A Toyota decide transferir suas operações de Indaiatuba (SP) para Sorocaba (SP) a partir de 2025, com conclusão no ano seguinte. De acordo com a fabricante, todos os 1,5 mil funcionários de uma fábrica terão a opção de continuar trabalhado na outra, que receberá investimentos de R$ 11 bilhões até 2030.
O caminho que a Toyota está traçando é parecido com o da Honda, que resolveu transferir a produção de veículos para Itirapina (SP), deixando Sumaré (SP) para montagem do conjunto motor, incluindo fundição e usinagem, injeção plástica, ferramentaria, engenharia de qualidade, planejamento industrial, P&D, áreas administrativas da Honda South America, Centro de Treinamento Técnico e Divisão de Peças.
Mas será que, assim como a Honda parou de produzir o Civic no Brasil, a Toyota vai deixar de fabricar o sedã Corolla no país? O modelo é fabricado desde 1998 em Indaiatuba e logo se tornou o modelo mais vendido do segmento, com um público fiel, que sempre prestigiou as qualidades do carro, que o foi o mais vendido do mundo até 2022, quando perdeu o posto para um SUV, o RAV4.
Apostas se voltam para o SUV do Corolla
Não é de hoje que o segmento de sedãs médios vem perdendo participação nas vendas. Em 2022, tinha 3,6%, passando para 3,2% em 2023 e está em 3,1% no primeiro bimestre de 2024, ante 47,5% dos SUVs, que acabaram abocanhando clientes de outras fatias do mercado. Além disso, vários sedãs compactos estão com tamanho e nível de equipamentos bem próximos dos médios, entre os quais Volkswagen Virtus e Nissan Versa.
No portifólio das fabricantes no Brasil, a GM perdeu o Cruze, que vinha da Argentina e não é mais fabricado. A VW traz apenas a versão GLI do Jetta do México. A Stellantis desistiu de vez do segmento, assim como as francesas Renault, Peugeot e Citroën, de maneira que a fatia dos sedãs médios virou um nicho de mercado no Brasil que está definhando, assim como aconteceu com os hatches.
O Toyota Corolla tem entre 2.000 e 2.500 unidades vendidas por mês atualmente no Brasil, o que menos que as cerca de 3.000 mensais da versão SUV, o Corolla Cross, mesmo fortes concorrentes e antes as melhorias que vai receber no ano que vem, seguindo o que foi adotado em outros países emergentes, como a Tailândia.
Outro forte indício de que o sedã está ficando de lado e estão investindo no SUV do Corolla é a mudança na Stock Car, que a partir de 2025 trocará os tradicionais sedãs por SUVs, incluindo o modelo da Toyota.
Por essas e outras razões, o fim da fábrica da marca japonesa em Indaiatuba pode também significar o desfecho na brilhante trajetória do sedã do Corolla fabricado no Brasil, assim como houve com o Civic, atualmente apenas importado, na versão híbrida e que teve apenas 229 unidades vendidas no primeiro bimestre de 2024, conforme os dados da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos).
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Fonte: autoo