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Turismo

Preço do Big Mac na Argentina é o mais alto entre as Américas

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Viajar para a Argentina ficou mais caro – muito mais caro – para o turista brasileiro. Publicado anualmente pela revista The Economist e atualizado em janeiro de 2025 pela Reuters, o índice Big Mac mostra que o duplo cheeseburger na Argentina é hoje o mais caro das Américas e o segundo mais caro do mundo, só perdendo para a Suíça. Saiba mais sobre a metodologia.

O valor de câmbio flutua diariamente, mas o Big Mac argentino sai por US$ 7,37. Pela cotação atual do dólar, que oscila em R$ 6, o valor alcança R$ 44,2.

Com a escalada no índice, viajar para a Argentina ficou mais caro do que ir ao Uruguai, tradicionalmente o país latino líder no ranking da revista. No Brasil, um Big Mac sai por US$ 4,49 (R$ 26,9).

O baque no turismo a partir do Brasil já foi contabilizado pela agência argentina de estatística. Até novembro de 2024, o recuo no número de turistas brasileiros foi de quase 20% em comparação ao mesmo período de 2023. Em janeiro, a consultoria PriceStats mensurou que a Argentina estava 19% mais cara que o Brasil (o cálculo foi feito com base em uma mesma cesta básica de alimentos e combustível).

O câmbio inverteu o sentido do fluxo de turistas. Neste verão, os argentinos voltaram ao Brasil, deixando as praias platinas vazias. Um estudo comparativo da Ecosur mostrou que uma viagem de uma semana para quatro pessoas no Rio custava metade do valor gasto em uma para Mar del Plata.

Dólar e real desvalorizados

O plano do presidente Javier Milei para baixar a inflação mudou tudo para o turista brasileiro, que antes da vitória do ultradireitista “enriquecia” ao pisar em solo hermano.

Para forçar a queda da inflação, Milei fez um drástico corte nos gastos públicos, congelou salários e parou de imprimir moeda, forçando uma valorização do peso frente ao dólar. O pacote econômico agravou o já preocupante problema da pobreza, que hoje está no maior patamar dos últimos 20 anos.

O turista brasileiro sempre optou por trocar seus reales pelo câmbio blue, o câmbio paralelo que, em meados de 2023, chegou a pagar 200% a mais do que o câmbio oficial. O choque fiscal de Milei aproximou o câmbio oficial do blue, para algo em torno de 10%, o que reduziu drasticamente os ganhos artificiais que os brasileiros tinham no câmbio

Além disso, houve uma desvalorização do real frente ao dólar – cerca de quase 30% no último ano –, o que tornou as viagens à Argentina ainda mais salgadas para os brasileiros. Ou seja, o combo valorização do peso, desvalorização do real e inflação alta tornou o país vizinho o mais caro da América Latina.

De olho no câmbio

Os analistas não sabem ainda se o choque fiscal do ultradireitista Milei terá o efeito desejado em conter a inflação, ainda elevada. Mas o cenário para o turismo não deve mudar muito nos próximos meses

Para o turista brasileiro, no entanto, ainda sai mais em conta viajar para o país vizinho do que cruzar o Atlântico. A cosmopolita Buenos Aires, com suas construções neoclássicas, não fica devendo para as cidades europeias. A Argentina também é um destino cobiçado nas férias de inverno, com rota de vinhos, em Mendoza, e destinos de neve, como Bariloche e El Calafate.

Na hora de planejar a viagem, leve reais para trocar diretamente nas casas de câmbio não oficiais, conhecidas como cuevas, sacar diretamente em pesos via Western Union ou usar cartão de débito de conta global, que cobram 1,1% de IOF frente aos 3,38% dos cartões de crédito emitidos no Brasil. Não é vantajoso usar cartão de crédito para as compras gerais, exceto para a hospedagem – os hotéis abatem 21% de IVA no pagamento com tarjeta (não se trata de um desconto, mas é o imposto que deixe de incidir sobre o valor das diárias).

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Fonte: viagemeturismo

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