Sophia @princesinhamt
Food

Descubra: O glúten realmente faz mal? Entenda por que afeta algumas pessoas.

2024 word2
Grupo do Whatsapp Cuiabá

Pizza, bolos, pães, massas —todas essas guloseimas saborosas geralmente contêm trigo, cevada ou centeio. E, portanto, glúten. Para a maioria das pessoas é puro prazer. Para outras, a ingestão desses alimentos é seguida de agonia: dor de estômago, náusea e outros sintomas desagradáveis. E o número de pessoas intolerantes ao glúten está cada vez maior.

Essa informação não vem apenas de dados individuais de países como a Finlândia. Uma meta-análise de 2020 também mostra que, nas últimas décadas, um número cada vez maior de pessoas desenvolveu a doença celíaca —uma forma particularmente grave de intolerância ao glúten.

E não precisa chegar à doença celíaca: uma alergia ao trigo ou a chamada sensibilidade não celíaca ao glúten também podem causar sintomas dolorosos. Mas então glúten é o alimento vilão que todos devem evitar?

O que é o glúten?

O glúten nada mais é do que uma das várias proteínas encontradas nos cereais. Nos produtos de trigo, por exemplo, ele garante que uma massa tenha elasticidade e possa ser amassada e enrolada. Além do trigo, o centeio e a cevada, seus derivados e cruzamentos também contêm glúten, como:

  • Espelta
  • Sêmola de grano duro
  • Farro
  • Espelta pequena
  • Trigo Kamut
  • Farro verde
  • Triticale (híbrido entre trigo e centeio)

“O glúten é muito interessante, pois tem ótimas propriedades funcionais e transforma o trigo em um ótimo pão”, diz Katharina Scherf. Ela é professora de química de alimentos no Instituto Leibniz de Biologia da Universidade Técnica de Munique (Alemanha). A professora, que tem o glúten como uma das principais áreas de pesquisa, alerta: “por outro lado, o glúten é um gatilho para certas doenças.”

Quais reações o glúten pode desencadear no corpo?

Sherf explica que há três tipos de intolerâncias mais comuns ao trigo.

A alergia ao trigo é uma alergia alimentar clássica que pode ser detectada por determinados anticorpos no sangue. Essas chamadas imunoglobulinas E (IgE) são formadas no corpo de pessoas alérgicas a uma ou mais proteínas do trigo.

De acordo com a faculdade de Saúde Públicada Harvard, os sintomas dessa alergia podem incluir coceira e inchaço na boca, na garganta ou nos olhos.

Reações alérgicas mais graves podem causar falta de ar, náusea, cãibras e até mesmo colapso circulatório. “A alergia ao trigo é mais comum em crianças do que em adultos”, diz Scherf. Ela pode piorar com o passar dos anos ou desaparecer com o crescimento.

Ao contrário da alergia ao trigo, é mais difícil detectar a sensibilidade não celíaca ao glúten, explica a química de alimentos.

Dor abdominal devido a gases ou constipação, diarreia e cansaço estão entre os sintomas. Os adultos são afetados com mais frequência do que as crianças. E, infelizmente, ainda não há nenhum marcador para diagnosticar a sensibilidade não celíaca ao glúten.

O que é doença celíaca?

A doença celíaca é a doença mais bem pesquisada associada à intolerância ao glúten. Entretanto, de acordo com a Sociedade Alemã da doença, a doença celíaca não é uma alergia nem uma intolerância ao trigo ou ao glúten. Em vez disso, o glúten desencadeia uma reação autoimune: Os anticorpos atacam o próprio tecido do corpo.

No caso da doença celíaca, isso significa que a membrana mucosa do intestino delgado fica inflamada e se rompe. “Isso reduz a área de superfície do intestino”, explica Scherf.

Além de ser muito doloroso, pode levar a deficiências graves de nutrientes. A doença celíaca é, pelo menos em parte, genética. Entretanto: “Muitas pessoas têm a condição genética correspondente, mas nem todo mundo desenvolve a doença celíaca”, diz Katharina Scherf.

Como faço para testar a intolerância ao glúten ou a doença celíaca?

A doença celíaca e a alergia ao trigo podem ser detectadas por meio de exames de anticorpos no sangue. No entanto, ainda se leva muito tempo para que os portadores sejam diagnosticados com a doença celíaca, diz Scherf.

“Principalmente em adultos, pois os sintomas geralmente não são queixas gastrointestinais típicas.” Em vez disso, tendem a apresentar fadiga e exaustão, o que pode ser explicado pela mucosa intestinal danificada e pela deficiência de nutrientes resultante.

“No entanto, os diagnósticos melhoraram significativamente”, afirma Katharina Scherf. Essa pode ser uma das razões pelas quais o número de pacientes com a doença celíaca tenha aumentado.

No caso da sensibilidade não celíaca ao glúten, ainda não se consegue identificar anticorpos específicos que indiquem a doença. Em caso de dúvida, o único remédio é evitar todos os produtos que contenham glúten. “Até o momento, não há alternativa para uma dieta sem glúten”, informa Scherf. Os produtos sem glúten são, por exemplo:

  • Milho
  • Arroz
  • Sêmola
  • Trigo sarraceno
  • Quinoa
  • Amaranto
  • Aveia não contaminada

Uma dieta sem glúten parece mais fácil do que é. “É preciso estar muito atento ao tema da nutrição”, diz a química de alimentos. Como o glúten também está escondido em muitas refeições prontas como agente aglutinante ou emulsificante, fica às vezes, difícil de identificar para evitar.

A boa notícia é que, ao abandonar o glúten, os sintomas desagradáveis e dolorosos desaparecem. Até mesmo um intestino inflamado causado pela doença celíaca se recupera na maioria dos casos.

E para todas as pessoas sem alergia ou intolerância ao trigo: o glúten não é prejudicial, pode continuar a comer o seu pãozinho.

Fonte: uol

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.