Jeanne du Barry teve sua estreia na abertura do festival, fora da competição, e rendeu sete minutos de aplausos. Porém, os protagonistas estão causando tantas polêmicas na vida real quanto seus personagens no filme. O drama de época que conta a história do caso do Rei Luís XIV com sua concubina inaugurou o 76º Festival de Cinema de Cannes e está gerando bastante comoção, uma vez que ambos os protagonistas têm processos por agressão nas costas.
Antes da exibição, durante a coletiva do júri do Palma de Ouro, um questionamento sobre a volta de Johnny Depp às telas gerou um momento de tensão com a atriz Brie Larson. No entanto, a situação é apenas uma gota na chuva de controvérsias por trás do filme. Além da repercussão gerada pelo conflito judicial de difamação e violência doméstica entre Depp e sua ex-esposa Amber Heard, sua co-estrela e diretora, Maïwenn, também está sendo processada após agredir um jornalista francês.
Diretora de Jeanne du Barry é expoente de polêmica em Cannes
No começo de março, Edwy Plenel, editor-chefe da revista Mediapart, prestou queixa em uma delegacia de Paris alegando ter sido atacado pela diretora em um restaurante. No boletim de ocorrência, ele descreve que Maïwenn teria ido até sua mesa do nada, puxando seu cabelo e cuspido na sua cara antes de sair do local em um rompante.
A revista – que é uma das precursoras de denúncias de violência contra a mulher no cinema francês – nunca falou diretamente dela, porém publicou uma série de matérias acusando seu ex-marido, Luc Besson, de assédio sexual. Maïwenn já confirmou em entrevistas, após ser contestada pela escalação de Depp, que não é a favor dos movimentos Times Up e MeToo.
Diante de tanto alarde ligado à dupla protagonista de Jeanne du Barry, fica difícil fugir desses assuntos quando se trata da participação do longa na agenda do festival. Porém, o diretor do Festival Internacional de Cinema de Cannes, Thierry Fremaux, defende que não há motivo para alvoroço:
Não vejo o filme de Maïwenn como uma escolha controversa , porque se Johnny Depp tivesse sido proibido de trabalhar, teria sido diferente (…) O filme não é sobre Johnny Depp
Também em entrevista à Variety, Fremaux disse não saber da ação judicial movida contra Maïwenn quando elegeu sua produção como abertura da mostra cinematográfica.
Fonte: adorocinema