Quando o assunto é Japão, é comum se deparar com o clichê de que se trata de um país “onde tradição e modernidade se encontram”. Tóquio talvez resuma bem essa frase feita: a gigantesca capital de um império milenar só ganhou esse título em tempos muito recentes para a história de um país tão longevo – foi em 1868 que a capital saiu de Kyoto para o local atual, que por muito tempo era apenas uma pequena vila de pescadores chamada Edo.
De lá pra cá, Tóquio passou por um terremoto devastador em 1923, bombardeios durante a 2º Guerra Mundial, dois Jogos Olímpicos, e se tornou um caldeirão cultural. Intencionalmente ou não, os bairros da capital japonesa acabaram se dividindo em temáticas, o que é um prato cheio para os turistas.
Atualmente, a região metropolitana da capital japonesa é a mancha urbana com mais habitantes no mundo: são 41 milhões de pessoas se espremendo em Tóquio e nas cidades conurbadas. Ou seja, opções não faltam para passar vários dias curtindo as atrações da cidade. Mas, se você estiver com pouco tempo, também dá para aproveitar o eficiente transporte público local para circular o máximo possível em um roteiro de poucos dias.
Veja aqui algumas dicas que separamos e um mini-roteiro para visitar Tóquio em 4 dias (considere ficar pelo menos 7 dias).
Onde se hospedar em Tóquio?
Desde a proximidade com os pontos turísticos quanto à infraestrutura que facilita a visitação, recomenda-se escolher um hotel nos bairros de Shibuya, Shinjuku ou Ginza. Para quem está vindo de fora do país também é acessível, já que os bairros ficam próximos do Aeroporto Internacional de Tóquio. Nesses bairros você também encontra acomodações de todo tipo, inclusive os famosos hotéis-cápsula.
Dia 1: Templo Senso-Ji e Skytree
Localizado no distrito de Asakusa, o Senso-Ji é uma excelente opção para começar as visitas. Com uma estrutura reconstruída após a Segunda Guerra Mundial, esse templo budista é o mais antigo de Tóquio, fundado no ano de 645.
Uma das imagens mais marcantes do templo é o Portão Kaminarimon e a famosa lanterna de 700 kg. A entrada é gratuita, mas na Nakamise Dori, rua em frente ao templo, há diversas lojas de suvenires e restaurantes.
E se é reviver a ideia do encontro entre tradição e modernidade que você busca, vale esticar o passeio entre o templo de quase 1400 anos até uma estrutura erguida em nosso século: a cerca de 20 minutos de caminhada dali, cruzando o rio Sumida, você chega na Tokyo Skytree.
Inaugurada em 2012, a estrutura de 634 metros de altura rende belas vistas panorâmicas da megalópole – recomenda-se a compra antecipada do ingresso pelo site, cujo valor varia conforme o local que você deseja acessar. Para o observatório mais alto, o ingresso antecipado sai por 3.100 ienes (cerca de R$ 120).
Dia 2: Santuário Meiji-Jingu e os bairros de Shibuya e Harajuku
Outro santuário reconstruído no pós-guerra, o Meiji-Jingu é dedicado ao imperador Meiji e à esposa Shoken, que viveram na virada do século 19 para o 20. Também com entrada gratuita, o espaço tem cores menos exuberantes, mas é um ótimo local para observar as cerimônias tradicionais.
Seguindo o dia com turismo a pé, o bairro de Harajuku é um xodó dos turistas pela variedade de shoppings e lojinhas de todo tipo, partindo das mais típicas até aquelas que só vendem as marcas mais famosas. Se você quer uma refeição barata e produtos tradicionais, a rua Takeshita é o lugar. Se a busca for por um pouco de luxo, as ruas Omotesando e Harajuku são as melhores opções.
O bairro de Shibuya também conta com lojas e shoppings famosos, como a Uniqlo, Tokyo Hands, Muji, Miyashita Park, Shibuya Parco e a Don Quijote.
No entanto, a fama da região vem por outros motivos. A Estátua de Hachiko homenageia o cachorro homônimo, que seguia esperando seu tutor na estação de metrô mesmo passados anos de sua morte. A história inspirou o filme “Sempre ao seu lado” (2009), estrelado por Richard Gere.
Ao lado do monumento, fica o famoso Shibuya Crossing, considerado o cruzamento mais agitado do mundo.
Dia 3: Toyosu Market, Palácio Imperial e os bairros de Ginza e Akihabara
O terceiro dia deste roteiro é o mais itinerante, mas também aquele com mais pontos próximos uns dos outros, o que facilita a vida do viajante.
Para abrir o dia e o paladar dos fãs de peixe, uma boa sugestão é o Toyosu Market, onde funciona uma feira popular com foco em pescados e pratos tradicionais. Seguindo na linha das tradições, não muito longe dali fica o Palácio Imperial, que possibilita um tour guiado de terça à sábado. Se der a sorte de ir no verão, vai ter uma bela visão das cerejeiras. A visita é gratuita, mas exige reserva prévia – o guia fala japonês, mas há audioguias em inglês e espanhol, além de francês, coreano e chinês.
Perto do palácio fica Ginza, o bairro que conta com a Chuo Dori, onde ficam as lojas mais luxuosas da cidade. Se preferir algo mais geek, dê um pulo em Akihabara, onde você vai encontrar diversas lojas e atrações relacionadas com jogos de videogame e animes. Além desses locais e algumas lojas de eletrônicos, o bairro também é famoso pelos cafés e bares peculiares, com direito a atendimento com pessoas usando fantasia ou fazendo cosplay.
Dia 4: Shinjuku
Se você for rápido, dá para encaixar essa visita em três dias mais corridos, já que Shinjuku poderia entrar em algum dos dois primeiros dias. Nessa região é possível visitar gratuitamente o Tocho, sede do governo metropolitano de Tóquio que conta com um excelente mirante para o restante da cidade. Outra boa pedida com entrada gratuita é o Jardim Nacional Shinjuku Gyoen, considerado um dos maiores parques de Tóquio.
A fama do bairro também vem do Kabukicho, conhecido por abrigar o “Red Light District” de Tóquio. O entretenimento adulto por ali tende a ser mais sutil, com bares e karaokês dominando a região, embora também haja casas de massagem e clubes noturnos.
E se ainda houver alguns dias sobrando?
Se a viagem for em família e com crianças, uma boa pedida é dar uma passada na Tokyo Disney Resort, a “Disneyland” japonesa, que fica na cidade de Chiba, na região metropolitana da capital. O acesso é feito a partir da estação de Maihama.
Outra opção fora da capital japonesa é uma visita para conhecer o Monte Fuji mais de perto. São 5 horas entre ida e volta, e vale atenção: se sua ideia é subir no monte, é preciso ir durante o verão japonês, quando ocorre a temporada oficial de escaladas.
Fonte: viagemeturismo