RESUMO DA MATÉRIA
A doença de Alzheimer, para a qual não existe tratamento ou cura convencional eficaz, afeta cerca de 5,4 milhões de americanos e a prevalência deve triplicar até 2050
- Escolhas de estilo de vida, como dieta, exercícios e sono, podem ter um impacto significativo. Diretrizes de prevenção estão incluídas
- Ter um ou dois genes ApoE4 aumenta o risco de Alzheimer ao longo da vida entre 30 e 50%, respectivamente. Enquanto isso, pesquisas sugerem que dietas ricas em carboidratos podem aumentar o risco de demência em 89%, enquanto dietas contendo gordura o reduzem em 44%
Por Dr. Mercola
A doença de Alzheimer, para a qual a medicina convencional acredita não haver tratamento ou cura eficaz, afeta atualmente cerca de 5,4 milhões de pessoas e a prevalência deve triplicar até 2050. Nas próximas duas décadas, essa forma grave e letal de demência pode afetar até um quarto da população dos EUA.
Escolhas de estilo de vida, como dieta, exercícios e sono, podem ter um impacto significativo. Conforme observado antes pelo Dr. Richard Lipton do Albert Einstein College of Medicine, onde estudam o envelhecimento saudável, as mudanças no estilo de vida “parecem mais promissoras do que os estudos de medicamentos até agora”. Assim como ocorre com a saúde em geral, sua dieta desempenha um papel fundamental. Os alimentos processados tendem a ser quase desprovidos de gordura saudável, ao mesmo tempo em que são excessivos em açúcares refinados, e essa combinação parece ser um dos fatores principais do problema.
Uma alimentação com excesso de açúcar aumenta significativamente o risco de demência
Um dos estudos mais marcantes sobre carboidratos e saúde do cérebro revelou que uma alimentação rica no mesmo, aumenta o risco de demência em 89%, enquanto alimentações contendo gordura o reduzem em 44%. Segundo os autores, “um padrão alimentar com ingestão calórica relativamente alta de carboidratos e baixa ingestão calórica de gordura e proteínas pode aumentar o risco de comprometimento cognitivo leve ou demência em idosos.”
Estudos também sugerem que a doença de Alzheimer está intrinsecamente ligada à resistência à insulina; mesmo a elevação leve do açúcar no sangue está associada a um risco elevado de demência. Diabetes e doenças cardíacas também são conhecidos por elevar seu risco, e ambos estão conectados com a resistência à insulina.
Essa conexão entre alimentações ricas em açúcar e Alzheimer foi destacada outra vez, em um estudo longitudinal publicado na revista Diabetologia em janeiro de 2018. Quase 5.190 indivíduos foram acompanhados ao longo de uma década, e os resultados mostraram que quanto maior o nível de açúcar no sangue de uma pessoa, mais rápida sua taxa de declínio cognitivo.
Diabéticos tipo 1 e tipo 2 possuem maior risco de desenvolver Alzheimer
A conexão entre o açúcar e a doença de Alzheimer foi abordada pela primeira vez em 2005, quando a doença foi de apelidada de maneira provisória como “diabetes tipo 3”. Naquela época, os pesquisadores descobriram que seu cérebro produz insulina necessária para a sobrevivência de suas células cerebrais. Uma proteína tóxica chamada ADDL remove os receptores de insulina das células nervosas, tornando esses neurônios resistentes à insulina e, à medida que os ADDLs se acumulam, sua memória começa a se deteriorar.
Enquanto os baixos níveis de insulina em seu organismo estão associados à melhoria da saúde, o oposto parece ser verdade, se tratando da insulina produzida em seu cérebro. A redução da insulina cerebral, na verdade contribui para a degeneração das células cerebrais. Estudos descobriram que pessoas com níveis mais baixos de insulina e receptores de insulina em seu cérebro de certo modo apresentam a doença de Alzheimer.
Conforme os pesquisadores, “essas anormalidades não correspondem ao diabetes tipo 1 ou tipo 2, porém refletem um processo de doença diferente e mais complexo que se origina no sistema nervoso central.”
Em 2016, pesquisadores do departamento de biologia John’s Hopkins descobriram que o fator de crescimento nervoso, uma proteína encontrada no sistema nervoso envolvida no crescimento dos neurônios, também desencadeia a liberação de insulina no pâncreas. Portanto, parece existir uma relação bastante complexa entre insulina corporal, insulina cerebral e função cerebral, e de certo modo apenas começamos a desvendar todas essas conexões.
Caso em questão, mesmo as pessoas que apresentam diabetes tipo 1 correm maior risco de desenvolver Alzheimer, mesmo que seus organismos não produzam insulina.
O açúcar gera nados na estrutura e na função do cérebro
Uma pesquisa publicada em 2013, mostrou que o açúcar e outros carboidratos podem atrapalhar a função cerebral, mesmo que você não seja diabético ou apresente qualquer sinal ligado à demência. Marcadores de glicose de curto e a longo prazo, foram avaliados em idosos saudáveis, não diabéticos e sem demência. Testes de memória e imagens cerebrais também foram utilizados para avaliar a função cerebral e a estrutura real do hipocampo.
As informações encontradas, revelaram que quanto maiores às duas medidas de glicemia, menor o hipocampo, mais comprometida sua estrutura e pior a memória do indivíduo. Segundo os autores, as mudanças estruturais sozinhas no hipocampo podem explicar de modo parcial a ligação estatística que nós observamos entre a glicose e memória, já que seu hipocampo está envolvido com a formação, organização e armazenamento de memórias.
Os resultados sugerem que a glicose contribui diretamente para a atrofia do hipocampo, significando assim que, mesmo que você não seja resistente à insulina ou apresente diabetes, o excesso de açúcar ainda pode ser prejudicial para sua memória. Os autores sugerem que “estratégias destinadas a reduzir os níveis de glicose, mesmo na faixa normal, podem influenciar de maneira benéfica à cognição em idosos.”
Um estudo semelhante publicado em 2014, descobriu que as pessoas que apresentavam diabetes tipo 2, perdem mais massa cinzenta com a idade do que o normal, e essa atrofia cerebral também ajuda na explicação do porque os diabéticos possuem maior risco de demência e apresentam início mais precoce da mesma, do que as pessoas que não possuem diabetes.
Conforme observado pelo Dr. Sam Gandy, diretor do Centro de Saúde Cognitiva do Hospital Mount Sinai em Nova York, essas descobertas “sugerem que elevados níveis crônicos de insulina e açúcar podem ser tóxicos para as células cerebrais”, acrescentando que “Isso de fato é uma causa potencial no desenvolvimento de demência.”
Progresso feito no desenvolvimento de um exame de sangue para a doença de Alzheimer
Em notícias relacionadas, pesquisadores anunciaram avanços no desenvolvimento de um exame de sangue, para detectar a doença de Alzheimer. O teste é projetado para detectar beta-amiloide, a proteína tóxica conhecida por se acumular no cérebro de pacientes que apresentam Alzheimer. Em um estudo recente, o teste foi 90% preciso na detecção da doença, em um grupo apresentando 370 participantes.
No presente momento, o único modo de medir a beta-amiloide é através de tomografia cerebral ou punção lombar, ambas invasivas e de elevado custo, e só podem detectar a doença após a mesma ter progredido suficientemente. Embora promissor, mais testes devem ser realizados para confirmar a precisão diagnóstica do exame de sangue, antes que ele possa ser liberado e utilizado na prática médica.
Uma das avaliações mais abrangentes do risco de Alzheimer é o protocolo ReCODE do Dr. Dale Bredesen, que avalia 150 fatores conhecidos por contribuir para a doença. Ele identifica o subtipo da doença ou sua combinação de subtipos, para que se possa elaborar um protocolo de tratamento eficaz.
Você pode aprender mais sobre isso em “ReCODE: The Reversal of Cognitive Decline”, a minha entrevista com ele. Em seu livro, você também encontrará uma lista de testes de triagem sugeridos e os intervalos recomendados para cada um, com algumas sugestões de tratamento fornecidas por Bredesen. O protocolo completo está descrito no livro de Bredesen, “The End of Alzheimer’s: The First Program to Prevent and Reverse Cognitive Decline.”
O açafrão pode reduzir o risco de Alzheimer, segundo mostrado por um estudo
Outros desenvolvimentos recentes incluem um estudo mostrando que a curcumina pode reduzir o risco de Alzheimer, melhorando a memória e o foco. O estudo duplo-cego, controlado por placebo, publicado no American Journal of Geriatric Psychiatry, incluiu 40 adultos com idades entre 50 e 90 anos, que relataram perdas de memória leves. Nenhum deles apresentava diagnóstico de demência no momento da inscrição. Os participantes receberam de maneira aleatória 90 miligramas de curcumina (suplemento de Theracurmin), sendo duas vezes ao dia durante 18 meses ou um placebo.
Uma avaliação cognitiva padronizada foi administrada no início do estudo e em intervalos de 6 meses depois. O nível de curcumina no sangue foi medido no início e no final do estudo. Dos participantes, 30 deles também foram submetidos a tomografia por emissão de pósitrons (PET) para avaliar seu nível de depósitos de amiloide e depósitos de proteínas tau antes e após o tratamento, ambos associados ao risco de Alzheimer.
As pessoas que receberam a suplementação de curcumina apresentaram melhoras consideráveis na memória e na concentração, enquanto o grupo de controle não sofreu qualquer melhora. As varreduras de PET, confirmaram que o grupo de tratamento teve um acúmulo bem menor de amiloide e tau em áreas do cérebro responsáveis pelo controle da memória, em comparação com os controles. O grupo da curcumina apresentou uma melhora de memória em 28% durante o período de tratamento de um ano e meio.
A curcumina também demonstrou aumentar os níveis de fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), e níveis reduzidos de BDNF foram associados à doença de Alzheimer. Ainda outra maneira pela qual a curcumina pode ser benéfica para seu cérebro e reduzir o risco de demência, é afetar as vias que ajudam a reverter a resistência à insulina, a hiperlipidemia e outros sintomas associados à síndrome metabólica e à obesidade.
Estratégias de Prevenção
Segundo o Dr. David Perlmutter, neurologista e autor de “Grain Brain” e “Brain Maker”, qualquer fator que promova a resistência à insulina também aumentará o risco de Alzheimer. Sendo assim, eu acrescentaria que qualquer estratégia que melhore sua função mitocondrial diminuirá seu risco. Considerando a falta de tratamentos eficazes, a prevenção realmente não pode ser enfatizada com força suficiente.
Em 2014, Bredesen publicou um artigo que demonstra o poder das escolhas de estilo de vida para a prevenção e tratamento da doença de Alzheimer. O Alzheimer foi revertido em 9 de 10 pacientes, como relata Bredesen em um estudo que detalha como a prática de 36 parâmetros de costumes saudáveis.
Estes costumes incluem exercícios, dieta cetogênica, otimização da vitamina D e outros hormônios, aumento da quantidade de sono, meditação, desintoxicação e eliminação do glúten e alimentos processados. É possível fazer o download do artigo completo de Dale, que descreve seu programa com detalhes. A seguir estão algumas das estratégias de estilo de vida que acredito serem as mais úteis e importantes:
Consuma alimentos de |
Substitua carboidratos |
Mantenha seus níveis de insulina em |
Otimize seu nível de ômega 3 — Se certifique também de |
Otimize sua flora intestinal — Para isso, evite alimentos |
Jejum intermitente — O jejum intermitente é uma |
Exercite-se de maneira regular e |
Otimize seus níveis de magnésio – Pesquisas preliminares |
Otimize seu nível de |
Evite e elimine o mercúrio de seu |
Evite e elimine o alumínio de seu |
Evite estatinas e |
Limite sua exposição a |
Fonte: mercola