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Coenzima Q10: Descubra os principais benefícios e alimentos ricos nessa substância essencial para a saúde.

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Bastante divulgada como um suplemento, a coenzima Q10 é uma substância produzida naturalmente pelo nosso corpo e também é encontrada em alguns alimentos.

Ela é uma importante peça na geração de energia no organismo, mas sua presença pode ser prejudicada por alguns tipos de medicamentos e até pela idade avançada.

Abaixo, entenda mais sobre essa substância, para que ela serve, como ela atua no nosso corpo e quando realmente é necessário usar a suplementação de coenzima Q10.

A coenzima Q10 é uma substância presente em todas as células do nosso organismo, participando dos processos de produção de energia. Ela foi descoberta em 1957, na Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, e é lipossolúvel, ou seja, é solúvel em gordura. Ela também é conhecida pelo nome de ubiquinona. Apesar de ser produzida pelo organismo, ela também é encontrada em alimentos e pode ser suplementada.

Abaixo, confira alguns benefícios da coenzima Q10, que estiveram em estudo no último ano:

1. Controle do colesterol e triglicérides

Em 2018, um estudo feito com 80 mulheres iranianas, todas com diabetes tipo 2, analisou os efeitos da coenzima Q10. Durante 12 semanas, foram administradas 100 mg por dia da substância para 36 participantes e as outras 44 mulheres receberam placebo. A pesquisa identificou que, no grupo que recebeu o nutriente, houve uma redução na resistência à insulina, na ferritina, no colesterol total e no colesterol LDL, ao mesmo tempo que o colesterol HDL aumentou significativamente. Além disso, o nível dos triglicerídeos no sangue também reduziu no grupo que recebeu o suplemento.

2. Redução dos radicais livres

Um outro estudo, também realizado em 2018, feito na Itália, analisou 21 homens atletas e jovens, que receberam suplementação com coenzima Q10 (200 mg/dia) durante 1 mês. Esses participantes foram comparados com um outro grupo que recebeu placebo. Antes e após uma sessão de exercício intenso (40 minutos de corrida) foi feita a coleta de sangue dos participantes. Os resultados mostraram que a suplementação causou resistência à privação de coenzima Q10, induzida pelo exercício. Além disso, a substância foi associada à redução de radicais livres e preservação da integridade do DNA. Entretanto, vale destacar que a suplementação não foi capaz de melhorar o desempenho físico ou reduzir o dano muscular nos atletas.

3. Melhora nos sintomas da depressão em quem tem transtorno bipolar

O transtorno bipolar também foi objeto de análise entre os estudos com coenzima Q10. De acordo com o trabalho realizado no Irã, houve melhora nos sintomas de depressão após oito semanas de tratamento com coenzima Q10 (200 mg ao dia). A análise foi feita com 69 pacientes com transtorno bipolar, associado a episódio depressivo. A grau de depressão dos participantes foi avaliado com base na escala de classificação de depressão (Montgomery-Asberg) logo no início do estudo, depois quarta semana e, por fim, na oitava semana do estudo.

4. Ação antioxidante

Em 2019, pesquisadores investigaram os efeitos da suplementação com coenzima Q10 sobre o estresse oxidativo e a atividade de enzimas antioxidantes. O trabalho foi realizado com voluntários expostos ao cádmio tóxico, um tipo de metal prejudicial à nossa saúde. A suplementação com 120 mg diárias de coenzima Q10, quando comparado ao placebo, indicou uma redução significativa no estresse oxidativo e no aumento na atividade das enzimas antioxidantes, como superóxido dismutase e glutationa peroxidase.

A substância atua nas mitocôndrias, organelas presentes nas células do corpo, participando do transporte de elétrons durante a cadeia respiratória. O nutricionista Felipe Cardoso, doutor em Ciências Nutricionais pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e professor da Faculdade Bezerra de Araújo, explica que isso significa que a coenzima Q10 controla essa passagem dos elétrons, evitando oxidação, danos nas membranas celulares e promovendo uma boa concentração de água nas células. Por causa da sua localização intracelular (dentro das mitocôndrias), tecidos e órgãos com maior necessidade energética —neurônios, músculos, fígado e rins — se beneficiam mais da sua presença.

Não necessariamente. “Pelo fato dela participar de vias de produção de energia, quanto mais energia um indivíduo tem para fazer atividade física, mais perda de peso ele pode alcançar, caso seja esse o objetivo”, explica o nutricionista Wagner Alessandro dos Reis, professor de pós-graduação em Nutrição Esportiva Funcional, Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia Funcional da Universidade Cruzeiro do Sul. Ou seja, a coenzima Q10 pode contribuir para o emagrecimento, mas não podemos afirmar que ela, sozinha, leva a esse resultado.

A coenzima Q10, por fazer parte do grupo de substâncias envolvidas na geração de energia, é colocada como um suplemento importante para o emagrecimento. Entretanto, Cardoso ressalta que, se analisarmos estudos sobre o assunto, não existe nada que comprove essa correlação direta.

  • Abacate
  • Amendoim
  • Brócolis
  • Centeio
  • Cogumelos frescos
  • Damasco
  • Espinafre
  • Feijão azuki
  • Gergelim
  • Laranja
  • Maçã
  • Morango
  • Nozes
  • Pistache
  • Sardinha
  • Trigo

A recomendação mais comum é para pessoas que usam estatina e pessoas com doenças genéticas que alteram o metabolismo mitocondrial. A nutricionista Daniela Seixas, professora do curso de Especialização em Nutrição Esportiva da USP (Universidade de São Paulo), explica ainda que idosos também podem ser um grupo a receber a suplementação, uma vez que a produção endógena diminui com o envelhecimento.

Analisar uma possível falta de coenzima Q10 ainda é algo que precisa de mais estudos e comprovações científicas. Entretanto, Cardoso destaca que, no geral, os sintomas são correlacionados com a falta de energia. O problema é que esses sintomas podem indicar outras carências e condições clínicas, independentes da coenzima Q10, portanto, é preciso consultar um médico para entender essas possibilidades.

Entre os fatores que podem contribuir para a redução na produção de coenzima Q10 pelo organismo, estão: “uso de estatinas, deficiência nos aminoácidos tirosina ou fenilalanina (que são precursores da Q10), deficiência de vitamina B6 (ela é um cofator no caminho da biossíntese da Q10), além de mutações genéticas em proteínas envolvidas com a sua síntese”, diz Reis.

Existem poucos estudos científicos em relação a isso e, até o momento, as indicações gerais são de doses diárias variando entre 30 e 400 mg, para demandas médicas específicas. Porém, o ideal é procurar orientação de um nutricionista.

A dose de consumo do suplemento pode chegar até 400 mg, mas o valor exato só poderá ser definido por um especialista, dependendo do organismo e das necessidades de cada pessoa. Além disso, o melhor horário para ingestão da coenzima Q10 também precisa ser avaliado por um médico. “No caso de uso de suplementos, o ideal é ingerir junto com as refeições, pois a gordura auxilia na sua absorção”, completa Seixas. Atenção: não faça o uso de suplementos sem orientação.

Estudos fornecem evidências de que a suplementação oral é segura e bem tolerada, de acordo com Reis. Por outro lado, Seixas ressalta, apesar de a coenzima Q10 praticamente não ter toxicidade, é importante observar que pode existir interação com medicamentos. Há alguns relatos na literatura nos quais o uso da Q10 junto com o anticoagulante varfarina reduziu a eficácia do medicamento.

Fonte: uol

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Carlos Miranda

Business consultant | Gastronomo | Chef Executivo | Pitmasters | Chef proprietário OSSOBUCO Outdoor Cooking