Steven Spielberg marcou a história da sétima arte com grandes obras de ficção científica, tais quais Tubarão, E.T. – O Extraterrestre, Jurassic Park e I.A. – Inteligência Artificial. Também responsável por dramas como Prenda-me Se For Capaz, A Lista de Schindler ou O Resgate do Soldado Ryan, Spielberg está de volta aos holofotes com Os Fabelmans, que concorre a sete estatuetas no Oscar 2023 – incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original.
Geralmente quando vemos um cineasta com uma carreira tão consolidada quanto a de Spielberg, pensamos logo em suas produções favoritas. Pois bem, em outubro de 2022, Spielberg saciou nossa curiosidade durante uma entrevista ao site britânico Far Out. Dos 20 longas escolhidos por ele como seus preferidos, dois são clássicos da Disney.
Além de Dumbo (1941), que surge na 20ª posição, Spielberg concede o terceiro lugar de seu ranking a outro desenho do estúdio: o inesquecível Fantasia, igualmente lançado no início da década de 1940.
Uma fabulosa viagem musical e animada, moldada pelos pincéis dos artistas da Disney tanto quanto pela batuta do maestro Leopold Stokowski, esse filme quase experimental é hoje considerado uma referência no gênero. Sua proposta é bastante audaciosa: dividido em sete segmentos diferentes, revisita marcos da música clássica integrando-os a visuais extremamente criativos e originais.
Dessa forma, “O Quebra-nozes”, de Tchaikovsky, narra as quatro estações do ano, povoadas por fadas dançantes, flores e cogumelos. “Sinfonia Pastoral”, de Beethoven, explora a mitologia grega, enquanto “Sagração da Primavera”, de Stravinsky, retrata a criação do mundo e a era dos dinossauros. Já “O Aprendiz de Feiticeiro”, de Paul Dukas, oferece a Mickey uma de suas aparições mais famosas no cinema.
Pelo menos desde 1982, há registros de Spielberg declarando publicamente seu amor por Fantasia. Em uma antiga entrevista à Rolling Stones para promover E.T. – O Extraterrestre, o diretor confidenciou: “Você se lembra, em Fantasia, da Mãe Noite voando com sua capa e cobrindo o céu diurno? Quando eu era pequeno, acreditava que a noite era assim.”
E continuou: “A Mãe Noite era uma linda mulher com graciosos cabelos preto-azulados e braços estendidos para fora, mais de 30 km em cada direção. Ela veio do horizonte em um arco e varreu o céu até transformá-lo em uma cúpula preto-azulada. Então houve uma explosão, e as estrelas foram criadas. Eu queria que a abertura de E.T. fosse tipo a Mãe Noite.”
Spielberg explicou como Fantasia serviu de inspiração para sua obra-prima: “Sabe, você vai descendo em direção às árvores, vê as estrelas e, de repente, pensa que está no espaço. Mas você não está. Você está em uma floresta em algum lugar. Você não tem certeza de onde; pode ser em algum planeta distante.”
“A princípio pensei em fazer a nave pousar em um terreno baldio. Mas Melissa [Mathison, roteirista] sugeriu que usássemos a floresta. Ela disse: ‘Uma floresta é mágica… existem elfos nas florestas.'”
Confira a cena de Fantasia mencionada por Spielberg e, em seguida, a abertura de E.T. – O Extraterrestre:
Vale lembrar que, na lista do cineasta, Fantasia só é superado por O Poderoso Chefão (1972), de Francis Ford Coppola, em segundo lugar; e A Felicidade Não Se Compra (1946), de Frank Capra, em primeiro lugar.
Fonte: adorocinema