Um vídeo de um estudo de bactérias em um sushi chamou atenção nas redes sociais nos últimos dias.
Na cena, o biólogo de Hortolândia (SP) Bruno Brunetti, 41, especializado em microbiologia, passa uma peça da iguaria japonesa em uma espécie de lâmina para visualizar os micro-organismos presentes no alimento —e o resultado é surpreendente.
No caso do sushi, as bactérias mais comuns são aquelas presentes nas mãos dos manipuladores e nos próprios ingredientes usados na preparação do sushi.
Bruno Brunetti, biólogo
As bactérias presentes na cultura não são identificadas. É bom lembrar que alimentos e objetos de um modo geral têm micro-organismos —e isso não necessariamente é um problema para a saúde.
Bruno explicou que o processo qualitativo (de identificar quais micro-organismos estão presentes) é mais complexo e demanda mais instrumentos. No entanto, o fato de o sushi ter a presença de tantos micro-organismos acende um alerta.
Dependendo da bactéria, se for de fato uma espécie patogênica, pode sim ser nociva e causar problemas pela ingestão do alimento contaminado por ela (seja intoxicação alimentar ou infecção alimentar). Mas, para saber ao certo essa resposta, é preciso análises mais complexas.
Bruno Brunetti, biólogo
Entre os principais sintomas de intoxicação por bactérias estão vômitos e diarreia. Dentre as bactérias mais comuns estão as Staphylococcus aureus, responsável por intoxicações alimentares no geral; a bactéria intestinal Escherichia coli, que causa gastroenterites, enjoos, vômitos e diarreia, e a Bacillus cereus, responsável por produzir toxinas que causam um quadro de intoxicação mais grave. A intoxicação por Salmonella também é um risco, o que pode desencadear diarreias com muito sangue e muco, além de vômitos e febres.
Por não ter cocção, o sushi está sujeito a uma maior proliferação de bactérias, caso contaminado. O tratamento térmico de uma carne crua (cozinhar ou congelar) é a recomendação mais eficaz na eliminação desses agentes parasitários.
O sushi é preparado com ingredientes que naturalmente possuem micro-organismos, como as frutas e as carnes cruas de peixes, por exemplo. Esses ingredientes, pelo próprio processo de manipulação até entrarem na produção do sushi, podem ter uma quantidade grande de micro-organismos.
Bruno Brunetti, biólogo
E o que fazer?
Para evitar intoxicações, o biólogo orienta:
Adquirir ingredientes com procedência conhecida;
Seguir procedimentos rigorosos de higiene e boas práticas, tanto pessoal como na manipulação de alimentos;
Higienizar corretamente todos os ingredientes usados na preparação;
Se atentar também à conservação, tanto dos ingredientes como dos alimentos prontos para o consumo.
Fonte: uol