O evento
é voltado para a temática dos animais no turismo e Eveline apresentará a própria pesquisa sobre a “participação” de animais no turismo do Pantanal mato-grossense.Em “Animais não humanos como trabalhadores do turismo pantaneiro”, Eveline Baptistella observou os animais selvagens habituados à presença humana no Pantanal e que acabam por cooperar na atividade de turismo.
A jornalista e professora falará sobre sua pesquisa no Painel 3, painel referente “As Américas”, nesta quinta (17), às 15h45, no horário de Londres, às 11h45, no horário de Cuiabá.
O Painel 3 conta ainda com mais duas pesquisas: “História dos animais de trabalho no transporte e recreação”, por Clarissa Uttley; e “Reflexões: a experiência inicial de uma graduação pesquisando animais no turismo”, por Annabel DeSmet.
De acordo com a organização, o objetivo da conferência é fortalecer a ponte entre “academia de turismo” e “academia de não turismo”, destacar e celebrar novas perspectivas dentro e fora do turismo e aquelas que unem as duas.
A pesquisa
Segundo a pesquisadora, “ao Aceitarem a proximidade de humanos, eles [os animais selvagens] passam a ser considerados trabalhadores parceiros dos humanos e recebem uma rede de proteção maior da comunidade. O melhor exemplo dessa parceria são as onças de Porto Jofre, que passaram a ser protegidas, porque toleram bem a proximidade com turistas”.
No entanto, Eveline reforçou que ainda há controvérsias nesse tópico. “Essa habituação, no caso das onças, por exemplo, envolveu a ceva no começo, lá nos anos 2000. Hoje a prática é proibida no Pantanal, mas, no turismo em geral, considerando no mundo todo, ainda vemos a oferta de comida para os animais como forma de atraí-los para serem vistos pelos turistas. Isso traz uma série de problemas tanto para saúde quanto para a segurança dos animais, especialmente em caso de acidentes que envolvam prejuízos para os humanos, pois o animal não humano sempre acaba pagando a conta”.
A pesquisadora disse que o Pantanal tem baixa incidência dessas práticas e que pode servir como uma base para construção de um turismo de observação de vida silvestre mais ético em relação às outras espécies.
Eveline também discute a interação entre guias e turistas com animais selvagens no Pantanal. Segundo a professora, esse tipo de prática passa uma mensagem prejudicial para a sociedade, ao fazerem elas pensarem que animais selvagens podem ser tratados como pets.
“Isso estimula um mercado de fotos com animais selvagens que muitas vezes são colocados em cativeiro e sedados exclusivamente para atenderem a esse propósito, além de estimular o tráfico de animais silvestres”.
Eveline explica que seu trabalho aponta caminhos para uma comunicação mais ética em relação aos animais não humanos, com a proposta de um turismo de observação de vida selvagem livre de sofrimento animal, e positivo para todos os envolvidos.
Fonte: leiagora