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Descubra a incrível dieta de Okinawa e seus segredos para longevidade

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A busca pelo “elixir da juventude” atravessa séculos e continentes. Contudo, de uns anos para cá, as ilhas japonesas de Okinawa concentram essa atenção. Os habitantes mais velhos de lá não apenas têm expectativa de vida maior do que a maior parte dos lugares da Terra, como também esses anos são vividos em uma ótima condição de saúde.

Um detalhe que vale a pena ser mencionado é o número de pessoas que chegam aos 100 anos em Okinawa. Para cada 100 mil habitantes, há 68 centenários —três vezes mais do que o encontrado em populações americanas de mesmo tamanho.

Até para os padrões japoneses os moradores de Okinawa estão fora da média, com uma chance 40% maior de viver até os 100 anos do que qualquer outro japonês.

Mais carboidratos, menos proteínas

Um dos fatores mais interessantes que chamam a atenção dos cientistas é a peculiar proporção alta de carboidratos em relação a proteínas na dieta de Okinawa —com uma particular abundância de batata-doce como fonte da maior parte de suas calorias.

“É exatamente o oposto das atuais dietas da moda, que sugerem muita proteína e pouco carboidrato”, diz Samantha Solon-Biet, que pesquisa nutrição e envelhecimento na Universidade de Sidney. Apesar da popularidade, há poucas evidências de que dietas com alto teor de proteínas realmente trazem benefícios a longo prazo.

Então será que a “proporção de Okinawa” —10:1 carboidrato para proteína— possa ser o segredo para uma vida longa e saudável? Apesar de ainda ser muito cedo para sugerir quaisquer mudanças de estilo de vida com base nessas observações, a mais recente evidência —de estudos longitudinais com humanos e testes em animais— sugere que a hipótese merece atenção.

Segundo essas descobertas, uma dieta com pouca proteína e muito carboidrato dispara várias respostas fisiológicas que nos protegem de doenças ligadas ao envelhecimento, incluindo câncer, condições cardiovasculares e Alzheimer. E é possível que a proporção de Okinawa atinja o melhor equilíbrio para alcançar esses efeitos.

Alimento base é a batata-doce

Diferentemente do resto da Ásia, o alimento base de Okinawa não é o arroz, mas a batata-doce, introduzida pela primeira vez na região no século 17, com o comércio com a Holanda.

Os okinawanos também comem legumes e verduras verdes e amarelos em abundância, como o melão-amargo, e vários tipos de produtos de soja. Apesar de comerem porco, peixe e outras carnes, esses itens são componentes pequenos de seu consumo geral.

A tradicional dieta de Okinawa, portanto, é densa em vitaminas e minerais essenciais, incluindo antioxidantes, mas também é baixa em calorias. Especialmente no passado, e antes de redes de fast-food entrarem na ilha, o morador médio comia 11% a menos de calorias do que a recomendação de consumo normal para um adulto saudável.

Por esse motivo, alguns cientistas acreditam que os moradores de Okinawa oferecem mais evidências para as virtudes de uma dieta restrita em calorias. Desde os anos 1930, alguns médicos e cientistas defendem que limitar continuamente a quantidade de energia que você consome pode ter muitos benefícios além da perda de peso, incluindo a desaceleração do processo de envelhecimento.

Devemos todos adotar a dieta de Okinawa?

Não exatamente. Karen Ryan, bióloga-nutricionista da Universidade da Califórnia (EUA), aponta algumas evidências de que o consumo baixo de proteínas pode limitar o dano do corpo até os 65 anos, mas você pode se beneficiar do aumento do consumo de proteínas a partir daí.

“A nutrição ideal varia de acordo com a história de vida”, diz ela. E vale notar um estudo que apontou que os méritos relativos de proteínas e carboidratos podem depender da fonte da proteína: uma dieta mais rica em proteína vegetal parece ser melhor do que uma dieta rica em carne ou laticínios, por exemplo.

Então os moradores de Okinawa podem viver mais devido ao fato de que comem muitos legumes, frutas e verduras, em vez de uma dieta rica em carboidrato e pobre em proteína.

E pode ser que a saúde desses moradores seja devida a uma confluência de muitos fatores (genética, estilo de vida, vida social, condicionamento físico), diz Ryan. “E interações específicas entre esses fatores também vão ser importante.”

Nós podemos precisar de muitos mais anos de pesquisa para entender a importância de cada ingrediente antes de ter uma receita verdadeira para o tal elixir da juventude.

*Com informações de reportagem publicada em 08/03/2019

Fonte: uol

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