Martin Scorsese é reconhecido como um dos maiores cineastas do mundo. Responsável por obras como Taxi Driver,Os Bons Companheiros e o aguardado Killers of the Flower Moon, Scorsese também foi um dos fundadores de uma entidade de preservação da história do cinema, a World Cinema Foundation. A organização visa restaurar e exibir produções clássicas, sobretudo da África, América Latina, Ásia e Europa Central.
A relação de Scorsese com o cinema brasileiro não é recente. Em mais de uma entrevista, o diretor norte-americano já declarou o quanto o Cinema Novo, e especialmente o cineasta Glauber Rocha, influenciaram diretamente seu trabalho. Não à toa, um dos primeiros filmes restaurados pela organização, em parceria com a Cinemateca Brasileira, foi o clássico Limite (1931), de Mário Peixoto.
Qual o enredo de Limite?
Eleito pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) como o melhor filme brasileiro de todos os tempos, em Limite, um barco está perdido no oceano com três náufragos – um homem e duas mulheres. Sem ter o que fazer e com pouquíssimas esperanças de salvação, cada um deles passa a contar para os demais a história de suas vidas, relembrando os acontecimentos que os levaram até ali, três destinos à deriva, confinados em um espaço onde tudo é limite.
Embora o filme de Mário Peixoto hoje seja considerado um clássico, na época do lançamento foi incompreendido – inclusive por Glauber Rocha, representante maior do Cinema Novo. A obra sofreu os efeitos do tempo, e a iniciativa de restauração, financiada diretamente por Scorsese, foi anunciada no Festival de Cannes de 2007. Ao lado do diretor Walter Salles (recentemente, considerado pela Forbes como o cineasta mais rico do mundo), o anúncio devolveu ao mundo uma obra-prima do nosso cinema nacional.
No dia do Cinema Brasileiro, uma sugestão do AdoroCinema é assistir Limite, que está disponível no streaming Belas Artes À La Carte.
Fonte: adorocinema