Por que o diretor da Marvel teme o impacto da IA na criatividade em Hollywood?

Nos últimos meses, as discussões sobre o uso da inteligência artificial em diferentes frentes da indústria cultural têm ficado cada vez mais acaloradas. No time das pessoas que estão preocupadas com o uso do recurso está Joe Russo, diretor de Capitão América 2: O Soldado Invernal, Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato.

Em entrevista à variety, durante a divulgação da série do Prime Video Citadel, o diretor falou sobre seus temores quanto ao avanço da tecnologia. “Acho que todos deveriam ter medo da IA”, disse Russo. “Não sei se você já ouviu alguma das ‘músicas’ de Drake que estão caindo nas redes sociais, mas está aqui. Não vai a lugar nenhum.”

Para ele, a tecnologia só dará certo quando for uma “ferramenta nos servindo, em vez de nós servirmos a ferramenta”. Ele continua: “Quando os criativos estão engajados e os criativos estão liderando o uso da tecnologia – veja toda a carreira de James Cameron – essa tecnologia acaba a serviço dos artistas, e não vice-versa”, disse o cineasta. “Se as corporações impulsionarem a adoção dessa tecnologia, pode ser uma história diferente.”

Como a greve dos roteiristas afeta suas séries de TV favoritas?

A conversa aconteceu seis dias antes da Associação de Roteiristas dos Estados Unidos (Writers Guild of America) declarar greve. Entre as reivindicações dos escritores está a proibição do uso de inteligência artificial para a confecção de filmes.

A Alliance of Motion Picture and Television Producers, que está negociando com os roteiristas em nome dos estúdios, afirma que “a saúde e a estabilidade a longo prazo da indústria” são o foco do vindouro acordo”, que deve ser “justo e razoável”.

Para eles, “a IA levanta questões criativas e legais difíceis e importantes para todos…”, disse o AMPTP em um comunicado enviado por e-mail à TIME. “É algo que requer muito mais discussão, o que nos comprometemos a fazer.”

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Sarah Myers West, diretora-gerente da organização sem fins lucrativos AI Now Institute, procura pela regulamentação da inteligência artificial. “Não é tanto sobre o que a IA vai fazer, mas o que as empresas vão usar para justificar a IA”, afirma. “Eles poderiam usar IA para criar um primeiro rascunho e depois trazer outra pessoa para fazer um segundo rascunho. E isso desvaloriza o trabalho deles por não permitir que façam todo o processo.”

Por enquanto, a greve dos roteiristas segue sem previsão de encerramento, já que a classe ainda não tem vislumbres de um acordo final com os estúdios.