O seguro auto continua numa trajetória de queda de preços no mercado brasileiro. Com mais uma retração registrada no mês passado, a terceira consecutiva, a proteção veicular ficou 9,1% mais barata em relação aos valores de julho de 2022.
Os preços, no entanto, não são uniformes para todos. Os solteiros, por exemplo, pagam muito mais caro para ter o veículo protegido.
Saiba por que os solteiros pagam seguro auto mais caro do que os casados
Os dados fazem parte do mais recente levantamento mensal do Índice de Preços do Seguro de Automóvel (IPSA), apurado pela TEx, uma das mais ativas insurtechs – startups de tecnologia que comercializam seguros em processos totalmente online – do mercado.
Já é largamente sabido que o seguro auto é mais caro para homens do que para mulheres. Porém, o estado civil tem um peso ainda maior na formação de preços.
De acordo com dados extraídos do IPSA de julho, os homens solteiros pagam um seguro auto 63,5% mais caro em relação ao de mulheres casadas. Por sua vez, as mulheres solteiras pagam 14,7% a mais que os homens casados.
E isso se deve ao perfil de riscos traçado pelas seguradoras.
Como as seguradoras traçam o perfil de risco do cliente do seguro auto
Se você alguma vez já fez um seguro auto para proteger o seu carro, então teve que responder a um “questionário de avaliação de risco” da seguradora.
Na formação de preços, as empresas levam em consideração fatores como a idade e a profissão do condutor, seu estado civil e hábitos de utilização do veículo (são considerados a quilometragem média rodada e o local de guarda, entre outros fatores), assim como a localidade onde o segurado reside e aonde ele trabalha.
A região onde o veículo circula é um fator muito importante na precificação do seguro, pois interfere diretamente nas taxas de roubo e furto.
“Em julho, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro pagou 67,4% a mais do que a Região Metropolitana de Belém”, destaca Emir Zanatto, CEO da TEx, citando os dois extremos do risco ligado à localidade.
Com relação ao gênero, a discrepância de preços está relacionada ao risco de acidentes, que geram contas de oficinas a ser pagas pelas seguradoras.
“Historicamente as chances de sinistralidade são maiores com homens do que com mulheres, tendo em vista que eles se envolvem mais em colisões e geram danos maiores. Além disso, os homens costumam a optam mais por veículos que são alvos de roubo e furto”, afirma Zanatto.
E por que o estado civil do cliente do seguro auto importa tanto?
Na avaliação dos riscos, a seguradora considera que o indivíduo casado se coloca menos em situações de perigo.
Na visão das empresas, motoristas solteiros – e até mesmo os viúvos e divorciados – costumam sair mais com o carro, por conta de uma vida social mais agitada. Por consequência, as chances de sinistro aumentam, tanto para o condutor homem quanto para a mulher.
O presidente do Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros e de Capitalização dos Estados de Minas Gerais, de Goiás, do Mato Grosso e do Distrito Federal (SindSeg MG/GO/MT/DF), Igor Passsos, explica:
“Em tese, se você é solteiro, vai sair mais com o veículo, vai pra show à noite e deixa o carro estacionado em lugar perigoso. Ou é estudante, vai para a faculdade e deixa o carro na rua. Em geral, o solteiro tem um comportamento de riscos diferente do casado, que costuma ter uma idade um pouco mais alta (acima de 30 anos), um comportamento mais familiar, sai menos. Por mais que a gente faça um perfil detalhado, também avaliamos o comportamento médio das pessoas”, diz Passos.
Além disso, o fato de ter filhos (desde que menores de idade) deixa o valor do seguro auto mais em conta. Isso porque é esperado que o motorista terá maior cuidado ao dirigir, especialmente quando as crianças estão no carro.
“Em geral, quando as mulheres batem o carro, a quebra costuma ser apenas uma raspadinha. Já os homens costumam se envolver em grandes acidentes“, afirma Zanatto, da TEx.
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Fonte: garagem360.com.br