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Comer batata com broto faz mal? Descubra os riscos e como descartar corretamente

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Todo mês, a história se repete: legumes, folhas e frutas acabam sobrando e envelhecendo nas gavetas da geladeira. Mas enquanto alguns mudam drasticamente de aparência quando não estão mais adequados para o consumo, outros podem deixar dúvidas.

É o caso das batatas. Depois de dias esquecidos, esses tubérculos podem começar a apresentar brotos bem fininhos — que, embora possam parecer inofensivos, não são.

Os brotos indicam que a batata está usando seus nutrientes armazenados para crescer uma nova planta, e junto com eles, manchas esverdeadas também podem aparecer.

Essas características indicam que a batata está com uma quantidade aumentada de glicoalcaloides, mais especificamente de solanina, um composto químico que deixa o alimento com um sabor amargo e pode ser tóxico, especialmente se consumido em altas quantidades.

A retirada do broto pode até eliminar a maior parte dessa substância, mas é importante salientar que toda a batata pode estar impregnada, principalmente se, além do broto, ela estiver esverdeada Vinicius Sampaio, nutricionista assistente no Hospital Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia

Cozinhar também não adianta. O melhor, nesse caso, é descartar o alimento.

De acordo com Sampaio, um dos efeitos causados pelas solaninas é o de impedir o controle dos níveis de um neurotransmissor chamado acetilcolina.

A solanina pode provocar acúmulo desse neurotransmissor, causando diminuição da frequência cardíaca e dos movimentos intestinais, provocando dor de cabeça, náuseas e vômitos, arritmias e sonolência — efeitos de intoxicação pelo consumo de um alimento inapropriado. Vinicius Sampaio, nutricionista assistente no Hupes-UFBA

“A variedade e a intensidade desses sintomas vão depender do organismo de cada indivíduo, da quantidade de substância tóxica ingerida em um único momento ou de forma contínua e o grau de intoxicação desenvolvida”, diz o nutricionista.

“Felizmente, é raro que o consumo a casos graves ou fatais, porque a concentração precisaria ser muito alta — ou um consumo muito grande do alimento”, complementa Cynara Oliveira, nutricionista e supervisora de Nutrição do Hospital Santa Lúcia, de Brasília.

“Quando a batata está nesse estado, ela fica com um gosto muito ruim e é fácil notar a alteração pelo paladar e pela sensação de queimação forte que a ingestão causa na garganta. Então não é comum que qualquer pessoa consiga consumir muito”, diz Oliveira.

Atenção ao armazenamento

Para evitar o acúmulo das substâncias tóxicas nas batatas, além de lembrar de consumi-las em alguns dias, o armazenamento deve ser adequado.

O ideal é colocar num local sem umidade e sem luz. Não é necessário colocar na geladeira, porque esse local não é seco. O melhor é algo como uma fruteira. Andrea Pereira, nutróloga e cofundadora da ONG Brasil.

“Outra dica é embalar dentro de um saco de papel de forma que a batata consiga ‘respirar’, ou cobrir com um pano, para minimizar a passagem da luz”, explica Pereira.

A temperatura ambiente, complementa Sampaio, mantém o metabolismo ativo no seu curso normal e altas temperaturas podem acelerar o metabolismo e a formação de substâncias indesejadas.

“Também é recomendável selecionar bem as batatas, sem manchas verdes, sem brotos e sem danos na estrutura física”, diz o nutricionista.

*Com informações de reportagem publicada em 01/03/2024

Fonte: uol

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