Sabe aquele momento em que uma música toca no rádio ou uma foto aparece na galeria e você se de algo ou alguém que preferia ter esquecido? Você chacoalha a cabeça e afasta essa lembrança, reagindo ao pensamento indesejado. Um novo estudo discute como recusamos esses pensamentos e aponta uma maneira melhor de impedir a recorrência deles.
Quando reprimimos um pensamento depois que ele chega à nossa , trata-se de um “controle reativo de pensamento”. Segundo os pesquisadores, uma alternativa seria o “controle proativo”. Ele inclui esforços de antecipação e atenção direcionada. Por outro lado, o controle reativo é mais uma correção, agindo somente após o evento indesejado.
Os cientistas conduziram um experimento em que os participantes deveriam criar associações entre . Os 80 voluntários visualizavam as palavras em uma tela e digitavam uma palavra associada. A uma parte, foi dito que não eram permitidas conexões repetidas, ou seja, quando uma palavra voltasse à tela, os participantes não poderiam digitar a mesma resposta da primeira vez; e um grupo de controle ficou sem restrições.
Por exemplo, se a palavra “céu” aparecesse na tela, um participante poderia responder com “”. Depois de outros testes, “céu” é mostrada novamente. Um caso de controle reativo seria se ele pensasse novamente em “azul”, rejeitasse esse pensamento e mudasse para “”. No controle proativo ele descartaria previamente a associação com “azul” e, quando visse a palavra novamente, já responderia com a nova palavra, “nuvem”.
O resultado dos testes permitiu aos pesquisadores atestarem que a maioria faz um controle reativo de seus . Segundo os autores, esse tipo de controle pode ser particularmente problemático, uma vez que os pensamentos são autorreforçados. Ao pensar em algo, também aumenta a probabilidade de que esse pensamento volte. Em outras palavras, toda vez que temos de rejeitar algo de forma reativa, ele tem o potencial de se tornar mais presente. Como quando alguém diz “não olhe para baixo” ao atravessar um lugar alto.
Os pesquisadores intitularam a pesquisa: “se você não deixar entrar, não precisa tirar”, em referência a controle proativo de pensamentos. Embora não seja possível evitar os pensamentos indesejados, eles afirmam ser possível prever o retorno deles, para tentar barrá-los ao máximo de vir à mente. Quando se sabe previamente no que se deve focar, também é possível proativamente bloquear certas associações de interferirem no que é relevante.
As pessoas têm razões diferentes para controlar seus pensamentos. Alguns podem ser , enquanto outros podem ser simplesmente distrativos ou improdutivos. “Embora as pessoas experimentem um pensamento indesejado antes de poder pará-lo, nossas descobertas sugerem que interromper um pensamento depois que ele aparece também impede que ele volte à mente imediatamente, permitindo que as pessoas substituam o pensamento rejeitado, em vez de permanecer em um loop sem fim”, escrevem no artigo.
Segundo os cientistas, mais pesquisas são necessárias para averiguar como rejeitamos pensamentos mais pessoais; associações entre palavras são diferentes de memórias de infância, por exemplo. Por ora, o estudo deu um bom passo para entender os rumos de nossos próprios pensamentos.
Fonte: abril