Sempre gosto de trazer aqui questões que surgem nos consultórios. Muitas vezes, são dúvidas sobre informações que os pacientes encontram nas redes sociais, propagadas por pessoas que, infelizmente, não são da área médica ou da área da saúde.
Hoje vou falar do azul de metileno e já adianto que essa substância só pode ser aplicada em clínicas e consultórios, por profissionais da saúde, já que em dose elevada pode ser prejudicial à saúde.
Mas, antes de explicar a substância, é preciso falar de um assunto que vem ganhando popularidade: como manter nossas mitocôndrias saudáveis, potencializá-las ou ainda aumentar a síntese (produção) delas.
A mitocôndria é uma organela que está dentro de cada célula, responsável pela produção de energia na forma de ATP (trifosfato de adenosina) por meio da cadeia respiratória e fosforilação oxidativa.
Uma boa saúde mitocondrial é o foco de muita ação da área médica e até mesmo no esporte, onde aumentamos e melhoramos a performance do atleta.
O que é o azul de metileno?
O azul de metileno ou azul dimetileno é um sal orgânico, conhecido por sua coloração azul profunda e tem diversas aplicações, principalmente na área da biologia, que pode ser usado por via oral, endovenosa ou intramuscular, dependendo do caso de cada paciente e suas necessidades.
Uma das situações em que ele é mais usado é quando há intoxicação por cianeto, na qual a aplicação é feita de forma endovenosa, já que a ação é muito mais rápida, e o azul de metilneo atua como agente redutor.
Outra situação mais conhecida na aplicação da substância é no tratamento de metemoglobinemia, em que ele atua como agente terapêutico da doença, condição na qual a capacidade da hemoglobina de transportar oxigênio é comprometida.
Qual a aplicação prática dele como antioxidante?
O azul de metileno vem sendo utilizado em certos contextos devido às suas propriedades “redox” (redutoras e oxidantes) e ao seu potencial de interagir com sistemas biológicos.
Na saúde mitocondrial, em algumas situações, o azul de metileno pode promover a atividade da cadeia respiratória mitocondrial, o que pode levar a um aumento na produção de ATP e metabolismo celular.
Isso pode ser benéfico em casos de disfunção mitocondrial ou deficiências energéticas. Ele também possui a alegação de poder ajudar a diminuir a produção excessiva de radicais livres dentro das mitocôndrias. Os radicais livres são subprodutos naturalmente feitos pelo nosso organismo em diversas situações, inclusive respirar, fazer exercício físico, comer… O excesso dessas substâncias acontece quando nosso sistema natural de destoxificação não é suficiente, ou nos casos mais comuns, quando o paciente não tem bons hábitos e produz muitos radicais livres, mais do que a sua capacidade de destoxificar.
O radicais livres causam estresse oxidativo, danos celulares e aumento de condições crônicas como doenças cardíacas e diabetes, por isso, priorizamos tanto o uso de ações antioxidantes.
Neste cenários, muitas abordagens vêm usando o azul de metileno para reduzir os danos causados no organismo pelos radicais livres.
Cuidado!
O uso de azul de metileno é exclusivo em clínicas e consultórios, com aplicação por profissionais da saúde.
As doses são controladas pelo especialista, conforme a necessidade do paciente, visto que algumas doses, elevadas e mal indicadas, causam, sim alguns riscos a saúde.
Não use suplementações e medicamentos por conta própria.
Fonte: uol
