Alimentos que podem ajudar a diminuir o risco de Alzheimer: Beterraba e suas propriedades benéficas para a saúde cerebral

📝RESUMO DA MATÉRIA

• Diminuindo a oxidação prejudicial dos neurônios em até 90%, uma pesquisa sugere que a beterraba pode ser um poderoso aliado na luta contra a doença de Alzheimer
• Beterraba pode melhorar o desempenho atlético, combater a inflamação, reduzir a pressão arterial, desintoxicar, diminuir o risco de insuficiência cardíaca e derrame, ajudar a combater o câncer e melhorar a neuroplasticidade cerebral
• A suplementação de açafrão também demonstrou reduzir os depósitos de amiloide e tau associados ao mal de Alzheimer e melhorar a memória e o foco em idosos que já sofrem lapsos de memória leves
• Pesquisas já demonstram que dietas ricas em carboidratos enquanto dietas ricas em gordura o reduzem em 44% e aumentam o risco de demência em 89%

🩺Por Dr. Mercola

Já se sabe que a beterraba reduz a pressão sanguínea, ajuda na desintoxicação e combate a inflamação. Além de fornecer benefícios poderosos para o cérebro, em grande parte devido ao alto teor de nitrato, estudos também sugerem que ela pode ajudar a diminuir o risco de insuficiência cardíaca e derrame. Nosso corpo converte os nitratos em óxido nítrico, o que tem um impacto benéfico nos sistemas circulatório e imunológico e aumenta a oxigenação.

O NO suporta a função endotelial e protege suas mitocôndrias. Ele é um gás solúvel produzido a partir do aminoácido L-arginina dentro de suas células. O óxido nítrico atua como sinalizador ou molécula mensageira em todas as células do corpo. Como a beterraba também aumenta o óxido nítrico, vários atletas do cenário competitivo a consomem. Graças ao óxido nítrico, a beterraba crua pode aumentar a resistência durante o exercício em até 16 por cento, segundo uma pesquisa.

A beterraba e seu fator de proteção contra o mal de alzheimer

O mal de Alzheimer é a forma mais grave e letal de demência, e pesquisas demostram que a beterraba pode ser uma poderosa aliada na luta contra essa doença. O The Atlanta Journal-Constitution explica:

“Determinar a possível causa da doença foi o primeiro passo. Os médicos já identificaram o beta-amiloide, uma proteína pegajosa que pode interromper a comunicação entre as células cerebrais e os neurônios está envolvida, mas o resto ainda não se sabe. Os peptídeos beta-amiloides se dobram e se aglomeram, causando inflamação e oxidação quando se liga a metais como cobre ou ferro.

Por isso, cientistas estão de olho em alimentos que já sabemos ser capazes de melhorar as funções cognitivas e o fluxo de oxigênio. O composto chamado betanina está presente nesse vegetal roxo. Ele impede o desdobramento dos peptídeos se ligando a metais.

Os cientistas descobriram que a oxidação diminuiu em até 90% quando exposta ao composto da beterraba medindo os níveis de oxidação do beta-amiloide quando ele foi misturado com uma mistura de betanina.”

Evitando a oxidação causada pela aglomeração de beta-amiloide

Pesquisadores acreditam que a oxidação que acontece quando aglomerados de beta-amiloide se formam desencadeia inflamação cerebral causando danos irreparáveis às células do cérebro. Quando o beta-amiloide está ligado ao cobre, a oxidação é particularmente grave. No experimento, quando a betanina da beterraba foi adicionada à mistura, a oxidação foi amplamente evitada.

“Não podemos dizer que a betanina interrompe completamente o desdobramento do beta-amiloide, mas podemos dizer com certeza que ela reduz a oxidação”, explicou o co-autor Darrell Cole Cerrato. Diminuir a oxidação pode prevenir o desdobramento incorreto até certo ponto, quem sabe até retardando a aglomeração de peptídeos beta-amiloides…”

Visto que Alzheimer é principalmente uma doença baseada na dieta e estilo de vida, não há motivo para esperar que a descoberta dos pesquisadores gere melhores medicamentos para tratar a doença. Essa é apenas mais uma informação que as pessoas podem usar para melhorar seus hábitos alimentares e diminuir o risco de doenças, Cerrato observa em sua apresentação das descobertas (confira o vídeo em destaque):

“Acho que é um passo na direção certa quando o assunto é o tratamento de alzheimer. Estamos tentando fazer o mesmo que sua mãe fazia quando você era mais novo, incentivá-lo a comer vegetais. Esse é um momento no qual as pessoas estão tentando ser mais atentas ao que comem e consomem.”

A beterraba e o aumento da neuroplasticidade

Principalmente por aumentar o fluxo sanguíneo e a oxigenação dos tecidos, pesquisas anteriores também mostraram que o suco de beterraba crua pode ajudar a melhorar a neuroplasticidade. Sendo uma molécula sinalizadora, o óxido nítrico, auxilia na melhor comunicação das células cerebrais. O córtex somatomotor é uma área do cérebro frequentemente afetada nos estágios iniciais da demência. A beterraba aumenta a oxigenação dessa área.

Os exercícios, que também melhoram o fluxo sanguíneo e a oxigenação, foram combinados com o suco de beterraba para produzir um efeito ainda maior. Durante seis semanas e uma hora antes de praticar atividades físicas, os participantes – indivíduos de meia-idade diagnosticados com pressão alta – receberam suco de beterraba ou um placebo três vezes por semana. O exercício foi padronizado para todos os participantes: 50 minutos de caminhada na esteira.

Ficou confirmado pelo estudo que o cérebro pode se beneficiar da adição do suco de beterraba antes dos exercícios, graças a melhora na oxigenação. Como ainda possui os nutrientes benéficos e os carboidratos foram pré-digeridos pelo processo de fermentação, o pó de suco de beterraba fermentado pode ser ainda mais eficiente. Veja o que disse o co-autor do estudo, W. Jack Rejeski, professor de ciências da saúde e do exercício na Wake Forest University na Carolina do Norte:

“O que mostramos neste breve estudo de treino de idosos hipertensos foi que, em comparação com o exercício de forma isolada, adicionar um suplemento de suco de raiz de beterraba ao exercício resultou em uma conectividade do cérebro que se assemelha muito ao que você vê em adultos jovens. Ele alcança as áreas do corpo que estão hipóxicas ou que precisam de oxigênio e o cérebro é um grande alimentador do corpo.”

Vale a pena fazer duas ressalvas. Como isso reduzirá a conversão de óxido nítrico, matando micróbios importantes, evite usar enxaguantes bucais agressivos. O flúor converte o óxido nítrico em ácido nítrico prejudicial, então evite também a água fluoretada. O flúor demonstrou prejudicar a função neurológica e também tem outras influências negativas no cérebro. Ele é classificado como neurotoxina, afinal de contas.

Açafrão: outro aliado na luta contra o mal de alzheimer

Um ingrediente ativo encontrado no açafrão, a curcumina pode fortalecer sua saúde neurológica é a curcumina. A curcumina reduz os depósitos de amiloide e tau associados ao mal de Alzheimer. A suplementação de curcumina ajuda a melhorar a memória e o foco em idosos que já sofrem lapsos de memória leves.

Com 40 adultos com idades entre 50 e 90 anos que relataram perdas de memória leves, um estudo duplo-cego e controlado por placebo foi publicado no American Journal of Geriatric Psychiatry. Nesse estudo, durante 18 meses, os participantes receberam aleatoriamente 90 miligramas de curcumina duas vezes ao dia.

O nível de curcumina no sangue foi medido no início e no final do estudo e uma avaliação cognitiva padronizada foi dada no início e após seis meses. Para avaliar seu nível de depósitos de amiloide e tau antes e depois do tratamento, trinta dos participantes também foram submetidos a exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET).

O grupo de controle não sofreu qualquer melhora, mas aqueles que receberam a suplementação de curcumina apresentaram melhoras consideráveis na memória e na concentração. Durante o período de tratamento de um ano e meio, o grupo da curcumina melhorou sua memória em 28%. Os exames PET também confirmaram que, quando comparado ao grupo de controle, o grupo de tratamento tinha significativamente menos acúmulo de amiloide e tau em áreas do cérebro que controlam a memória.

Baixos níveis de BDNF foram associados à doença de Alzheimer, e a curcumina demonstrou aumentar os níveis desse fator neurotrófico derivado do cérebro. A curcumina também pode ser benéfica para seu cérebro afetando as vias que ajudam a reverter a resistência à insulina, reduzindo o risco de demência, a hiperlipidemia e outros sintomas associados à obesidade e síndrome metabólica.

No fim das contas, a sua dieta tem um papel essencial

É sempre uma má ideia ignorar a dieta, por tudo que sabemos sobre saúde até agora. Aumentar as gorduras saudáveis e reduzir o consumo líquido de carboidratos e crucial, conforme já mencionamos. A dieta cetogênica cíclica, conforme eu descrevo no meu livro “Gordura como Combustível” é uma aliada incrível na luta contra a degeneração neurológica, pois otimiza a regeneração biológica e a função mitocondrial.

Minimizar os carboidratos líquidos, adicionar certos alimentos e suplementos que estimulam o cérebro, como a beterraba e a curcumina, pode ser muito útil, além de, é claro, comer alimentos de verdade. Não pense que suplementos de curcumina e suco de beterraba vão ajudar se você continuar comendo junk food.

Eu recomendo comprar beterraba orgânica ou cultivar você mesmo suas beterrabas. É normal que os dois tipos de beterrabas existentes sejam cultivados juntos e um deles é transgênico, de modo que pode haver contaminação por polinização cruzada. A maioria das pessoas pode comer raízes de beterraba com segurança algumas vezes por semana, embora a beterraba tenha o maior teor de açúcar de todos os vegetais. Já o suco da beterraba deve ser consumido com moderação.

Fermentar a beterraba pode ser uma saída para lidar com a questão do açúcar. A fermentação torna os nutrientes mais biodisponíveis e elimina a maioria dos açúcares. Outros produtos fermentados de beterraba incluem chucrute com infusão de beterraba e kvass.

O pó de beterraba fermentado também é bastante conveniente. Eu uso no meu smoothie matinal quase todos os dias. A beterraba kvass tem várias bactérias benéficas e pode impactar positivamente o diabetes e muitos outros problemas de saúde, sobretudo os relacionados à disfunção intestinal.

Evite beber muito no início, por conta das propriedades intoxicantes. Aumente gradualmente a quantidade, saindo de 28 gramas até chegar em 230 gramas por dia. Pode ser necessário começar com uma colher de sopa caso seu corpo esteja particularmente intoxicado.

Tudo que você precisa saber sobre prevenção do alzheimer

Acredito que as estratégias a seguir estão entre as mais importantes e úteis:

Foque em comida de verdade, preferencialmente orgânicos — Evite alimentos processados de qualquer natureza, pois eles contêm vários ingredientes prejudiciais para o cérebro, incluindo grãos (principalmente glúten), açúcar refinado, óleos vegetais, frutose processada, gorduras trans, agrotóxicos e ingredientes transgênicos.

Procure substituir os carboidratos refinados por gorduras saudáveis — Gorduras saudáveis, como gorduras animais saturadas e ômega-3 animal, são muito mais importantes para o funcionamento ideal do cérebro. Note que o cérebro não precisa de carboidratos e açúcares. Ao mesmo tempo que diminui seu risco de alzheimer, a dieta cetogênica cíclica tem a vantagem também pode melhorar sua sensibilidade à insulina. U uma dieta cetogênica, podem até compensar o risco associado à predisposição genética, conforme observado por Perlmutter.

Mantenha seus níveis de insulina em jejum abaixo de 3 — Outro fator para a doença de Alzheimer, diminuir a insulina também ajudará a diminuir os níveis de leptina.

Otimize seu nível de ômega-3 — Retardando sua progressão e diminuindo o risco de desenvolver o distúrbio, a alta ingestão de gorduras ômega-3 EPA e DHA ajuda a prevenir o dano celular causado pelo Alzheimer.

Otimize sua flora intestinal — Juntamente com um probiótico de boa qualidade (caso necessário), evite também alimentos processados, antibióticos e produtos antibacterianos, água clorada e fluoretada, e procure comer alguns alimentos fermentados tradicionais.

Intermitentemente rápido — A resistência à insulina/leptina é um fator primário que contribui para a doença de Alzheimer. O jejum intermitente é uma ferramenta poderosa, que ajuda seu corpo a se lembrar de como queimar gordura.

Exercite-se ao longo do dia com consistência — Ao retardar o início e a progressão da doença de Alzheimer, o exercício pode desencadear uma mudança na forma de como a proteína precursora de amiloide é metabolizada. Os níveis da proteína PGC-1 alfa podem aumentar com a prática de exercícios. As células que contêm maiores quantidades de PGC-1alfa produzem menos da proteína amiloide tóxica associada ao Alzheimer. Pesquisas mostram que pessoas com Alzheimer têm baixas quantidades dessa proteína no cérebro.

Otimize seus níveis de magnésio — Pesquisas preliminares mostram que o aumento dos níveis de magnésio no cérebro promovem uma forte diminuição dos sintomas da doença de Alzheimer. Porém, lembre-se de que o único suplemento de magnésio que parece capaz de atravessar a barreira hematoencefálica é o treonato de magnésio.

Otimize seu nível de vitamina D — Uma quantidade suficiente de vitamina D é imprescindível para o bom funcionamento do sistema imunológico e para combater a inflamação associada à doença de Alzheimer. Pesquisas mostram que as pessoas que vivem em latitudes mais ao norte têm taxas mais altas de mortes por demência e doença de Alzheimer do que aquelas que vivem em áreas ensolaradas, o que sugere que a vitamina D e / ou a exposição ao sol podem ser fatores importantes.

Evite e elimine o mercúrio de seu organismo — As obturações de amálgama dentária, são uma das principais fontes de toxicidade de metais pesados, proém, você deve estar saudável antes de removê-las.

Elimine o alumínio do seu organismo — Fontes de alumínio incluem utensílios de cozinha antiaderentes, desodorantes antitranspirantes e adjuvantes de vacina.

Evite vacinas para gripe — Mercúrio e alumínio podem ser encontrados na maioria dessas vacinas.

Evite estatinas e medicamentos anticolinérgicos — O risco de demência aumenta muito em pessoas que tomam medicamentos que bloqueiam a acetilcolina, um neurotransmissor do sistema nervoso. Esses medicamentos incluem medicamentos para controlar a incontinência, certos analgésicos narcóticos, alguns analgésicos noturnos, anti-histamínicos, soníferos e antidepressivos. As estatinas são especialmente problemáticas porque impedem a entrega adequada de ácidos graxos essenciais e antioxidantes lipossolúveis ao cérebro, inibindo a produção do transportador indispensável. Elas também suprimem biomolécula conhecida como lipoproteína de baixa densidade e a síntese de colesterol, esgotam a coenzima Q10 no cérebro, a vitamina K2 e precursores de neurotransmissores.

Limite sua exposição campos eletromagnéticos (telefones celulares, roteadores Wi-Fi e modems) —  A radiação dos celulares e outras tecnologias sem fio desencadeiam a produção excessiva de peroxinitritos, uma espécie reativa de nitrogênio altamente prejudicial. As mitocôndrias são danificadas pelo aumento de peroxinitritos no corpo.

Otimize seu sono — A homeostase metabólica em seu cérebro depende muito da qualidade do sono. A degeneração dos neurônios acontece quando você dorme mal, e isso não pode ser remediado dormindo mais nos finais de semana. Podendo prejudicar a capacidade do cérebro de aprender, formar memória e outras funções cognitivas, a privação do sono causa a interrupção de certas conexões sinápticas. O mal de Alzheimer também aparece mais cedo em pessoas que dormem mal.

Desafie sua mente todos os dias — Aprender algo novo, como um idioma ou tocar um instrumento musical, estimula a sua mente, o que diminui o risco de alzheimer e demência. Os pesquisadores suspeitam que o desafio mental torna seu cérebro menos suscetível às lesões associadas à doença de Alzheimer , promovendo seu fortalecimento.

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