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Você gostaria de ter uma barriga negativa?

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A busca pela beleza “ideal”, propagada incansavelmente por alguns canais de comunicação, pode ser um martírio na vida de muitas pessoas. Bombardeadas diariamente por padrões estéticos muitas vezes inalcançáveis, algumas delas arriscam fazer dietas ou espelham-se em modismos nada saudáveis para atingir o corpo perfeito. Os exemplos mais recentes desses modismos são a “barriga negativa”, o “bikini bridge” e o “thigh gap”, que ganharam força através das redes sociais.

A moda da “barriga negativa”, muito propagada entre mulheres famosas, é uma das tendências mais recentes. A ideia seria elevar a magreza a um ponto em que os ossos do quadril – também chamados de ilíacos – ficariam proeminentes, enquanto a região da barriga daria a impressão de estar “para dentro”. Em pouco tempo, várias fotos de meninas exibindo suas barrigas negativas surgiram na internet, assim como sites relatando formas de obtê-la. Comunidades virtuais que incentivam o culto à barriga negativa também se tornaram comuns, chegando a preocupar tanto famílias quanto a comunidade de médicos que lida com transtornos alimentícios.

Já o “bikini bridge”, que em tradução literal significa “ponte de biquíni”, veio logo após a tendência da “barriga negativa”, como uma confirmação de seus resultados. A moda consiste em ter tão pouca barriga que a calcinha ou o biquíni fica levemente suspenso sobre os ossos do quadril, formando uma espécie de “ponte” e revelando a magreza em excesso, caracterizada também pelos ossos das costelas bem marcados.

Por último, o “thigh gap”, ou “espaço entre as coxas” em tradução literal, é outro modismo que preocupa e ao mesmo tempo seduz muitas pessoas. Neste caso, o ideal é formar um espaço entre as pernas ao juntar os pés, de forma que os joelhos e as coxas não se toquem. Assim como aconteceu com a barriga negativa e o “bikini bridge”, centenas de fotos de meninas exibindo o “thigh gap” surgiram de um dia para o outro, incentivando a adoção de métodos pouco saudáveis, como dietas rigorosas. Imagens com a frase “Do it for the thigh gap” (“faça isso pelo espaço entre as coxas”), por exemplo, tornaram-se comuns em comunidades que cultuam a magreza, assim como fotos de modelos famosas que apresentavam essa característica. Porém, na contramão do modismo, uma campanha contra a adoção do “thigh gap” chamada “No thigh gap, no problem” (“sem thigh gap, sem problemas”) também ganhou força, alertando para os perigos deste ideal de beleza.

Brigar contra o próprio corpo é pedir para ser infeliz

Segundo a psicóloga e especialista em transtornos alimentares, Cristiane Costa Cruz, as novas manias estéticas como a barriga negativa, o “bikini bridge” e o “thigh gap”, que encontram na internet um meio mais fácil para se consolidar, nada mais são do que nomes que camuflam uma condição séria e já conhecida do público: a anorexia. Para ela, tudo consiste na ideia de ver na magreza excessiva a solução para os problemas e uma forma de ser mais aceito pela sociedade. Cristiane acredita que o perigo escondido nesses modismos está no fato de que eles geralmente ressaltam um biótipo e criam um padrão de beleza que nem todas as pessoas conseguem alcançar. Isso faz com que aquelas que não são capazes de seguir a tendência busquem formas não saudáveis de atingi-la.

É importante lembrar que cada pessoa tem um formato de corpo particular, que pode ou não favorecer uma silhueta mais magra e semelhante à ideia geral de beleza. Forçar um ideal que não corresponde à realidade é o caminho mais fácil para a frustração e as mágoas, resultando em uma autoestima baixa e ao distanciamento da aceitação do próprio corpo.

Forçar um ideal que não corresponde à realidade é o caminho mais fácil para a frustração e as mágoas, resultando em uma autoestima baixa e ao distanciamento da aceitação do próprio corpo.

“Toda magreza excessiva também traz riscos à saúde. Além da desnutrição, esse padrão de beleza não pode ser sustentado por muito tempo. Quando não são tratados adequadamente, os transtornos alimentares tendem a se agravar à medida que o tempo vai passando, podendo levar à morte nos casos mais severos”, alerta a psicóloga.

Segundo Cristiane, a melhor opção para se sentir bem com o corpo é manter uma alimentação saudável e praticar exercícios regulares, para que ele se mantenha saudável e seja bonito em sua forma particular.

Buscar o que é belo em si mesmo ajuda na autoestima

Os padrões estéticos por vezes estão longe da realidade de muitas das pessoas que sonham em se enquadrarem no “conceito popular” de beleza. Essa realidade faz com que, cada vez mais, homens e mulheres odeiem seus próprios corpos, transformando-se em presas fáceis para os modismos. Para a terapeuta energética Ceci Akamatsu, isso acontece porque a maioria das pessoas não tem os referenciais sobre o que é bom e belo em si mesmo, precisando buscar em estímulos externos algo que as satisfaça. No final, o “hábito” de olhar para os lados e não para dentro acaba se tornando um verdadeiro vilão para a autoestima. “Se uma pessoa vive se comparando com os padrões que vê na TV ou nas revistas e se sente mal consigo mesma, este é um grande sinal de que ela está sujeita a abraçá-los como um ideal de vida”, explica Ceci.

Para se livrar das influências externas, Ceci acredita que o primeiro passo é parar de se comparar e procurar se identificar com o que realmente lhe faz feliz – por mais difícil que possa parecer. A satisfação com padrões de beleza impostos pode até ser alcançada, mas durará somente até um novo padrão a ser atingido aparecer.

A satisfação com padrões de beleza impostos pode até ser alcançada, mas durará somente até um novo padrão a ser atingido aparecer.

Para a terapeuta energética, essa busca pode se tornar incessante, levando, na maioria das vezes, ao desrespeito à própria natureza, saúde e integridade – seja nos níveis físico, emocional, mental ou espiritual.

“Buscar a real felicidade é ter a coragem para perceber seus próprios referenciais e padrões internamente, saber aceitar e tirar o melhor do que se tem, buscando a satisfação. Trabalhe a beleza de forma integrada, cuidando de si em todos os níveis, não só no físico. Aproveite o impulso de querer se sentir mais belo e canalize-o para fortalecer o seu bem-estar, tornando a busca pela beleza algo prazeroso e que realmente a desperte, e não um processo angustiante e que abala a autoestima ao invés de fortalecê-la”, aconselha Ceci.

Fonte: personare

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