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Agronegócio

Com reativação do Ministério da Pesca, setor espera mais investimentos

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A Secretaria da Pesca e Aquicultura foi criada em maio de 2003, sendo transformada em ministério seis anos depois. Em 2015, no entanto, a pasta foi extinta e as políticas públicas do setor sendo incorporadas ao então . E agora, em 2023, com a divisão do Mapa, a pasta dedicada exclusivamente à pesca foi reativada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Escolhido por Lula para ser o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula afirmou que pretende articular abertura de novos mercados. De acordo com ela, essa movimentação inclui até a Europa, que está suspensa desde 2018, além de ampliar a relevância do Brasil no cenário mundial no segmento.

“[Somos] donos da maior reserva de água doce do mundo, de uma extensa costa, de um clima favorável, de espécies nobres e matérias-primas para ração, temos tudo para avançar na produção aquícola, gerando renda e emprego em todo o território nacional”, disse Paula.

Orçamento para a Pesca

governo - Orçamento - lei orçamentária anual

Foto: José Cruz/Agência Brasil

O orçamento do Ministério da Pesca e Aquicultura para 2023 é de R$ 200 milhões. O valor é 950% maior que o montante disponibilizado, em 2022, quando, a estrutura do governo federal dedicada ao setor se resumia a uma secretaria do Mapa.

“Acreditamos que a abertura de novos mercados internacionais, como o europeu, ficarão mais fáceis e acessíveis” — Eduardo Lobo

“Tínhamos uma equipe muito boa na Secretaria de Pesca, mas muito pequena. Acreditamos que a abertura de novos mercados internacionais, como o europeu, ficarão mais fáceis e acessíveis de serem atingidos [com a recriação do ministério]”, comenta Eduardo Lobo, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca).

Números do setor da pesca

pesca - exportações

Foto: Canal Rural/reprodução

O balanço da produção e exportação de 2022 ainda não foi fechado, mas o país tem mostrado crescimento nos últimos anos. De 2014 a 2021, por exemplo, o volume saltou quase 50%, com 840 mil toneladas e receita na casa dos R$ 8 bilhões. A Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), entidade que representa a cadeia produtiva da piscicultura do país, destaca que o novo ministério precisa incentivar o cultivo de espécies nativas.

“O peixe nativo, nós já temos mais de dois anos que está em dificuldade”, afirma Francisco , presidente da Peixe BR. “É um setor que está diminuindo a sua produção ano a ano. Necessita de ação urgente, principalmente da parte de sanidade e industrialização, para que possamos retomar o caminho do consumo desse produto.”

No geral, as exportações de pescado pelo Brasil já somam 42 destinos. De janeiro a agosto de 2022, os Estados Unidos se mantiveram como maior comprador, ampliando em 27,69% os embarques — isso em com o mesmo período de 2021. China e Argentina aparecem na sequência de maiores compradores desse tipo de proteína. No entanto, o país que mais chamou a atenção foi a Costa do Marfim. Isso porque de um ano para o outro, a nação africana aumentou em 2.500% o volume de compras, conforme informa o Painel do Pescado.

exportação de peixes - peixe - pescado

Foto: Renan Aguiar/Canal Rural

Paraná em destaque na produção nacional

peixe congelado - max gazzi

Foto: Max Gazzi/Canal Rural

Dentre as unidades federativas do Brasil, o Paraná é o maior exportador de pescados, com mais de 50% do total. O estado também é o maior produtor, com 22% da produção nacional. O carro-chefe é a tilápia. Das 188 mil toneladas produzidas pelo mercado paranaense em 2021, 182 mil foram de tilápia.

O Sistema Cooperativista do Paraná (Ocepar) tem sido importante para impulsionar a comercialização nos mercados interno e externo. “As cooperativas recebem esse produto, processam e pagam o produtor rural, que tem a certeza de que aquele produto será escoado. Assim, ele terá receita no final do ciclo”, diz o analista técnico de Desenvolvimento da Ocepar, Salatiel Turra.

Tilápia em destaque no cenário internacional

peixe, tilápia

Foto: Frigorífico Mais Fish

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia. A espécie representa mais de 60% do total da produção nacional de pescados. Na peixaria Ocean Six, em São Paulo, a tilápia também é bastante popular, sendo um dos peixes com mais saída. Entre os motivos é que oferece, por exemplo, um bom custo benefício e ainda é bem versátil, encaixando-se em vários pratos.

“[A tilápia] pode ser frita ou assada. Pode-se comer como sashimi. Pode-se fazer vários pratos com um peixe só”, conta Marcelo Nonaka, sócio-proprietário da Ocean Six.

Dona do restaurante Murakami, também em São Paulo, Suzana Murakami é uma das clientes mais antigas da peixaria de Nonaka. Nesse sentido, ela afirma: compra peixes diariamente para compor o cardápio de seu estabelecimento. E faz questão de sempre procurar bom preço e produto de qualidade.

“A gente pega os melhores peixes do dia. Sempre peixe fresco”, diz Suzana. E assim ela ajuda a mostrar, que seja sob os cuidados de uma secretaria ou um ministério, o setor de pescados ajuda a movimentar diversas pontas da economia brasileira.

*Com edição de texto de Anderson Scardoelli.

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