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Agronegócio

Relatório do USDA pode impulsionar preços da soja no Brasil

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O relatório de intenção de plantio da soja nos Estados Unidos, divulgado pelo Departamento de Agricultura daquele país (USDA) na última sexta-feira (31 de março) repercutiu fortemente no mercado. Isso porque a área indicada pelo órgão foi inferior à esperada pela maioria dos analistas.

O país norte-americano deve semear a oleaginosa em 87,5 milhões de acres (35,4 milhões de hectares), enquanto o previsto por consultores era de, no mínimo, 88 milhões de acres. No ano passado, os produtores estadunidenses plantaram o grão em 87,45 milhões de acres.

“O indicado para esta safra é irrisoriamente maior do que a semeada no ano passado, ou seja, não houve diferença significativa. Isso traz um potencial produtivo menor para a safra norte-americana”, avalia o consultor de Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

Segundo ele, para a safra norte-americana ser recorde, o clima precisa ser perfeito durante todo o desenvolvimento das lavouras, algo improvável. “Chicago tem, agora, um suporte adicional no curto-prazo, sendo que o mercado climático norte-americano será mais sensível de maio a agosto”, enfatiza.

Preços da soja no Brasil

Monte de soja em grão formando mapa do Brasil. Sobre ele, três notas de 50 reais. Ao redor, moedas de diversos valoresMonte de soja em grão formando mapa do Brasil. Sobre ele, três notas de 50 reais. Ao redor, moedas de diversos valores

Foto: Daniel Popov/ Dia de Ajudar

Ainda que uma menor oferta de soja por parte dos Estados Unidos seja uma possibilidade, Roque não acredita que os preços vão se valorizar em Chicago no curto-prazo. Isso porque o mercado segue pressionado pela entrada da safra brasileira, praticamente já consolidada como a maior da história.

“Eventualmente, algum ajuste positivo em Chicago pode ajudar esse preço a não cair tanto, como está acontecendo. No entanto, não acredito que teremos movimento positivo nos preços no Brasil neste momento, exceto se o câmbio subir muito. Os prêmios estão bem negativos, algo que não é possível segurar”.

Com isso, o consultor da Safras indica que, no momento, cabe ao produtor brasileiro apostar em um problema climático nos Estados Unidos, embora anos de El Niño, fenômeno que pode ser confirmado em meados de junho pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), costumem ser positivos para a safra norte-americana.

Roque pondera que o relatório do USDA indica área inicial de soja. Contudo, este número será confirmado, ou não, no pós-plantio, em junho. “Eu apostaria em uma área maior, pois há espaço disponível. Enquanto isso, o mercado vai especular e estará mais sensível a questões climáticas nos próximos meses”, contextualiza o consultor.

Fonte: canalrural

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