais cremoso. Além disso, o “fedor” e sabor salgado da iguaria ajuda a equilibrar o sabor doce acentuado do vinho.
“Vinhos de Sobremesa, Vinho do Porto, Late Harvest (Colheita Tardia). Muito importante ressaltar que são vinhos elaborados com processo de fermentação diferente dos convencionais, e sua doçura é de açúcar residual da própria uva, totalmente diferente de “vinhos suaves” onde é acrescentado açúcar ao vinho”, disse.
- Brie
Também da categoria dos queijos macios, há os queijos com mofo branco. Por mais estranho que possa parecer, nesses queijos são pulverizados com um líquido contendo o fungo Penicillium candidum na câmara de maturação. É esse processo que dá origem à casca branca, que pode ser ingerida.
Nesse caso, a sugestão são espumantes secos tipo Champagne e Cava, e também vinhos Roses.
“Por se tratar de um queijo macio e cremoso, sua densidade toma conta da nossa língua e nossas papilas gustativas, sendo necessário um vinho mais ácido de maior carbonatação, para que ajude na limpeza das papilas, permitindo que voltemos a sentir por inteiro novos sabores rapidamente”, afirma.
- Emmental
O Emmental é parecido com aqueles de desenho animado que possuem os famosos buracos chamados de olhaduras. “É mais gorduroso e com mais maturação e por isso requer vinhos mais potentes que não sobressaiam em sabor e consigam balancear os taninos. Como o Syrah e Tempranillo“, explica Carlos.
- Provolone
O Provolone tem a mesma pegada que o muçarela, porém recebe tratamento de defumação. À medida que o queijo envelhece e perde o teor de água, torna-se mais rico em sabor com o seu maior teor de gordura e por isso, pedem vinhos tintos potentes.
“Estes atributos são ideais para combinar vinhos tintos potentes porque o teor de gordura no queijo neutraliza os altos taninos do vinho. A sugestão são principalmente os italianos: Sangiovese, Chianti, Brunello”, conclui.
Fonte: primeirapagina