As importações brasileiras de fertilizantes atingiram o maior volume dos últimos cinco anos em 2024, totalizando 44,3 milhões de toneladas desembarcadas nos portos do país. O número representa um aumento de 8,3% em relação às 40,9 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2023. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na edição de janeiro do Boletim Logístico.
O porto de Paranaguá, um dos principais pontos de entrada de fertilizantes no Brasil, recebeu 11 milhões de toneladas em 2024, ante 10,3 milhões no ano anterior. Já os portos do Arco Norte, que vêm ganhando importância logística, registraram um salto significativo, com 7,52 milhões de toneladas desembarcadas, contra 5,97 milhões em 2023. O porto de Santos, outro grande hub de importação, também apresentou crescimento, com 8,88 milhões de toneladas em 2024, comparadas a 8,56 milhões no período anterior.
Crescimento das exportações de soja pelo Arco Norte
Além dos dados sobre fertilizantes, o Boletim Logístico da Conab destacou o desempenho das exportações de soja, principal produto cultivado no Brasil. Em dezembro de 2024, os portos do Arco Norte foram responsáveis por 34,8% das exportações nacionais de soja, superando os 33,8% registrados no mesmo mês de 2023. Esse aumento reforça a tendência de diversificação das rotas logísticas do país, com o Arco Norte consolidando-se como uma alternativa estratégica para o escoamento da produção agrícola.
Contexto e impactos
O recorde nas importações de fertilizantes reflete a crescente demanda do agronegócio brasileiro, que busca garantir insumos para sustentar a produção de grãos, especialmente em um cenário de expectativas de safras recordes. O aumento das importações também está alinhado com a necessidade de reposição de estoques, após um período de volatilidade nos preços e na oferta global de fertilizantes, impactada por fatores como a guerra na Ucrânia e as restrições comerciais.
Por outro lado, o crescimento das exportações de soja pelo Arco Norte evidencia a importância de investimentos em infraestrutura logística para reduzir custos e aumentar a competitividade do setor agrícola brasileiro no mercado internacional. A região, que inclui portos como Itaqui (MA), Santarém (PA) e Barcarena (PA), tem atraído volumes cada vez maiores de cargas, aliviando a pressão sobre os portos tradicionais do Sul e Sudeste.
Perspectivas para 2025
Com o agronegócio brasileiro em plena expansão, a tendência é que a demanda por fertilizantes continue elevada em 2025, especialmente com a proximidade do plantio da safra de verão. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de monitorar os preços internacionais e os custos logísticos, que podem impactar diretamente os custos de produção dos agricultores.
Já as exportações de soja pelo Arco Norte devem continuar crescendo, impulsionadas por investimentos em infraestrutura e pela busca por maior eficiência no escoamento da produção. O fortalecimento dessa rota logística é visto como um passo estratégico para o Brasil consolidar sua posição como um dos maiores players globais do agronegócio.
Os dados divulgados pela Conab reforçam a importância do setor agrícola para a economia brasileira e destacam os desafios logísticos e de suprimentos que precisam ser superados para manter a competitividade do país no mercado internacional.
Fonte: cenariomt