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Ciência & Saúde

Rochas com 3,5 bilhões de anos da Terra primitiva encontradas na Austrália: Descoberta impressionante!

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A crosta da Terra é essa casquinha de rocha sólida e relativamente fina em que você e todo o resto do planeta estão apoiados. Como um biscoito quebrado, ela se divide em placas tectônicas (ou placas litosféricas). Essas placas se movimentam lentamente “boiando” no magma viscoso do , localizado logo abaixo.

Nos locais onde as placas se encontram, uma delas pode acabar sendo empurrada para baixo da outra. Conforme entra em contato com o manto lá embaixo, a placa derrete – acaba fundida e incorporada ao piscinão de magma incandescente. É a chamada subducção.

Mas é claro: se uma placa está entrando na Terra em uma ponta, isso significa que na ponta oposta ela está deixando uma área descoberta, com o manto exposto. Nesse locais, o magma pode emergir, alcançar a superfície e se solidificar, formando novos trechos de crosta para compensar os que passaram pela subducção lá do outro lado. 

Isso significa que a crosta está em eterna reciclagem. Some isso a outros processos, como erosão e o acúmulo de sedimentos e rochas vulcânicas mais novas em cima das antigas, e o resultado é que é dificílimo encontrar pedregulhos realmente velhos, formados na infância da Terra.

É por isso que um grupo de geólogos e geofísicos australianos estão felizes em anunciar que encontraram rochas antiquíssimas, com cerca de 3,5 bilhões de anos, alguns quilômetros ao sul da cidade de Perth. Estudá-las nos dará uma ideia mais precisa de como a superfície do nosso planeta se formou.

Já existe um grande depósito dessas rochas, velho conhecido dos cientistas, 700 km ao norte de Perth. Achá-las na extremidade oposta da cidade significa que essas amostras ocupa uma área muito maior do que se pensava anteriormente, o que é uma ótima notícia para quem curte pedra vintage.

Os pesquisadores da Universidade Curtin e do Serviço Geológico Australiano publicaram a descoberta no periódico especializado Communications Earth and Environment. 

O achado foi possível graças a estruturas chamadas diques (que não tem nada a ver com os diques que servem como depósitos de água; esse é só um termo técnico da geologia).

Os diques se formam quando um bocado de magma oriundo do manto terrestre penetra na crostra e alcança a superfície. Quando esse magma se solidifica, ele forma um tubo de rocha sólida. Mais ou menos como o buraquinho deixado por um traça quando ela atravessa um livro, página por página. Dê uma olhada na foto abaixo, que fecha o texto. Os diques estão em preto.

Esses diques alcançam até 50 km de profundidade, muito além do buraco mais fundo já cavado pelo ser humano, que chega a 12 km. Na viagem do magma até a superfície, ele trás consigo uma porção de coisinhas curiosas, incluindo cristais de um chamado zircônio, onde ficam presas pequenas porções de urânio.

O urânio é um elemento instável, cujos átomos se quebram em átomos menores a uma taxa conhecida. Sabendo essa taxa, é possível descobrir a do zircônio em que o urânio está preso. E é assim que os pesquisadores puderam concluir que há rochas de 3,44 bilhões de anos no fundão do solo australiano. Idosas de respeito, indeed.

Imagem de paredão de rocha listrado, com rochas pretas e cinza alternadas.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: abril

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