A saca de soja foi negociada a R$ 117,00 em Rondonópolis, Mato Grosso, nesta terça-feira (25). Outras praças brasileiras do interior têm registrado preços igualmente desanimadores. Será que a situação pode mudar no curto e médio prazo?
Essa é a pergunta que muitos produtores têm encaminhado ao Projeto Soja Brasil. Para responder essa dúvida, conversamos com o analista de mercado da consultoria Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque. O ponto positivo, conforme ele, é que a pior parte do movimento negativo do mercado já passou. Contudo, isso não significa retomada dos patamares registrados no ano passado.
“Não vejo espaço para melhora dos preços da soja no primeiro semestre deste ano. Talvez alguma questão envolvendo aumento de Chicago ou incremento do câmbio traga preços um pouco melhores, mas nem esses fatores devem mudar a tendência negativa para as cotações brasileiras”.
Oferta intensa de soja
Segundo o analista, a atual e intensa oferta de produto mantém os preços do grão em baixa. “Há muita soja entrando no mercado e a necessidade de venda também é intensa porque o produtor não tem onde armazenar a sua produção”
Isso porque o estágio final da safra 22/23 confirma uma temporada recorde, com produção acima de 150 milhões de toneladas. “A colheita no Brasil já está praticamente finalizada. Apenas o Rio Grande do Sul deve demorar um pouco mais e terminar de colher em meados de maio”.
No entanto, o analista pondera que, a partir de maio, é preciso ficar de olho no mercado climático norte-americano. “Costuma ser um mercado bastante volátil, então podemos ter um repique de Chicago que pode melhorar um pouquinho a conta para o produtor e, assim, ele pode aproveitar”, ilustra.
Por fim, Roque alerta que os preços domésticos da soja devem subir – de forma não expressiva – apenas no segundo semestre, mas uma retomada mais significativa só acontece se houver problemas claros na safra norte-americana.
Fonte: canalrural