📝RESUMO DA MATÉRIA

  • Um ataque cardíaco, ou infarto do miocárdio, ocorre quando há um bloqueio do fluxo sanguíneo para o coração
  • Uma parada cardíaca ocorre devido a um mau funcionamento do coração, fazendo com que os batimentos parem; o que resulta na perda de consciência e ausência de pulso
  • Embora os sintomas de ataque cardíaco mais comuns possam incluir dores no peito, tontura e falta de ar, outros sintomas também podem ocorrer, como náuseas, vômitos, tonturas e ansiedade, sobretudo nas mulheres

🩺Por Dr. Mercola

A ocorrência de um ataque cardíaco acontece a cada 40 segundos, em cerca de 805 mil pessoas por ano. Entre elas, 605 mil tiveram o primeiro ataque cardíaco. Além disso, em cerca de 1 a cada 5 casos, o ataque cardíaco é “silencioso”, ou seja, ocorreu dano cardíaco, mas a pessoa não sabe o que houve.

Conhecer os sintomas de um ataque e da parada cardíaca é importante para poder obter atendimento médico de emergência imediata.

O que é um ataque cardíaco e quais seus sintomas?

Um ataque cardíaco, ou infarto do miocárdio, ocorre quando há um bloqueio do fluxo sanguíneo para o coração. Sem oxigênio suficiente, o músculo cardíaco sofre danos, podendo começar a morrer, motivo esse que torna o reparo rápido do fluxo sanguíneo crucial.

Em geral, ocorre um bloqueio total ou parcial em uma artéria próxima ao coração responsável pelo ataque cardíaco. A doença coronariana, caracterizada pelo acúmulo de placas nas artérias, costuma ser uma das principais causas. O acúmulo de placas pode tornar as artérias estreitar, bloqueando o fluxo sanguíneo. Os sintomas mais comuns de um ataque cardíaco são:

  • Dores no peito, incluindo sensação de pressão ou aperto
  • Tontura e fraqueza
  • Dores na mandíbula, pescoço ou costas
  • Dores nos braços ou nos ombros
  • Falta de ar

Esses sintomas podem aparecer e desaparecer, além de variar a intensidade. Também podem ocorrer baixos níveis de oxigênio no sangue, conhecidos como hipoxemia, além de edema pulmonar, que caracteriza um acúmulo de líquido nos pulmões. Caso o coração não seja capaz de fornecer sangue ao corpo, também pode ocorrer uma queda repentina de pressão arterial ou choque cardiogênico.

Homens e mulheres podem ter diferentes sintomas de ataque cardíaco

Saiba que nem todo ataque cardíaco apresenta os sintomas mais comuns, como dor no peito ou falta de ar. As mulheres são mais propensas a terem sintomas não convencionais de ataque cardíaco, como fadiga e náusea, por outro lado, os homens muitas vezes manifestam sintomas mais comuns, como dor no peito, por exemplo. Talvez esse seja o motivo que, apesar de uma maior incidência de ataques cardíacos em homens em comparação com mulheres, as mulheres apresentam uma taxa de mortalidade elevada em 1 ano após a ocorrência de um ataque.

Pesquisadores da Nova Southeastern University, na Flórida, analisaram 74 estudos que sobre as diferenças nos sintomas de ataque cardíaco entre mulheres e homens, revelando certos paralelos. Ambos relataram sintomas de dor, aperto ou pressão no peito, como sintomas prevalentes na chegada ao hospital, conforme indicado nos resultados publicados no Cureus.

Homens relataram dor no peito como o sintoma principal 13% a 15% mais vezes do que mulheres e demonstraram maior predileção para sentir dor em queimação, além de sudorese. Os sintomas compartilhados entre ambos os sexos incluíam: dor no peito, braço ou mandíbula, peso, aperto ou sensação de esmagamento. Por outro lado, as mulheres eram propensas a sintomas incomuns, como náuseas, vômitos, tonturas e medo de morrer.

Variações notáveis ​​​​Foram observadas variações na localização da dor, com as mulheres sentindo mais desconforto na mandíbula, pescoço, parte superior das costas, braço, ombro e mão esquerda, além do abdômen. Além disso, as mulheres apresentaram mais tipos de sintomas, com maior prevalência. Comparado aos homens, as mulheres com idades entre os 18 e os 55 anos relataram 10% mais sintomas durante um ataque cardíaco, enquanto aquelas com 75 anos ou mais tiveram 17% mais sintomas.

Algumas pessoas apresentam sintomas de ataque cardíaco dias ou semanas antes. Os sintomas podem começar a surgir até um ano antes, em alguns casos. Ocorrem com mais frequência em mulheres do que em homens, os conhecidos sintomas podrômicos, e em ondem de prevalência são eles:

  • Sensação anormal de cansaço 
  • Perturbações do sono
  • Ansiedade
  • Falta de ar
  • Dores no peito, braço e costas

O que é parada cardíaca?

A parada cardíaca ocorre de maneira repentina devido a um mau funcionamento do coração, fazendo com que os batimentos parem. Alguns casos de parada cardíaca são assintomáticos. Em outros casos, podem ocorrer os seguintes sintomas antes do evento:

Fadiga

Tontura

Falta de ar

Náusea

Dor no peito

Palpitações cardíacas (batimento cardíaco rápido ou acelerado)

Perda de consciência

Embora a perda de sangue, a falta de oxigênio e os altos níveis de potássio e magnésio possam causar uma parada cardíaca, são 3 as causas principais:

1.Arritmia — Um sinal elétrico no coração pode provocar a irregularidade dos batimentos cardíacos, conhecidos como fibrilação ventricular, que é a principal causa de parada cardíaca. É descrito como um batimento cardíaco tão rápido que o coração treme em vez de bombear sangue.

2.Cardiomiopatia — Isso provoca contrações cardíacas anormais.

3.Doença arterial coronária — Se as artérias coronárias ficarem bloqueadas por placas, o fluxo sanguíneo para o coração ficará bloqueado. Caso não seja tratada, pode provocar insuficiência cardíaca ou arritmia, que causa parada cardíaca.

Embora a parada cardíaca, em geral, seja algo que ocorre de maneira silenciosa, existem alguns fatores que aumentam o risco, que incluem:

Excesso de uso de álcool ou drogas

Histórico familiar de doença cardíaca ou parada cardíaca

Problemas cardíacos

Pressão alta

Baixos níveis de potássio ou magnésio

Obesidade

Tabagismo

Qual é a diferença entre ataque cardíaco e parada cardíaca?

O ataque cardíaco ocorre devido ao bloqueio do fluxo sanguíneo para o coração, já uma parada cardíaca resulta em perda de consciência e ausência de pulso. Conforme observado pela American Heart Association, “Um ataque cardíaco é um problema de ‘circulação’ e uma parada cardíaca súbita é um problema ‘elétrico.’”

Uma das principais diferenças é que quem sofre um ataque cardíaco permanece consciente com o coração batendo, enquanto uma pessoa que sofre uma parada cardíaca súbita perde a consciência e não apresenta um batimento cardíaco detectável. Embora um ataque cardíaco bloqueie a passagem de oxigênio ao coração, a parada cardíaca interfere nos impulsos elétricos.

Durante a ocorrência de um ataque cardíaco, a redução do fluxo sanguíneo pode privar parte do coração de oxigênio, porém, outras partes do músculo continuam se contraindo.

Por outro lado, doenças físicas como cardiomiopatia, insuficiência cardíaca ou arritmias podem afetar o sistema elétrico do coração durante uma parada cardíaca. A ocorrência de um ataque cardíaco aumenta o risco de uma parada cardíaca súbita devido ao impacto no sistema elétrico do coração provocado pelo bloqueio de oxigênio. O bloqueio da passagem de oxigênio para o coração durante um ataque cardíaco prejudica seus impulsos elétricos, o que pode ser responsável por uma parada cardíaca.

O que fazer em caso de ataque ou parada cardíaca

Tanto o ataque cardíaco quanto a parada cardíaca são condições fatais que necessitam uma atenção médica de emergência. Ligue para o 911 e vá até um pronto-socorro o mais rápido possível. Caso tenha acesso a um desfibrilador externo automático (DEA), que deve ser utilizado de maneira imediata para ajudar uma pessoa que esteja apresentando uma parada cardíaca, onde a mesma não responde, não respira ou esboce alguma reação.

Os DEAs são exigidos em determinados espaços públicos de muitos estados dos EUA, além de escolas, instalações esportivas, cassinos e campos de golfe públicos. Quando a equipe médica de emergência chegar para ajudar uma pessoa que apresente uma parada cardíaca, ela utilizará um desfibrilador de maneira imediata. Após o choque, inicie a reanimação cardiopulmonar (RCP) ou as compressões torácicas quanto antes, continuando durante 2 minutos antes de verificar se outro choque será necessário.

Caso não tenha acesso a um DEA, a pessoa que esteja sofrendo de parada cardíaca deve receber RCP ou compressões torácicas enquanto espera pela emergência. Para pessoas com experiência em cuidados médicos ou proficientes em RCP, a AHA defende a RCP tradicional, envolvendo compressões torácicas e respiração boca a boca, em uma proporção de 30 para 2 (30 compressões seguidas de 2 respirações) repetindo essa sequência.

Entretanto, para a população em geral, a AHA recomenda e enfatiza a da RCP somente com as mãos, também chamada de RCP somente com compressão. A essência consiste em empurrar com força e rapidez no centro do peito. É fundamental uma ação rápida, pois a cada minuto de atraso na RCP, a chance de sobrevivência da pessoa é reduzida em 10%. Portanto, fazer algo, mesmo que não seja perfeito, muitas vezes é do que não fazer nada. A RCP feita apenas com as mãos é simples e segue as seguintes etapas:

  • Faça compressões torácicas com uma frequência de 100 a 120 por minuto. Essa é quase a mesma batida da música “Stayin’ Alive,” que possui 100 batidas por minuto
  • As compressões devem ser feitas com força suficiente, a uma profundidade de cerca de 5 cm para um adulto médio
  • Não pare; minimize interrupções nas compressões torácicas
  • Evite se apoiar no paciente entre as compressões

Cerca de 90% das pessoas que sofrem parada cardíaca fora do ambiente hospitalar morrem. No entanto, se a RCP for realizada de maneira imediata, a probabilidade de sobrevivência da pessoa pode ser duplicada ou até triplicada.

Azul de metileno e melatonina, 2 itens cruciais em caso de ataque cardíaco

Recomendo ter azul de metileno (a molécula precursora da hidroxicloroquina e da cloroquina) e melatonina disponíveis em casa. Embora a morte súbita seja algo comum da doença cardíaca, os indivíduos sobreviventes enfrentam a grave ameaça de lesão de reperfusão, onde a disfunção celular e a morte podem piorar após a restauração do fluxo sanguíneo.

A administração de azul de metileno pode reduzir bem os danos nos tecidos; porém, a dosagem adequada é fundamental para evitar overdose. Utilize uma colher pequena para medição precisa, conforme discutido em minha entrevista com Francisco Gonzalez-Lima, Ph.D., especialista em azul de metileno.

Para tratamentos de longo prazo, tais como e tratamento de demência, cuidados pós-acidente, aprimoramento cognitivo e melhoria geral da saúde, é recomendável administrar doses baixas de 0,5 miligrama (mg) por quilograma de peso corporal.

Além disso, mantenha a melatonina em dose sublingual de 10 mg. Esse potente antioxidante pode reduzir lesões de reperfusão se utilizado após a ocorrência de um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral. Administre também o azul de metileno após a ocorrência do evento cardíaco para atingir o limite de tempo crítico, ressaltando a importância de manter esses itens em seu kit médico de emergência.

Tratamento, recuperação e prevenção de ataques cardíacos

Quando estiver no hospital, os médicos trabalharão para estabilizar sua condição, fornecendo oxigênio e medicamentos para dissolver coágulos sanguíneos. Também podem ser necessárias intervenções para ajudar na restauração do fluxo sanguíneo, incluindo angioplastia coronária e revascularização do miocárdio. Muitas pessoas não só sobrevivem a ataques cardíacos, mas também vivem vidas mais longas e saudáveis ​​após o ataque.

A reabilitação cardíaca é algo muito recomendado que envolve um programa supervisionado de física, mudanças na dieta e alívio do estresse. Para muitas pessoas, as atividades normais podem ser retomadas algumas semanas após o evento. Não se esqueça de que, após um ataque cardíaco, o risco de outro aumenta.

Por esse motivo que as mudanças no estilo de vida são muito importantes, não apenas para um coração saudável, mas para mantê-lo assim. Isso inclui uma alimentação saudável, evitar excesso de ácido linoleico presente em óleos de sementes, prática de exercícios, lidar com o estresse e dormir bem. Por exemplo, mulheres com baixos níveis de aptidão física apresentam um maior risco de morrer por qualquer causa, incluindo paragem cardíaca. Embora a parada cardíaca muitas vezes é algo inesperado, levando a um processo contínuo estilo de vida saudável para o coração é a melhor abordagem para a prevenção.

Com isso em mente, muitas doenças, inclusive cardiovasculares, parecem estar presentes devido à disfunção mitocondrial.

O ubiquinol (a forma reduzida e rica em elétrons de CoQ10 que seu organismo produz de maneira natural) é muito importante na cadeia de transporte de elétrons de suas mitocôndrias, facilitando a conversão de substratos energéticos e oxigênio em energia biológica, necessário para as suas células para a vida, reparação e regeneração.

Já que a CoQ10 é fundamental para a saúde do coração, se você não ingerir o suficiente desse importante composto, a saúde do seu coração poderá ser prejudicada. Na verdade, níveis baixos de CoQ10 foram encontradas em 75% dos pacientes com doença cardíaca isquêmica.

A suplementação pode ser eficaz para manter os níveis de CoQ10 altos o suficiente para uma saúde ideal, dependendo da sua e estado de saúde. Para os idosos, o uso do ubiquinol é mais recomendado, pois ele é absorvido na hora. Já os jovens conseguem fazer um melhor uso da suplementação de CoQ10.

É sugerido uma dose entre 30 mg a 100 mg por dia, caso seja uma pessoa saudável, ou 60 a 1.200 mg por dia se estiver doente ou apresentar problemas de saúde subjacentes. Você pode aumentar a dosagem para 200 ou 300 mg ao dia, caso esteja sob muito estresse, faça exercícios físicos ou tenha uma vida agitada. Você necessita utilizar no mínimo 100 a 200mg de ubiquinol ou CoQ10 por dia, ou mais se tiver tomando estatina, lembre-se. Consulte um médico para determinar a dosagem ideal.