A Polícia Civil de São Paulo apreendeu 49 veículos de luxo na zona leste da cidade. A “garagem dos sonhos” estavam em duas agências. De acordo com os agentes, os carros são fruto de lavagem de dinheiro. Os valores partem de R$ 300 mil e ultrapassam a casa dos R$ 2 milhões.
Garagem dos sonhos usada para lavagem de dinheiro
As apreensões foram feitas na quinta-feira, 27, durante o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão.
Todos os veículos foram levados para o 30º Distrito Policial, localizado no Tatuapé, que ficou lotado de marcas famosas. Um dos que mais chamam a atenção é uma Ferrari California. De acordo com a Tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), um modelo do ano 2017 desse veículo pode chegar a custar R$ 2,4 milhões.
Outro esportivo é o McLaren 570s novo, cujo valor aproximado é de R$ 2,4 milhões, além de veículos das marcas Audi, BMW, Porsche, entre outros.
As apreensões ocorreram nesta quinta-feira (27). A polícia também revelou ter apreendido uma quantidade em dinheiro, mas o valor ainda não foi divulgado. Um homem foi preso por posse ilegal de munição de uso restrito.
Há a suspeita que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) utilizasse terceiros para adquirir os automóveis, pois alguns deles estão registrados em nome de pessoas com baixo poder aquisitivo.
O processo está sob segredo de Justiça, mas já se sabe que o próximo passo da investigação é identificar a propriedade e a situação de cada veículo. Além disso, a polícia apura a possibilidade de alguns deles terem sido deixados em consignação nas agências.
Porque carros de luxo para lavagem de dinheiro?
As quadrilhas há muito tempo usam diferentes métodos para lavagem de dinheiro. A ideia é transformar o dinheiro do crime em em “dinheiro limpo” e dificultar a identificação de sua origem criminosa.
A compra de carros luxuosos desempenha um papel vital nesse processo, pois são ativos de alto valor e fácil mobilidade. Existem várias maneiras pelas quais as quadrilhas conseguem lavar dinheiro por meio desses veículos.
Uma delas é a “compra no nome de terceiros”, como os veículos apreendidos na Zona Leste. As quadrilhas usam “laranjas” para registrar os veículos em seus nomes. A ideia é dificultar os reais proprietários.
Os carros também são consignados pelas agências e revendedoras, onde são vendidos e revendidos várias vezes. A princípio, essa mecânica cria uma complexidade adicional, dificultando o rastreamento do dinheiro por meio dessas transações.
Fonte: garagem360.com.br