Morreu nesta sexta-feira (24), Zoé Silveira d’Avila, um dos maiores impulsionadores da avicultura brasileira. Ele foi presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA) por mais de dez anos, presidente do então Grupo Sadia nas décadas de 1980 e 1990 e presidente da Fundação Attilio Fontana por 14 anos nas mesmas décadas.
Médico, clínico e cirurgião formado pela universidade Federal do rio Grande do Sul (UFRGS), faleceu aos 101 anos, de causas naturais, em São Paulo.
Silveira d’Avila foi, também, vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias Alimentícias (ABIA) de 1982 a 1995 e Conselheiro da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos.
Em 1996 assumiu a presidência da então UBA (atualmente Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA), entidade encarregada de representar, promover e fomentar o desenvolvimento da avicultura e da indústria avícola brasileiras em todas as áreas, tendo sido seu presidente por seis mandatos consecutivos, até 2008, acumulando a vice-presidência da Associação Latino Americana de Avicultura (ALA).
Grande atenção à qualidade e saúde
O diretor-presidente da Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia Avícolas (Facta), Ariel Mendes, conta que trabalhou na UBA com Zoé Silveira d’Avila por mais de dez ano e que ele teve um papel muito importante na Sadia, uma empresa que prezava pela qualidade.
“Pelo fato de ser médico, tinha a noção da necessidade de aspectos sanitários e no cuidado da saúde como um todo”, detalha. “Ele levou isso para a UBA como um líder associativista, principalmente a importância de primar pela qualidade. Foi um dos responsáveis pelo trabalho de prevenção de Influenza Aviária. Ele tinha a noção dos impactos na avicultura brasileira caso ocorresse a enfermidade no Brasil”, diz.
Ícone da avicultura moderna
De acordo com Mendes, Silveira d’Avila mostrou para a comunidade, através de um amplo trabalho de comunicação, o sistema de prevenção para que todos se preparassem para doenças como a Influenza Aviária. “Foram contratados à época três jornalistas para fazer um trabalho junto aos formadores de opinião, como médicos, infectologistas e mostramos que era baixo o risco para humanos”, afirma.
O receio, segundo Mendes, era que, caso fosse registrada a Influenza Aviária, por exemplo, no Brasil, profissionais ficassem com medo de entrar nas plantas frigoríficas.
“Foram realizados workshops no país todo e, em um trabalho pioneiro, levamos apresentações sobre sanidade e mostramos a importância da avicultura para o país. Zoé foi um ícone da avicultura moderna”, afirma Ariel Mendes. “Neste momento, a Facta presta toda a homenagem e deseja apoio e força à toda a família”, diz.
O corpo foi velado no cemitério do Murumby, das 10h às 13h, no Morumbi, São Paulo (SP). O e-mail para condolências é [email protected].
Fonte: canalrural