“Pane no sistema!” O chip anticoncepcional é uma tecnologia moderna que se tornou popular recentemente. Na realidade, ele não se trata de um chip, como esclarece a ginecologista e osbtetra do Dicas de Mulher, mas sim de um implante anticoncepcional. A especialista respondeu as dúvidas mais comuns sobre esse método contraceptivo, confira.
Conheça a especialista
Dra. Karen Rocha de Pauw é médica ginecologista e obstetra, com especialização em reprodução humana e ênfase em endocrinologia da menopausa. Ela dedica sua carreira à prática da medicina empática e à disseminação de informações sobre saúde.
O que é o chip anticoncepcional?
O implante hormonal, chamado popularmente de chip anticoncepcional, é um método contraceptivo de longa duração (chamado de LARCs pelos médicos, uma sigla inglesa). É um medicamento sob a forma de um pequeno bastão (com 4 cm de comprimento e 2 milímetros de diâmetro), que contém um hormônio que inibe a ovulação.
Para que serve o chip anticoncepcional?
A ideia desse implante hormonal é evitar a gravidez, que só ocorre se houver a ovulação. Ele age como a pílula anticoncepcional, mas com uma vantagem: você não precisa lembrar de tomar um medicamento diariamente. Aliás, o implante garante 99% de chances de não engravidar, o que a pílula só conseguirá garantir se for tomada religiosamente no mesmo horário todos os dias.
Como funciona o chip anticoncepcional?
Atualmente, no Brasil, só existe um implante hormonal vendido pela indústria farmacêutica, o chamado Implanon. Ele é composto pelo hormônio etonogestrel, também encontrado em alguns anéis vaginais. Esse hormônio atua diretamente na função ovariana, impedindo a ovulação e alterando o muco cervical, não permitindo, assim, a passagem dos espermatozoides.
O bastão, colocado na parte interna do antebraço da paciente, ficando embaixo da pele. Isso é feito com ajuda de um aparelhinho e não deixa cicatriz. O próprio ginecologista faz a aplicação em consultório, colocando anestesia no local e um pequeno curativo que não deve ser retirado por 24 horas.
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Durante 3 anos, o chip libera o hormônio, depois disso, se você quiser renová-lo, seu ginecologista irá retirá-lo e colocar um novo.
Quem pode usar o chip anticoncepcional?
A maioria das mulheres que não deseja engravidar nos próximos anos pode usar o implante anticoncepcional. Segundo a especialista, é uma ótima indicação para as mulheres que desejam praticidade e segurança, visto que elas não precisarão tomar remédio diariamente.
O método é muito indicado para adolescentes e jovens adultas, pois tendem a esquecer de tomar a pílula com mais facilidade. Entretanto, mulheres de todas as idades podem fazer o implante hormonal.
Efeitos colaterais e contraindicações
Como qualquer método contraceptivo, o chip anticoncepcional possui contraindicações. As principais são:
- Trombose venosa ou arterial.
- Trombose pulmonar.
- Doenças no fígado.
- Sangramento genital de origem desconhecida.
- Gravidez indesejada.
- Alergia aos componentes do implante.
É muito importante conversar com seu ginecologista sobre possíveis problemas de saúde. Assim, ele poderá pedir exames e verificar se o implante é o melhor método para você.
Outro ponto importante é conhecer os possíveis efeitos colaterais do método. De acordo com a ginecologista, a reação adversa mais comum é o sangramento irregular. Além disso, algumas mulheres apresentam alterações na pele, como surgimento de acne e ganho de peso – efeitos colaterais presentes também em outros métodos anticoncepcionais.
Dúvidas sobre o chip anticoncepcional
Está pensando em adotar o chip anticoncepcional como seu método contraceptivo? É normal ter dúvidas. Tire as suas com as respostas da ginecologista. Acompanhe!
Dicas de Mulher – Após três anos, como o chip anticoncepcional é retirado?
Aplica-se uma pequena anestesia na face interior do antebraço e faz uma pequena incisão. Depois disso, o implante é empurrado suavemente e retirado com o auxílio de uma pinça de apreensão. Um curativo é feito no local e a paciente pode ir para casa e seguir suas atividades normalmente.
DM: Após retirar, em quanto tempo volto a ter chances de engravidar?
Normalmente, as mulheres voltam a menstruar e, consequentemente, a ovular entre um e três meses após a retirada do implante hormonal. Entretanto, lembre-se, o tempo que você vai demorar para engravidar depende de várias questões, inclusive do fator masculino, ou seja, de problemas do seu parceiro.
DM: O uso de chip anticoncepcional engorda?
Os estudos não demonstram ganho expressivo de peso associado ao método. Se ocorrer, é discreto, equivalente a outros métodos hormonais.
DM: Quem usa chip anticoncepcional continua menstruando?
O padrão de sangramento após inserção é variável, a maioria das mulheres deixa de menstruar ou sangra esporadicamente. Mas algumas apresentam sangramento intermitente (o que causa desconfortável). Por isso é fundamental entender bem o método e tirar todas as dúvidas antes da inserção. A anticoncepção deve ser personalizada, ou seja, cada mulher tem um perfil que se adapta melhor aos determinados métodos. A satisfação com o método escolhido depende muito dessa conversa prévia.
DM: É possível personalizar os hormônios do chip anticoncepcional conforme a paciente?
Não é possível personalizar, pois o implante contraceptivo, comercializado pela indústria farmacêutica no Brasil, contém um único componente com uma dosagem única. Não podemos confundir com os pallets hormonais, manipulados em farmácias, indicados para a terapia de reposição hormonal.
DM: É seguro colocar chip anticoncepcional?
Sim, a inserção e o uso são seguros, desde que haja uma indicação médica, considerando o perfil de cada paciente, e o chip seja implantado por um médico habilitado.
DM: É possível colocar o chip anticoncepcional pelo SUS? E por plano de saúde?
O Ministério da Saúde incorporou ao Sistema Único de Saúde (SUS) o implante subdérmico de etonogestrel para a prevenção da gravidez não planejada por mulheres adultas com idade entre 18 e 49 anos. Assim, vão receber o implante, mulheres em situação de rua; com HIV/AIDS, privadas de liberdade, trabalhadoras do sexo, e em tratamento de tuberculose no âmbito do SUS. Um programa específico de assistência para esses grupos está sendo criado, associado às políticas de planejamento familiar. Até agora, o chip é fornecido apenas para populações específicas. Os planos de saúde não preveem cobertura para o método.
DM: Qual o valor, em média, de um chip anticoncepcional?
O implante pode custar por volta de R$ 1.000. Mas é importante destacar que tanto seu preço quanto o valor da consulta, colocação e os honorários médicos variam de acordo com cada profissional e região do país.
Cada vez mais, encontramos diferentes métodos anticoncepcionais, que aumentam o poder de escolha da mulher. Com isso, ela pode planejar sua gravidez com mais segurança ou optar por não ter filhos. Entre as opções contraceptivas, o DIU de Mirena possui longa duração hormonal. Conheça!
Fonte: dicasdemulher