“O único momento em que não fico ansiosa é quando estou comendo”. A frase foi dita por Yasmin Brunet no confessionário do BBB 24 na manhã desta terça-feira (16).
A empresária e modelo já havia assumido anteriormente que tem problemas com compulsão alimentar e chegou a rebater o cantor Rodriguinho, que a tem chamado de “Yasmin comer” e criticado constantemente a forma como ela come e a frequência.
Estou depositando tudo na comida. Não achei que seria tão intenso como está sendo. É muito doido porque quem tem questões alimentares se sente cheio e vazio ao mesmo tempo. Yasmin Brunet
Como saber se você tem compulsão alimentar?
A compulsão não está restrita ao uso de drogas e álcool, podendo estar relacionados a qualquer atividade que cause prazer.
Alimentar-se até não aguentar mais, ficar muito tempo sem comer e não sair de casa para não abandonar a dieta. Todos esses comportamentos podem indicar um transtorno alimentar.
No transtorno da compulsão alimentar as pessoas consomem grandes quantidades de alimentos de forma impulsiva e rapidamente, em intervalos curtos, e depois se sentem culpadas e tristes por essa situação.
Esses comportamentos repetitivos acontecem para diminuir ou eliminar ansiedade ou desconforto.
Mas antes que qualquer “descontrole” alimentar seja considerado uma compulsão, é importante saber que, para ser diagnosticada, a pessoa precisa ter apresentado pelo menos um episódio por semana nos últimos três meses e ter outros comportamentos disfuncionais.
Além disso, uma pessoa será considerada compulsiva quando o nível de envolvimento com determinado comportamento passa a comprometer outros aspectos da sua vida como sua produtividade, condição financeira, vida social e relacionamentos.
Há uma causa?
A compulsão alimentar ocorre devido a um conjunto de fatores, mas é mais frequente em pessoas que têm obsessão pelo próprio corpo, por aquelas que estão passando por um momento de estresse ou tiveram algum trauma emocional e apresentam baixa autoestima.
As causas envolvem uma grande insatisfação com a imagem corporal, além de questões biológicas e familiares, traços de personalidade e padrões de beleza distorcidos. É um problema de saúde que deve ser acompanhado por especialistas. Fábio Salzano, coordenador do Ambulim (Programa de Transtornos Alimentares) do IPq (Instituto de Psiquiatria) do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP)
Qual o tratamento
Muitas vezes, a comida entra na rotina como uma válvula de escape para lidar com as emoções negativas. Esses transtornos causam bastante sofrimento e aumentam o risco de suicídio. Muitos sentem vergonha e escondem a condição, o que adia a procura por ajuda.
As complicações advindas de um transtorno alimentar se relacionam a uma tentativa do organismo de economizar energia e se adaptar ao estado de carência nutricional. O corpo fica completamente descompensado, pois há um desequilíbrio de caráter crônico e progressivo. Fabiano Roberto, nutrólogo e diretor da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia)
Após diagnóstico, o tratamento deve ter um olhar multidisciplinar, sendo que pode levar um bom tempo para obter resultados satisfatórios. Os tratamentos podem ser feitos por:
Psicoterapia: essa abordagem faz com que o profissional conheça o paciente e o ambiente no qual ele está inserido, identificando os potenciais estímulos que representam gatilhos que incentivam a compulsão.
Medicamentos: o uso de medicamentos também pode ser utilizado como um complemento à psicoterapia. Uma avaliação criteriosa para definir qual medicação e dosagem adequada necessariamente precisa ser feita por um profissional especialista.
Há, também, algumas estratégias recomendadas para controlar o impulso de comer exageradamente. São elas:
- Evite dietas restritivas
- Não pule refeições
- Beba bastante água
- Coma mais fibras
- Evite armazenar junk foods
- Pratique atividade física
- Durma bem
- Mantenha um diário com os hábitos alimentares
- Planeje as refeições
- Coma devagar
*Texto com informações de reportagens publicadas em 03/09/2019, 18/12/2019 e 15/12/2022.
Fonte: uol