Rios podem até não ser a primeira coisa que vem à cabeça quando se pensa em Nova York. Mas é uma inevitabilidade geográfica: o centro da vida econômica e cultural da cidade, afinal, fica em uma ilha. E os caminhos que levam a Manhattan incluem muitas pontes, que acabam se tornando imagens tão representativas da cidade quanto os arranha-céus ou a Estátua da Liberdade.
A Ponte do Brooklyn, com quase 150 anos de história e uma muito procurada passagem de pedestres, é um dos monumentos da engenharia que conectaram as principais zonas da metrópole ainda no século 19, quando grande parte da travessia dos rios dependia de balsas.
A história da ponte
Na época da inauguração, em 1883, a Brooklyn Bridge era a maior do seu gênero — uma ponte suspensa por cabos — já vista no mundo. De ponta a ponta, são quase 500 metros cruzando o East River, com torres em estilo gótico que chegam a 83 metros de altura.
A ponte apareceu para suprir o que, à época, era uma demanda de décadas: ainda no final do século 17 já havia discussões sobre a necessidade de um ponto fixo conectando Manhattan ao Brooklyn.
Mas o elevado custo da obra e o grande tráfego de barcos pelo East River sempre provocava adiamentos, já que os trabalhos de construção poderiam interromper o fluxo a ponto de prejudicar inclusive o abastecimento da cidade. Até um túnel chegou a ser discutido antes da ponte, mas o preço era ainda maior, desencorajando as autoridades.
A ideia de construir uma ponte tão grande, com espaço suficiente entre as torres para perturbar o mínimo possível os barcos, acabou levando a melhor, e os trabalhos começaram em 1870. Hoje, mais de 120 mil veículos atravessam diariamente a Brooklyn Bridge, que também é circulável a pé e de bicicleta (são outras 40 mil pessoas por dia usando meios não motorizados). No passado, até 1950, trens e veículos puxados por animais também eram autorizados.
Banimento de ambulantes melhorou o fluxo
No início de 2024, o governo nova-iorquino baixou um decreto para minimizar um problema que havia se acentuado na época da pandemia: vendedores ambulantes foram proibidos de utilizar as pontes e passarelas elevadas da cidade para comercializar seus produtos.
A Brooklyn Bridge era a maior dessas passagens e, consequentemente, aquela que mais sofria com a obstrução – a estimativa era que havia cerca de 50 pontos de venda de quinquilharias espalhados pela extensão da ponte. A mudança facilitou o fluxo.
Agora, os ambulantes se mudaram para uma quadra próxima, na Washington Street, na margem do Brooklyn. A escolha é estratégica: é passagem obrigatória para quem sai da ponte em busca da região do Dumbo, o local de uma das fotos turísticas clássicas de Nova York, onde outra ponte famosa das vizinhanças aparece emoldurada por antigos prédios de tijolos: a “instagramável” Manhattan Bridge, construída duas décadas mais tarde e cuja saída fica a apenas 150 metros dali.
Paisagens icônicas dos dois lados
Além de ser uma atração por si só, a Brooklyn Bridge dá a oportunidade de observar os contrastes de Nova York. Olhando na direção da região que lhe empresta o nome, é possível ver os edifícios mais antigos ainda preservados daquele lado. E, uma vez fora de Manhattan, espaços como o Brooklyn Heights Promenade ou o Brooklyn Park dão a oportunidade de apreciar a skyline da ilha com os famosos arranha-céus.
Uma vez no Brooklyn, vale também escolher um lugar no Time Out Market para fazer uma refeição e curtir a vista – que inclui, é claro, a própria ponte que você acabou de atravessar.
Fonte: viagemeturismo