Vinte e cinco anos se passaram desde que Titanic chegou às telonas do mundo inteiro, mas o romance épico estrelado por Kate Winslet e Leonardo DiCaprio continua sendo um dos maiores eventos cinematográficos de todos os tempos, além da terceira maior bilheteria da história. Em comemoração ao aniversário de lançamento, o filme volta a ser exibido no circuito comercial a partir desta quinta-feira, 9 de fevereiro. Com isso, muitas histórias e curiosidades dos bastidores estão vindo à tona – uma delas envolvendo James Cameron e uma alucinação coletiva.
O caso aconteceu no dia 9 de agosto de 1996, no set de filmagem em Halifax, capital da província de Nova Escócia, no Canadá. Foi lá que Cameron rodou as cenas da expedição liderada por Brock Lovett (Bill Paxton), um caçador de tesouros que encontra o famoso colar de diamante em meio aos destroços do navio e procura uma Rose já idosa (Gloria Stuart) para ouvir sua história de amor com Jack.
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Na ocasião, a equipe responsável pelo buffet serviu um ensopado de mariscos. No entanto, de alguma forma ainda desconhecida, a comida estava batizada com PCP, uma substância psicoativa também conhecida como fenciclidina ou pó de anjo. Similar à anestesia, ela provoca um aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, levando a delírios, excitação, euforia, sensação de desligamento da realidade e até mesmo despersonalização (quando o usuário sente que não é uma pessoa real).
Foi mais ou menos isso que ocorreu no set de Titanic. “Tínhamos uma sala para os grips e eletricistas, e um dos caras começou a falar muito alto”, contou Jake Clarke, membro da equipe, em entrevista à Vulture. “Ele é um cara grande, como 1,93 de altura, e de repente começou a perguntar: ‘Vocês se sentem bem? Porque eu não. Sinto que tomei alguma coisa – e, acredite, eu saberia.’ Assim que ele disse isso, vimos James Cameron varando pela porta e um figurante correndo atrás. Ele disse: ‘Há algo em mim! Tire!’”
Como o incidente se deu no set em Halifax, nem Kate nem Leo ficaram sob o efeito da droga. Paxton, contudo, não teve a mesma sorte: ingeriu o ensopado, foi arrebatado pela onda e, assim como muitos dos afetados, foi encaminhado para o Dartmouth General Hospital.
“Ele foi um verdadeiro amor”, assim o decorador de set Claude Roussel descreveu a reação do ator. “Ele estava sentado ao meu lado no corredor do hospital e estava gostando da agitação. Enquanto isso, os grips passavam pelo corredor fazendo cavalinhos em cadeiras de rodas. Foi apenas uma experiência estranha.”
Em 2009, mesmo ano em que lançou Avatar, Cameron comentou o episódio em conversa com a Vanity Fair. “As pessoas estavam gemendo, chorando, se lamuriando, desmaiadas sobre mesas e macas. O diretor de fotografia, Caleb Deschanel, chegou a puxar uma conga aos gritos”, relatou o cineasta.
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Clarke, que testemunhou o desespero inicial de Cameron, não fez a fatídica refeição, mas permaneceu no set a madrugada toda. Ele se lembra de ter visto Cameron e Paxton mais tarde, quando o caos tinha diminuído. “Os olhos deles estavam vermelhos como beterraba”, disse Clarke. “Cameron tinha uma garrafa de uísque, e Paxton tinha um saco de baseados porque era um verdadeiro maconheiro. Estou rindo disso porque não comi o ensopado e, mesmo assim, estava lá no trailer fumando um depois.”
Quem poderia imaginar um surto dessa magnitude nos bastidores de Titanic? Até hoje, as autoridades não sabem quem adulterou a panela com PCP – e provavelmente nunca saberão.
Fonte: adorocinema