O Portão do Inferno é uma curva no topo de uma serra com cerca de 70 metros na MT-251, que liga Chapada dos Guimarães a Cuiabá. Reconhecida nacionalmente pela sua importância histórica e natural, nele há uma concentração geológica que faz parte do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, uma unidade de conservação brasileira.
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Mas o recanto mato-grossense que esconde história e muita biodiversidade, enfrenta um grave problema com deslizamentos de terra. O Portão do Inferno, no ano de 2023, ficou marcado por inúmeras movimentações rochosas que atrapalharam o comércio, a infraestrutura e a vida em Chapada dos Guimarães.
Vai e vem
Os desmoronamentos de blocos (veja o vídeo abaixo) na região ocorrem há muitos anos, porém as ocorrências têm se intensificado desde o começo do período chuvoso, em novembro de 2023. De lá pra cá, o local permanece com o tráfego de veículos prejudicado.
Depois que a primeira movimentação de terra aconteceu, a Sinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística) mantém o esquema “pare e siga” desde o dia 26 de dezembro. São 50 dias de trânsito lento na região e interdições sempre que chove.
Isso significa que todas as vezes que chove no “Portão do Inferno” o trânsito é interrompido para os motoristas.
Já os veículos pesados, seguem proibidos de passar na MT-251 e devem buscar vias alternativas. Veja ao final da matéria quais as rotas alternativas.
O que está sendo feito?
O senador Wellington Fagundes (PL), o presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Sérgio Ricardo, o ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), a própria Sinfra e outros órgãos como Bombeiros, Defesa Civil e Prefeitura de Chapada dos Guimarães já estiveram no local em vistorias.
Por ora, grades estão sendo instaladas ao redor da serra para evitar movimentação dos blocos de terra. Uma audiência pública foi feita com diversos órgãos para discutir a situação da MT-251 e consequentemente a vida em Chapada.
Sérgio Ricardo estabeleceu o prazo de três meses para que a Sinfra-MT inicie as obras de construção de um túnel como alternativa para evitar os desmoronamentos.
Nesta quarta-feira (14) a Sinfra afirmou à reportagem que o trânsito foi totalmente bloqueado por conta de chuvas no local, no entanto, pouco tempo depois foi reaberto. Não há previsão oficial do órgão sobre o fim do “pare e siga”.
Em nota oficial, a Sinfra afirma que “não haverá interrupção para realização de serviços emergenciais nesta quinta-feira e sexta-feira (15 e 16), assim como na segunda-feira (19). O trânsito no local só será paralisado em caso de chuva, seguindo o protocolo de segurança estabelecido para evitar o risco de acidentes”.
Uma comissão formada por engenheiros da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) segue fazendo estudos para solucionar o problema da estrada da Chapada.
Impacto na sociedade
Alguns moradores relataram a perda significativa de turistas na região, principalmente em hotéis e pousadas.
A empresária Gisele Carvalho fez um forte desabafo sobre a situação dos comércios na cidade. Ela que é dona de uma pousada, falou sobre a situação da cidade com a redução no fluxo de visitantes, em razão dos deslizamentos do Portão do Inferno.
“O pouco que tínhamos de reservas na cidade para turistas, nós estamos tendo cancelamentos. O carnaval é uma época que conseguimos lucrar para pagar as contas atrasadas, mas está um caos! A cidade é fantasma”, desabafou a comerciante.
Acesso por Campo Verde
Os veículos podem seguir por Campo Verde, pela BR-364, para chegar até Chapada dos Guimarães. Nessa rota, o trajeto é asfaltado, soma dois pedágios e aumenta de 66 km para 207 km de distância entre as cidades.
Também é possível chegar ao município pela estrada que passa pelo distrito de Água Fria. Por essa rota, são 116 km ao todo, sendo 32 km por estrada de terra com muita poeira, areião e pontos com atoleiro. O acesso é pela MT-251, na rotatória, saída para Manso, na MT-351.
Confira a galeria dos dilemas do Portão do Inferno
Fonte: primeirapagina