A boquinha torta e os olhos grandes fizeram Tobias entrar na vida da bióloga Carla Larissa Kovalski Dias, 28 anos, em 2016. O peixinho da espécie Crenicichla cyanonotus, também conhecido como Jacundá, foi doado ao Governo do Estado, para o projeto do que viria a ser o Bioparque Pantanal, justamente pelas suas particularidades físicas, que o impediam de ser comercializado.
Mas, o que ninguém esperava é que a relação de cumplicidade e carinho entre os dois virasse uma tatuagem cheia de personalidade, após a partida do companheirinho aquático🐟.
“Comecei a cuidar dele no início de 2016, quando recebemos ele de um fornecedor que nos ofereceu o Tobias como doação, pois ele tinha algumas particularidades, coluna e boca tortas, olhos grandes, e não poderia ser comercializado”, relembra Carla.
Na época, os peixes do Bioparque Pantanal viviam em tanques, uma espécie de quarentena, onde chegaram a se reproduzir antes da inauguração oficial no ano passado.
Por ser um Jacundá, logo os dois fizeram amizade.
“Ele é um peixe do grupo das Crenicichlas, que interagem com os cuidadores. Desde o começo ele interagiu bastante comigo e com a equipe. Foi esse comportamento que ganhou meu coração”, confessa a bióloga-chefe do Bioparque e responsável pelo setor de bem-estar animal do empreendimento – inclusive da sucuri Gaby 🐍.
O chamego era tanto, que só de Carla chamar Tobias na beira do tanque, ele aparecia.
“Todos os dias eu chegava no trabalho e ia ver ele, chamava na borda do tanque e ele vinha. Fazia questão de fornecer a alimentação pra ele e acompanhar todas as atividades de manejo que o envolviam. Ele era um peixinho muito expressivo, isso me cativou”, ressalta.
Durante todo o tempo de vida no complexo, Tobias teve uma vida muito feliz, viveu num espaço enorme e enriquecido, o tanque América – Amazônia Submersa.
“As pessoas o adoravam, interagia bastante e isso era um sinal de que estava confortável no recinto. Todos os dias eu passava no tanque, olhava ele, conversava, tinha uma relação além do profissional”, relembra a bióloga.
Tatuagem cheia de amor
A ideia da tatuagem surgiu há algum tempo, inclusive, a sessão já estava marcada quando no dia 15 de fevereiro, Tobias partiu.
“Eu já queria fazer uma tatuagem do Tobias pra homenagear ele e a minha profissão, inclusive a tatuagem já estava marcada no dia que ele faleceu 🥺”, frisa.
Tobias tinha nove anos de idade e exames comprovaram que ele morreu de velhice.
“Foram feitos exames após a mortalidade e constatou óbito por idade avançada”.
Fonte: primeirapagina