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Ciência & Saúde

‘Orcas: Comportamento de bullying antes de caçar suas presas’

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Apesar de filmes como o clássico Tubarão terem povoado o imaginário popular com a ideia de que esses peixões são os predadores mais perigosos dos oceanos, o topo da cadeia alimentar oceânica, na verdade, pertence a outro animal marinho. As orcas possuem diversas e sofisticadas estratégias de caça, e uma delas é fazer bullying com as presas.

Antes de mais nada, vale aquele velho lembrete: apesar da alcunha “baleia assassina”, esses animais não são exatamente baleias. As orcas (Orcinus orca) também são mamíferos cetáceos, mas elas pertencem ao grupo dos odontocetos, o que significa que elas tem dentes, como os golfinhos.

Na verdade, o mais adequado é dizer que as orcas são os maiores golfinhos dos oceanos. As baleias propriamente ditas pertencem, em geral, a outro grupo de cetáceos, os misticetos, que possuem estruturas de queratina chamadas de barbas no dos dentes, responsáveis por filtrar comida. 

Porém, existem sim animais que são chamados de baleias e possuem dentes, como as cachalotes. No fim, usar o termo golfinho ou baleia para as orcas é só uma questão de nomenclatura: o que existem são cetáceos com dentes e cetáceos com barbas. 

As orcas predam praticamente todo tipo de animal nos mares e oceanos. Apesar dos alvos mais comuns serem leões marinhos, focas, pinguins e baleias de menor porte, elas já foram vistas caçando tubarões brancos e até mesmo a baleia azul – o maior animal do planeta. 

Apesar de serem exímias caçadoras e predarem quase todo o tipo de animal nos oceanos, as orcas não são conhecidas por sua agressividade com humanos. Elas são extremamente inteligentes, e possuem e um sistema de comunicação tão complexo que conseguem até imitar os nossos sons

Em todo o planeta, existem diversos subgrupos de orcas. Apesar de pertencerem todos à mesma espécie, eles apresentam comportamentos e características diferentes uns dos outros (como um sotaque próprio, por exemplo). Essas pequenas diferenças culturais e genéticas são conhecidas como ecotipos

Tanto as presas quanto as táticas empregadas para a sua caça variam conforme o ecotipo. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores do Canadá e EUA, e publicado recentemente na revista especializada Plos One, essas táticas variam dependendo do habitat no qual cada ecotipo vive (mais próximos a regiões costeiras ou em alto mar, por exemplo).

Os pesquisadores estudaram três ecótipos de orcas residentes na região nordeste Oceano Pacifico: populações chamadas de residentes, transientes e de alto mar. As orcas do grupo das transientes observadas na Baía de Monterey, por exemplo, preferiram permanecer em águas abertas e profundas. Elas costumam se alimentar principalmente de leões-marinhos da Califórnia, filhotes de baleias cinzentas e focas-elefantes do norte.

 

 

 

O mais curioso, entretanto, é que elas têm requintes de crueldade: enchem o saco das presas antes de se alimentar. O bullying começa com empurrões com suas cabeças e caudas. Elas também podem arremessar os animais para cima antes de finalmente realizarem o ataque fatal.

“Eles demonstraram técnicas de caça especializadas que diferem daquelas usadas para capturar mamíferos marinhos em águas rasas próximas à costa, associadas a recifes, formações rochosas e ilhotas”, conta ao Science Alert Josh McInnes, biólogo da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, e um dos líderes do estudo.

A foi feita analisando um banco de dados com informações sobre excursões para observação de baleias entre 2014 e 2021, dentre outros registros de encontros com orcas transientes.

Quando caçavam leões ou elefantes marinhos, por exemplo, um grupo de orcas cercava o animal e o acertava com a cabeça e a cauda, arremessando-o para fora da água várias vezes. No dos elefantes-marinhos, elas ainda sacudiam o animal agarrando-o pelas nadadeiras. Depois de morta, elas dividiam e comiam a presa.

A caça de outros golfinhos, por sua vez, envolve separar um indivíduo do grupo e jogá-lo para o ar atacando-o por baixo. Já quando caça filhotes de baleias cinzentas, o grupo separa um filhote da mãe e depois pula em cima do animal até afogá-lo.

Fonte: abril

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