Quentin Tarantino está atualmente concentrado em The Movie Critic, que ele mesmo rotulou como o último filme que planeja dirigir. No entanto, isso não o impediu de encontrar tempo para apresentar uma exibição especial de A Outra Face da Violência no Festival de Cannes. Lá, aproveitou a oportunidade para falar sobre outros assuntos, como o filme estrelado por Harrison Ford, que, segundo ele, descamba para a violência gratuita, e o que ele acredita ser um sinal vermelho que o cinema nunca deve ultrapassar.
Quem conhece os filmes do diretor de Os Oito Odiados sabe que a violência tem uma presença forte em seus filmes, mas até ele sabe que há filmes em que o uso da violência não se justifica. Nesse sentido, ele destacou o caso de Jogos Patrióticos e o quanto o tratamento dado pelo filme ao seu vilão o incomodou:
O simples fato de o vilão ser tão fácil de entender foi demais para os cineastas. Então, eles tiveram que deixá-lo louco. Foi isso que me ofendeu moralmente.
“Me incomoda muito matar animais em filmes”
Além disso, até mesmo Tarantino tem um limite muito claro quando se trata do uso da violência na tela: quando ela é sofrida por animais. O diretor de Django Livre é contra a exibição de mortes reais na tela e disse o seguinte sobre o assunto:
Fico muito incomodado com a morte de animais em filmes. Mas também me refiro a insetos. A menos que eu esteja pagando para ver algum documentário bizarro e estranho, não pago para ver mortes reais. Parte da maneira como tudo funciona é o fato de ser falso; é por isso que consigo suportar as cenas violentas.
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Por fim, Tarantino também destacou que pode ter gostado de A Outra Face da Violência, mas sabe que Paul Schrader, o roteirista do filme, ficou muito insatisfeito com o resultado final, comparando-o ao que aconteceu com Assassinos por Natureza, um dos poucos títulos escritos por Tarantino que ele mesmo não dirigiu:
Ele não reconhece o filme, assim como eu não reconheço a versão de Oliver Stone de Assassinos por Natureza.
Tarantino observou que o próprio Johnny Cash lhe disse uma vez que era fã do longa e que “eu não lhe disse que ele estava errado”, dando a entender que entende que o que aconteceu nesse caso faz parte do processo.
Fonte: adorocinema
