A evolução humana é um campo em constante desenvolvimento, e novas evidências podem desafiar ou ampliar nossas compreensões atuais.
Recentemente, foram feitas algumas descobertas importantes relacionadas aos hominídeos e à evolução humana.
Em uma pesquisa da Universidade de Princeton, paleontólogos encontraram em cavernas da África do Sul, sinais surpreendentes sobre o Homo naledi.
Essa espécie de hominídeo foi descoberta há pouco tempo, sendo escrita pela primeira vez em 2015.
Porém, está desafiando o entendimento científico sobre o que nos torna humanos.
Conforme o estudo, o Homo naledi tinha cérebro pequeno e hábitos que haviam sido identificados somente em Homo sapiens e nos neandertais.
Ainda de acordo com os pesquisadores, a espécie pode ter sido o primeiro grupo a utilizar símbolos.
Dessa forma, pode-se concluir que essa habilidade não está exclusivamente ligada ao tamanho do cérebro, como se acreditava anteriormente.
Além disso, a descoberta aponta a existência de rituais de sepultamento e atividades funerárias primitivas.
Isso representa uma das primeiras evidências de múltiplos enterros.
Esses dados colocam em dúvida suposições importantes sobre a evolução do comportamento e cognição em hominídeos durante o período Pleistoceno.
Para John Hawks, paleoantropólogo da Universidade de Wisconsin-Madison, o comportamento cultural é muito humano para uma espécie que tem um cérebro que corresponde a um terço do nosso.
“Isso contradiz o conceito de que foi o tamanho do cérebro que nos tornou humanos”, concluiu John.
Na imagem você pode ver os pesquisadores dentro de um sistema de cavernas conhecido como “Estrela Ascendente”, na África do Sul.
De acordo com os fósseis encontrados, o Homo naledi viveu cerca de 241 mil a 335 mil anos atrás.
Eles habitavam as cavernas conhecidas como “Estrela Ascendente” próximo a Joanesburgo, África do Sul.
A espécie apresentava características humanas em seus pés, mãos e dentes.
A estrutura corporal também é semelhante à humana, com cerca de 100 quilos e 1,50 metros de altura.
Já o cérebro era do tamanho de uma laranja, semelhante ao dos chimpanzés.
Segundo Lee Berger, paleoantropólogo e coautor da pesquisa, nunca houve uma criatura com a mesma complexidade que nós, seres humanos.
“O Homo naledi ameaça a narrativa muito claramente definida da ascensão do excepcionalismo humano”, afirma Lee.
Na imagem acima, os pesquisadores estão montando os “esqueletos” com os ossos encontrados.
A espécie recebeu o nome de naledi pois a palavra é um dialeto sul-africano e significa estrela, fazendo referência ao local onde os fósseis foram encontrados, nas cavernas “Estrela Ascendente”.
A região é de difícil acesso, porém, com o uso de um sistema de câmeras, os cientistas conseguiram descobrir mais de 1.500 ossos pertencentes ao Homo naledi.
Isso possibilitou à equipe reconstruir um esqueleto completo e cerca de 15 incompletos.
Além disso, também foram encontrados indícios do uso de fogo e ossos queimados.
No entanto, algo que chamou a atenção dos pesquisadores foi como aquela quantidade de ossos estava tudo junto e no mesmo lugar.
Isso os levou a levantar três hipótese, sendo elas:
1 – um grupo desses indivíduos morreu dentro da caverna, todos juntos;
2 – pode ter ocorrido uma inundação ou deslizamento de terra, levando os ossos para dentro da caverna;
3 – o local pode ter sido usado como cemitério por aquele povo, mas essa é a teoria mais controversa.
Uma exploração adicional, feita por câmaras dentro de uma caverna, revelou corpos, incluindo de crianças.
Eles estavam em diferentes níveis de depressões do solo, que foram identificadas como escavações propositais pelos pesquisadores.
Após a descoberta, com muito cuidado e segurança, o conteúdo das escavações foi trazido para a superfície.
Em seguida, o material passou por exames, onde foi usado tomografia computadorizada.
Os diagnósticos confirmaram que os ossos pertenciam a um único indivíduo, justificando a hipótese que um corpo enterrado havia sido descoberto.
Dessa forma, exclui-se a possibilidade de ser uma mistura de ossos de diferentes indivíduos que poderiam ter caído no mesmo local.
O sistema da caverna possui pelo menos 300 metros de profundidade e mais de quatro quilômetros de extensão.
Na imagem acima, o paleoantropólogo Lee Berger entrando em uma caverna estreita e de difícil acesso.
Para Berger, eles (Homo naledi) não queriam que seus mortos ficassem em um espaço fácil de chegar, por isso enterravam em um local profundo e de difícil acesso.
Durante a continuidade da pesquisa, em julho de 2022, algumas gravuras semelhantes às de hoje em dia foram descobertas.
Uma das câmeras utilizadas na expedição encontrou um padrão cruzado parecido com a hashtag (#).
Ao que tudo indica, essa gravura foi esculpida com uma ferramenta pontiaguda.
Esses símbolos remetem uma forte conexão com o ser humano moderno.
Conforme os pesquisadores, essas gravuras podem ser consideradas um passo cognitivo da evolução humana.
Fonte: curapelanatureza