Com a publicação da “MP dos Automóveis”, pelo Governo Federal, dezenas de modelos ficaram mais baratos. Alguns dos descontos passam dos R$ 10 mil. Além disso, as montadoras também estão abrindo mão de parte dos lucros para incentivar a demanda dos carros populares.
Juros ainda são barreira para compra de carros populares
Mas, financiar um veículo zero ainda tem taxas bem salgadas. Isso porque, com os juros altos, o custo final após o pagamento das parcelas ainda fica bem acima dos novos valores de tabela.
De fato, os juros altos assustam quem deseja comprar um veículo. Isso porque, uma pesquisa do Instituto Ipsos mostrou que para 32,5% dos consumidores, os juros nos financiamentos são o principal empecilho na hora de comprar um veículo.
A educadora financeira, Aline Soaper alerta que mesmo com a baixa nos preços, é preciso um planejamento para comprar um veículo.
Além disso, ela ressalta que, diante dos juros altos, a saída para muitos consumidores foi optar pela locação de veículos, pela compra à vista e pelas carteiras de consórcios junto aos bancos.
“Para se ter uma ideia, segundo o BC, entre os bancos mais tradicionais que oferecem financiamentos, a taxa de juros varia de 25% a 30% ao ano. Além disso, temos um histórico de altas e baixas nos preços dos combustíveis, e retorno do ICMS, que também interferiu no preço”, diz.
Todos esses dados mostram que são muitas variáveis para analisar na hora de comprar um veículo. Então, no financiamento de carros novos ou usados, o consumidor deve estar atento a taxa Selic, porque é com base nela que os preços vão subir ou abaixar.
“Outro ponto de atenção é que os custos com manutenção dos veículos, que também tiveram aumento. Entre revisões, custo com estacionamento e lavagens, por exemplo, o estudo do Instituto Ipsos indicou um gasto médio de pouco mais de R$ 2 mil reais”, ressalta Aline.
Independente de comprar um veículo – novo ou usado ou aluguel, é preciso planejamento e análise.
“O consumidor deve analisar suas finanças pessoais e colocar na ponta do lápis se pode ou não comprar um carro novo ou usado, ou se o aluguel é uma melhor opção. Além disso, indico que o consumidor faça alguns questionamentos, antes de escolher a melhor opção”, ressalta.
Por exemplo: independente do valor, é importante para você ser proprietário de um veículo? Então é provável que a melhor opção seja a compra. A mesma coisa se você vai personalizar o veículo, com som, rodas diferentes, entre outras modificações.
“Se você tem pavor de burocracias, como pagamentos de impostos, revisões e manutenções, então o aluguel de um automóvel é uma boa opção”, pontua a educadora financeira.
O dilema das parcelas mais baixas e valor final mais caro
Segundo a especialista, hoje, os automóveis novos mais baratos do país são o Renault Kwid e o Fiat Mobi, os únicos com preço abaixo de R$ 60 mil, de acordo com as tabelas divulgadas pelas montadoras.
O Fiat Mobi Like diminuiu de R$ 68.990 para R$ 58.990, mesmo preço do Renault Kwid. O desconto para o Kwid é de R$ 10 mil, somando os R$ 8.000 concedidos pelo governo e mais R$ 2.000 de incentivo da montadora.
“Uma pesquisa feita pela consultoria automotiva JATO Dynamics, apontou que há quatro anos atrás o consumidor precisava juntar o equivalente a 28 salários-mínimos para comprar o carro mais barato do Brasil – que custava na época, em torno de R$ 26 mil.
Hoje, é necessário economizar o dinheiro recebido em aproximadamente 50 meses, para comprar o veículo mais barato do mercado, mesmo com o programa do Governo”, ressalta a educadora financeira.
Fonte: garagem360.com.br