Ele acabou de lançar o filme mais pessoal de sua carreira, mas, 40 anos antes de Os Fabelmans, Steven Spielberg já era um dos diretores mais promissores de Hollywood, com uma carreira interessante que incluía alguns de seus títulos mais famosos e que, sem dúvida, fazem parte da história do cinema, como Tubarão e a saga Indiana Jones.
Ao longo de sua carreira de mais de sessenta anos, o cineasta veterano realizou vários marcos, mas um dos pontos de virada de seu trabalho por trás das câmeras foi, sem dúvida, marcado por A Cor Púrpura, o filme controverso em sua época que ele mesmo se referiu como seu primeiro “drama sério”, distanciando-se um pouco de seus blockbusters anteriores.
Lançada em 1985, com um roteiro de Menno Meyjes e estrelada por Whoopi Goldberg, Margaret Avery, Danny Glover e Oprah Winfrey, a produção abriu o caminho para alguns de seus filmes posteriores, como Império do Sol ou A Lista de Schindler. Embora não seja o primeiro que geralmente vem à mente quando falamos sobre a filmografia de Spielberg, é, sem dúvida, uma de suas obras mais notáveis e desempenha um papel importante em sua carreira.
Baseado no romance homônimo, vencedor do Prêmio Pulitzer de 1983, de Alice Walker, A Cor Púrpura é a história angustiante de Celie (Goldberg), uma mulher negra na América do Sul na virada do século XX que foi vítima de abuso sexual por seu pai, Após o estupro, ela teve dois filhos e foi forçada a se casar com um fazendeiro que a trata como uma escrava.
Considerado um dos melhores filmes de Spielberg, A Cor Púrpura também está cercada por algumas das questões anedóticas mais interessantes, como o fato de que, com ele, Steven Spielberg concordou em cortar seu salário consideravelmente para que a produção fosse feita. Naquela época, Spielberg já estava cobrando 15 milhões de dólares por seu trabalho e, com o salário, monopolizou todo o orçamento do filme, o cineasta concordou em cobrar o mínimo estabelecido: 40 mil dólares. Após sua boa recepção, o longa-metragem acabou sendo absolutamente lucrativo, já que mais do que recuperou seu orçamento de 15 milhões, com uma coleção global de 142 milhões de dólares.
A Cor Púrpura também foi objeto de grande elogio do público e da crítica, mas, como Os Fabelmans, ficou completamente sem prêmios no Oscar. Apesar disso, entrou para a história graças a um recorde. E não qualquer um: é um registro que a produção detém desde 1985 e que nenhum outro filme roubou dela em 40 anos.
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Também não é fácil, temos que dizer: O filme foi indicado para nada mais e nada menos que 11 prêmios, dos quais não ganhou absolutamente nenhum. Um registro pouco invejável, a propósito, ao qual foi adicionado a curiosidade de que, apesar do grande número de categorias em que competiu, Spielberg não foi indicado para Melhor Diretor.
Ao longo das quatro décadas em que o filme deteve o recorde, a verdade é que outros se aproximaram muito dele: Trapaça (2013), Bravura Indômita (2010) e Gangues de Nova York (2002), todos os três com 10 indicações.
Fonte: adorocinema