A indústria automotiva voltou, em agosto, ao patamar de produção mais alto em 2023, que havia sido alcançado em maio.
No mês passado, as montadoras instaladas no País produziram 227 mil veículos, o que significou um crescimento de 24% em relação a julho. Os números renovaram o otimismo do setor. Entenda.
Indústria automotiva vai ao patamar mais alto do ano e renova otimismo
Os dados relativos ao desempenho da indústria foram divulgados nesta terça-feira (5) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“Batemos um mês muito bom em termos de produção e ficamos muito próximos ao mês de maio [228 mil unidades produzidas], que antecedeu as medidas de incentivo do governo federal, quando as montadoras trabalharam muito”, explica o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.
O executivo ressaltou o fato de não ter havido, em agosto, nenhuma paralisação de fábrica, “um sinal muito positivo em função daquilo que vínhamos vivendo nos últimos anos e meses recentes.
No acumulado do ano, a indústria automotiva registra 1,54 milhões de unidades, praticamente empatando com o número relativo ao mesmo período de 2022 (1,55 milhões).
Leite diz acreditar que o setor mantenha o bom desempenho nos últimos meses deste ano e afirma ser plenamente factível cumprir a previsão de crescimento de 3% em 2023.
Com relação às vendas, a indústria estabeleceu em agosto a segunda melhor marca mensal no ano. Foram vendidos 208 mil veículos, abaixo dos 226 mil do mês anterior.
No entanto, segundo o presidente da Anfavea, não se trata de uma retração.
“Julho foi um mês muito impactado pelas vendas incentivadas”, afirma. Leite explica que em junho, a comercialização de veículos ficou “represada, à espera da publicação do programa de incentivos do governo”. Dessa forma, o volume de vendas em julho ficou bem acima do normal.
Para o executivo, o importante é constatar que o bom momento se manteve mesmo com o fim dos incentivos fiscais da Medida Provisória nº 1.175, a chamada MP do Carro Popular.
Exportações em queda
Se produção e vendas no mercado interno caminham bem em 2023 o mesmo não se pode dizer das exportações, que continuam em queda.
Em agosto o volume de embarques ao exterior ficou na casa das 35 mil unidades, bem abaixo do patamar de 44 mil carros exportados em meses como maio e junho.
O desempenho ruim é explicado pelo enfrentamento com um poderoso concorrente, que tem ganhado o espaço que era do Brasil no mercado latino-americano.
“A China passou a ser o maior exportador dentro do nosso quintal“, queixa-se o presidente da Anfavea.
De acordo com os números apresentados por Leite, a participação chinesa nas importações de veículos por parte de países da América Latina saltou de 4,6% para 21,2% nos últimos dez anos, em boa medida em função de carros eletrificados. “O crescimento da China é uma ameaça à indústria brasileira”, resume.
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Fonte: garagem360.com.br