Ela foi indicada e até ganhou o Oscar, estrelou grandes filmes e séries como Titanic ou Mare of Easttown, e também passou por uma franquia gigantesca como Avatar. Pode-se dizer que Kate Winslet tem a vida mais do que resolvida e que seu currículo é impecável. Ainda assim, ela poderia ter tido outro momento lendário se quisesse.
A atriz britânica quase participou da trilogia de O Senhor dos Anéis, dirigida por Peter Jackson. E não em um papel insignificante, pois teria protagonizado um dos momentos mais lembrados dos três filmes. O cineasta quis trabalhar com ela novamente depois de Almas Gêmeas (1994), filme neozelandês baseado em um dos crimes reais mais chocantes da década de 50. Winslet interpreta uma das protagonistas e foi uma verdadeira revelação.
O filme colocou ela e o diretor no radar de Hollywood, e eles começaram a ter várias oportunidades. No caso dela, foram papéis ainda mais importantes em filmes como Razão e Sensibilidade (1995) e o já citado Titanic, ambos lhes rendendo merecidas indicações a prêmios como o Oscar. De repente, o mundo estava a seus pés, e ela podia escolher qualquer projeto.
Jackson, por sua vez, conseguiu realizar seu sonho de adaptar os livros de J.R.R. Tolkien para as telonas. Um processo trabalhoso e longo em todos os aspectos, incluindo a formação do elenco. Ele pensou que seria fácil recrutar Winslet, já que tinha ficado bastante satisfeito com sua entrega em Almas Gêmeas. Ele tinha até o papel perfeito para ela: Éowyn, a corajosa filha do rei Théoden.
Sim, Winslet poderia ter sido a atriz a proferir as palavras épicas “Eu não sou um homem” no momento culminante de Éowyn em O Retorno do Rei (2003). No entanto, ela rejeitou. primeiro, porque optou por estrelar dramas mais modestos e complexos como Iris (2001). Segundo, por causa da extensa duração das filmagens de O Senhor dos Anéis.
Para rodar os três longas, Jackson trouxe a produção para sua terra, a Nova Zelândia, fazendo com que a equipe e o elenco se mudassem para o país por pelo menos três anos. Na época, Winslet estava ansiosa para se estabelecer na indústria, bem como começar uma família casando-se. A empreitada grandiosa se chocou, portanto, com os planos da atriz.
O diretor tomou conhecimento de sua recusa por meio de um e-mail do produtor Michael De Luca: “Receio que Winslet não esteja disponível. Acho que ela desistiu do projeto devido ao tempo que leva.”
No final das contas, o papel de Éowyn foi para Miranda Otto, que estava mais do que à altura do desafio que isso implicava. Ainda assim, talvez seja um dos “e se…?” mais sugestivos das infinitas possibilidades que poderiam ter ocorrido na trilogia.
Fonte: adorocinema