Os hábitos da mente resistente ao estresse consistem em estratégias que qualquer um pode aprender. Graças a essas dimensões, você consegue regular melhor as emoções e responder com mais habilidade aos desafios. Em um cenário social cada vez mais complexo e dominado pela incerteza, é muito útil colocar esses recursos em prática.
Como indicam claramente num trabalho publicado na Frontiers in Human Neuroscience, embora existam pessoas com maior predisposição neurobiológica para a resiliência, esta é uma competência que podemos sempre desenvolver e melhorar. Dessa forma, você evita de maneira mais eficaz realidades complexas, como depressão ou ansiedade.
Revelamos comportamentos e abordagens cognitivas realizadas pelos homens e mulheres mais qualificados neste campo.
Nosso cotidiano é imprevisível e os desafios sempre aparecem quando menos esperamos. Ser resistente ao estresse permite que você desenvolva estratégias inovadoras para lidar com momentos difíceis.
O que significa ter uma mente resistente ao estresse?
É possível que este conceito levante alguma questão: resistência é igual a impermeabilidade ou insensibilidade? De forma alguma. Um exemplo disso é o que destaca uma investigação realizada na Universidade do Colorado: a resistência ao estresse não implica a ausência de resposta a esse mecanismo, significa saber aplicar respostas mais adaptativas.
Essa é a chave, enfrentar esses desafios ou demandas de nosso ambiente sem deixar que esse estado psicofisiológico nos domine.
Desta forma, evitaremos os efeitos negativos associados ao estresse crônico ou agudo e nos recuperaremos mais rapidamente de qualquer circunstância complexa. Afinal, não podemos controlar o que nos acontece, mas podemos controlar a forma como reagimos ao que acontece.
Os hábitos da mente resistente ao estresse
Há um velho ditado que diz: “Não importa o quão fundo você cai, mas o quão alto você retorna.” Os hábitos das mentes resistentes ao estresse têm esta faculdade, a de saber como reagir quando as coisas correm mal.
Problemas de trabalho, más notícias, dificuldades no relacionamento e medo do futuro, por exemplo. A vida é cheia de desafios e todos podemos aprender com quem é hábil neste contexto. Vamos nos aprofundar nessas dimensões que as definem.
1. Treinam sua atenção
Daniel Goleman é o autor do livro Focus: desenvovler a atenção para alcançar a excelência (2013). Neste trabalho aprendemos que pessoas capazes de centralizar seu foco mental em seu interior e exterior navegam melhor no mundo ao seu redor, se conectam consigo mesmas e reagem de forma otimizada.
Além do mais, um artigo divulgado pela Frontiers in Psychology revela como o treinamento de alunos em técnicas de atenção reduz o estresse acadêmico neles. Se você deseja desenvolver essa competência, observe as seguintes estratégias:
- Evite a multitarefa.
- Regule o uso de telefones celulares.
- A atenção plena será útil.
- Elimine distrações do seu dia a dia.
- Faça exercícios de treinamento cognitivo.
- Pratique a atenção seletiva. Por exemplo, ao ouvir música, preste atenção em apenas um instrumento.
2. Se adaptam de maneira inovadora
Um dos hábitos dessas mentes é sua capacidade de adaptação às mudanças. Pessoas com boas habilidades nessa área não processam as reviravoltas de seu destino como ameaças; elas tentam manter a calma e descobrir como tirar essa mudança para obter uma vantagem. Aqui estão alguns recursos:
- Mostram menos resistência à mudança: não ficam presas à negação ou à não aceitação de novas circunstâncias.
- São mais habilidosas na hora de refletir sobre possíveis soluções: diante de qualquer mudança ou variação, tentam raciocinar sobre quais estratégias aplicar para assumir ou enfrentar esses cenários.
- Aceitam as contradições e toleram a frustração: entendem que nem toda dinâmica, pessoa ou situação vai se adequar às suas perspectivas e que o mundo nem sempre pode ser como se espera.
- Quem lida melhor com o estresse tem uma mente flexível: essa abordagem cognitiva mais aberta ajuda a pensar em soluções e a não ficar paralisado diante das adversidades. Uma publicação da Soochow University destaca como a flexibilidade cognitiva é uma ferramenta crítica para o desempenho do aluno.
Pessoas resistentes ao estresse não têm medo de mudanças e têm uma abordagem mental flexível e criativa.
3. Sabem como regular efetivamente suas emoções
Você é habilidoso em lidar com angústia, preocupação ou medo? Entre os hábitos mentais que resistem ao estresse, destacam-se suas habilidades de regular as emoções. Isso não significa que não sintam ansiedade, inquietação ou medo, mas sabem como agir quando esses estados psicofísicos as dominam; a evidência disso é a seguinte:
- Se apoiam em seu entorno, falam sobre o que sentem.
- Não se deixam levar por esses estados emocionais, mas aplicam estratégias para canalizá-los.
- Aplicam uma abordagem mental racional para regular os pensamentos dominados pela negatividade.
- Aceitam e dão espaço a cada emoção sentida, não resistem nem as deslocam como se não existissem.
- Recorrem a estratégias para canalizar emoções difíceis; por exemplo, escrever, praticar esportes ou arte.
- A atenção plena ou mindfulness é uma boa ferramenta para esse propósito. Existem pessoas que conseguem regular melhor as emoções e reduzir o impacto do estresse. Em um artigo, a Universidade Federal da Bahia, no Brasil, alega esse interessante benefício.
4. São criativas e confiam em suas habilidades
A criatividade é um canal extraordinário para regular o estresse e encontrar novas estratégias diante dos desafios pessoais. Por outro lado, aqueles que apresentam uma abordagem cognitiva rígida tendem a ficar presos diante de qualquer problema, por menor que seja.
Da mesma forma, confiar em suas próprias habilidades e competências lhes dá aquela confiança em si mesmos para enfrentar as dificuldades. Dessa forma, se você deseja ser mais resistente ao estresse, lembre-se de que sempre terá tempo para potencializar a sua criatividade. Algumas estratégias úteis são as que listamos agora:
- Inicie-se em alguma prática artística: música, pintura, escrita.
- Olhe o que o rodeia desde uma perspectiva mais ampla, imagine, seja curioso, investigue.
- Aplique uma abordagem mais crítica a tudo ao seu redor, olhe além do aparente.
- Divida o tempo com pessoas criativas; abra novas perspectivas com eles.
- Desenvolva seu pensamento divergente; pense de forma original e inovadora.
5. Sabem buscar apoio
Buscar apoio, aceitar ajuda, compartilhar medos e vulnerabilidades com os outros não te torna fraco, muito pelo contrário. Portanto, entre os hábitos da mente resistente ao estresse está essa valiosa virtude. São pessoas com excelentes habilidades socioemocionais que descreveremos para você:
- Se permitem ser vulneráveis, não hesitam em compartilhar com os outros o que sentem e precisam.
- Não reprimem nem escondem seu sofrimento, entendem que ao desabafar com um amigo, companheiro ou familiar, a vida dói menos.
- Sabem quando é melhor parar e aceitam que não podem mais. Conhecer os próprios limites é uma boa estratégia para regular o estresse.
6. São claras sobre seus significados e propósitos vitais
Diante de qualquer adversidade, nada é tão relevante quanto lembrar quais são seus significados e propósitos vitais. Pensemos, por exemplo, no neurologista Viktor Frankl e no que ele nos disse em seu livro O homem em busca de sentido (1946). As pessoas precisam se agarrar a algo para poder enfrentar qualquer momento difícil.
Um artigo da Frontiers in Psychology aponta que nossas vidas modernas muitas vezes nos distraem dessas dimensões; não lhes damos importância, quando, na verdade, ter um propósito na vida é uma das necessidades humanas mais básicas. Isso é algo que as mentes mais resistentes ao estresse cultivam com eficácia.
Portanto, não hesite em se perguntar o que é que lhe dá sentido, o que é importante em sua vida e que lhe dá ilusão e transcendência.
A vida nunca se torna insuportável pelas circunstâncias, mas apenas pela falta de significado e propósito.
Pratique os hábitos da mente resistente ao estresse
Desenvolver uma abordagem mental mais resiliente e resistente ao estresse não é fácil; requer tempo, perseverança e vontade. No entanto, recomendamos iniciar essas práticas porque sua saúde mental e bem-estar perceberão isso dia após dia.
Lembre-se que ser forte não é aguentar tudo ou suportar todas as adversidades, é navegar pelas dificuldades adaptando-se, aplicando as melhores estratégias e sabendo pedir ajuda quando for necessário.
Fonte: amenteemaravilhosa