O ano de 2023 para o milho brasileiro foi de recorde de produção e exportação. Contudo, o aumento dos custos e a queda dos preços devem levar o produtor rural a reduzir os investimentos em tecnologia na próxima temporada. A previsão da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) aponta que o Brasil deve colher no ciclo 2023/24 cerca de 120 milhões de toneladas e exportar em torno de 38 milhões de toneladas.
Os números, conforme o diretor-técnico da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Daniel Rosa, entrevistado desta semana do programa Direto ao Ponto, não são uma surpresa.
Daniel Rosa lembra que a partir de 1970 o Brasil começou a passar por uma revolução agrícola e que por volta de 2023 passou a ser exportador de milho, vindo em 2012 a ter a segunda safra do cereal consolidada.
“E esse ano tivemos recorde de exportação. Nos tornamos o maior exportador de milho do mundo. Mas, é sempre bom lembrar que os Estados Unidos produzem duas vezes e meia a mais que o Brasil”, frisa o diretor-técnico da Abramilho.
Segundo ele, a produção normal dos Estados Unidos gira em torno de 380 milhões de toneladas, entretanto em decorrência a problemas climáticos a produção desta safra ficou em 340 milhões de toneladas.
“Por essa diferença na produção o Brasil passou à frente dos Estados Unidos [nas exportações]. Mas, é claro que tendo alguma mudança interna deles de política para exportação eles chegam tranquilos à 60 milhões de toneladas”.
Redução no investimento de tecnologia
Daniel Rosa explica que os números projetados pela Conab para a próxima temporada não são uma surpresa, pois já era esperada uma redução na produção por dois fatores: aumento de custos e queda dos preços.
“A Conab já previa uma redução de área e o produtor também deve investir menos. Ele vai acabar por investir menos se o preço não reagir”.
Apesar disso, na avaliação da Abramilho, o produtor rural brasileiro continuará plantando o cereal, pois o país além dos novos mercados que estão surgindo, à exemplo da China que em 2023 representa 20% das exportações, há o mercado interno que vive uma linha crescente de consumo.
Em 2023, o consumo interno previsto é de aproximadamente 79 milhões de toneladas de milho. Já para 2024 as estimativas apontam para 84 milhões de toneladas.
“Isso é puxado pelo etanol milho. É com certeza que o produtor pode continuar plantando, pode continuar aumentando a área e a tendência é que a gente aumente a nossa produção de milho”.
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Fonte: canalrural