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Escritor ajuda sem-teto a reencontrar família após 40 anos e voltar para sua cidade natal

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Um escritor fez a diferença na vida de um sem-teto ao ajudar o homem a encontrar sua família que não via há mais de 40 anos. O escritor agora, com o dinheiro da venda do livro, quer ajudar o morador em situação de rua a voltar para sua cidade natal!

João França, de 64 anos, saiu do sertão da Bahia com 18 anos para tentar a vida em São Paulo. De início teve uma breve carreira de sucesso como pintor de paredes, mas caiu no álcool após uma separação e foi viver nas ruas.

Um dia, Danguinha, como é conhecido, foi notado pelo advogado e escritor Antonio Carlos Donini. Ao ouvir a história de vida de Danguinha, Antonio se sensibilizou e resolveu ajudar. Ele mal sabia que, 40 anos depois, seria o responsável por realizar o reencontro de João com sua família.

Infância difícil

João teve uma infância difícil. Nascido no sertão da Bahia, num arraial desprovido de hospital, médicos ou assistência do governo, as coisas não eram fáceis.

Eletricidade lá não existia e os moradores se guiavam pela luz das estrelas.

A decisão de partir veio em 1978, quando Danguinha, assim como muitos nordestinos, migraram para São Paulo em busca de melhores condições de vida.

Ao chegar na nova cidade, o homem foi morar na favela de Paraisópolis, na Zona Sul da capital paulista.

Breve sucesso e a bebida

Danguinha fez vários bicos e em um deles teve relativo sucesso.

O homem se tornou pintor de paredes, mas depois de relacionamentos que deram errado, se entregou à bebida.

Danguinha perdeu tudo se viu obrigado a morar nas ruas.

Até que um dia a sorte sorriu para ele, era Antonio Carlos Donini.

A ajuda do escritor

Segundo Antonio, o encontro entre os dois foi despretensioso.

“Conheci o Danguinha ao andar no meu bairro, quando ele estava ‘são’ sempre conversávamos, e eu tentava ajudá-lo de alguma forma, contratei seus serviços de pintor”, disse o escritor em entrevista ao Só Notícia Boa.

Ao saber que Antonio era escritor, o homem ficou animado para contar sua história.

“Ele ficou sabendo que eu escrevia e ele quis me contar a história. Achei interessante, mas não imaginava como o livro ia acabar”.

Visita a cidade natal

Com o livro pronto, Antonio sentiu que precisava de algo a mais. Ele então decidiu que visitaria a cidade natal de Danguinha para conhecer de perto tudo sobre o que escreveu.

“Quando o convidei para fazermos uma visita à sua cidade natal, ele primeiro relutou muito, talvez por vergonha, se sentiu um fracasso, mas depois aceitou”, contou o escritor.

O reencontro com a família

Chegando lá, os dois conseguiram encontrar a família de Danguinha e o momento foi super emocionante!

“Filho, eu ainda estou vivo”, disse Dionisio, 93 anos, ao reencontrar Danguinha.

Agora, o homem parou de beber e concordou que vai voltar para a Bahia no início de 2024.

“A vida lá em Alagoinha é simples, mas com certeza seria muito melhor para o João morar perto de sua família. Ele veio para São Paulo com 18 anos, com a ilusão de que ganharia dinheiro. Se ele tivesse ficado lá teria mais chance de se dar bem. Vejo que as pessoas de lá que voltaram, ou não saíram, ficaram melhor”, disse Antonio.

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AVC e ajuda para se aposentar

Além de promover o inesquecível encontro entre Danguinha e a família, Antonio também fez uma outra importante boa ação.

Danguinha sofreu um AVC e ficou impossibilitado de trabalhar.

Sem renda, o homem contou com o apoio jurídico de Antonio para dar entrada na aposentadoria.

“Filho, eu ainda estou vivo”, disse Dionisio, 93 anos, ao reencontrar Danguinha. - Foto: arquivo pessoal

“Filho, eu ainda estou vivo”, disse Dionisio, 93 anos, ao reencontrar Danguinha. – Foto: arquivo pessoal

Veja como foi o reencontro:

Fonte: sonoticiaboa

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