Os pombos são considerados sujos, praga urbana, fonte de doenças, enfim, não têm uma boa reputação. Sabendo que o animal é tão icônico quanto detestado na cidade, o artista colombiano Iván Argote quis dar a ele uma chance de revanche com a escultura gigante Dinosaur, instalada no High Line, em Nova York, em outubro.
O pombo de alumínio foi pintado à mão de forma hiper-realista para ser abrigado no parque suspenso sobre a 30th Street com a 10th Avenue por 18 meses. A escultura de 900 kg e quase cinco metros de altura reverte a relação de poder com os pedestres e carros: agora, é ela quem nos observa de cima.
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A obra ironiza tradicionais esculturas que homenageiam figuras históricas ao selecionar a ordinária e onipresente ave de Nova York como digna de ser representada em um monumento. A população de pombos, aliás, é maior do que a população humana da cidade: 9 e 8 milhões, respectivamente.
A escultura também levanta debates sobre migração. Uma placa de metal próxima à obra lembra que apesar do pombo fazer parte do cotidiano nova-iorquino, ele migrou para lá assim como muitos dos moradores da cidade. Os animais foram trazidos da Europa no século 19 como alimentação e já foram utilizados para comunicação durante as guerras mundiais.
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O nome Dinosaur é uma referência ao tamanho monumental da escultura, mas também aos antepassados dos pombos. Podem não inspirar o mesmo medo, mas as aves são descendentes diretas dos dinossauros – foram 66 milhões de anos de evolução até os animais ganharem a aparência que conhecemos.
Até abril de 2026, será possível ver a escultura no The Plinth, região do High Line dedicada a exibir obras desde 2019. O espaço foi inaugurado com a Brick House, de Simone Leigh, um busto em bronze de uma mulher negra. Em 2021, foi a vez de Untitled (drone), de Sam Durant, e antes de Dinosaur veio Old Tree, de Pamela Rosenkranz, uma árvore rosa-avermelhada, em 2023.
Fonte: viagemeturismo