No último mês de dezembro, o Museu da Misericórdia reabriu as suas portas após três anos fechado para obras de restauração e requalificação. Erguida no século 17 pelo fundador da cidade, Thomé de Souza, a construção fica na Cidade Alta, entre o famoso Elevador Lacerda e o Monumento da Cruz Caída. Com elementos barrocos, rococós e neoclássicos, o edifício, que tem vista para a Baía de Todos os Santos, é parte essencial da história da cidade.
História, tradição e cultura
Inaugurado em 2006, o museu ocupa o prédio do primeiro hospital da Bahia. O espaço, onde funcionava a antiga Santa Casa da Misericórdia, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1938.
Hoje, esse é um dos principais importantes centros culturais baianos e reúne um vasto acervo de obras significativas para a história do estado e do país. Ao todo, são 3.874 peças catalogadas.
Além de antigos equipamentos hospitalares e farmacêuticos, a coleção conta com um conjunto de azulejos de 1712, que retratam a Procissão do Fogaréu, e quadros da Paixão de Cristo, pintados pelo barroco José Joaquim da Rocha. Entre as inúmeras joias espalhadas pelo prédio, há ainda o primeiro carro movido a gasolina que chegou à Bahia.
Tempo de mudanças
Em 2021, contudo, o Museu da Misericórdia precisou interromper temporariamente as suas atividades para investir em reformas. As obras de restauro e modernização custaram R$ 11,3 milhões e foram finalizadas em junho de 2024.
As mudanças incluíram a ampliação dos espaços expositivos, a instalação de um elevador e a construção de um auditório para 100 pessoas. Além disso, foi feita a reparação da Capela de Nossa Senhora da Misericórdia, que deu destaque ao seu teto artístico com 45 painéis de pintura.
Nos últimos seis meses que antecederam a reabertura, o foco foram os ajustes finais. Isso incluiu a montagem de mobiliário, painéis, vitrines, programação visual e ferramentas de acessibilidade.
História e lirismo
Depois de três anos fechado, a reabertura do Museu da Misericórdia foi em grande estilo. Desde a reinauguração, o espaço está sediando a exposição O Cotidiano Lírico, que traz uma série de obras do artista baiano Floriano Teixeira (1923-200). Com curadoria da museóloga e historiadora Simone Trindade, a exibição ficará aberta até o dia 20 de fevereiro.
A casa também mantém a sua exposição fixa, que reúne um acervo de 14 peças representando as Obras de Misericórdia da Santa Casa. A autoria é de diferentes artistas, incluindo Mário Cravo Júnior e Bel Borba.
Na noite de reabertura, houve também o lançamento do livro Quando Palavra é Ação – 475 Anos de Memórias, de Antonio Risério. A obra, que conta com fotografias de Fábio Knoll, narra a história da instituição.
Conheça o Museu da Misericórdia
Se você vai para Salvador, o recém reinaugurado Museu da Misericórdia é uma parada imperdível para o seu roteiro de viagem. Situado no Centro Histórico, o espaço fica aberto de terça a sexta, das 9h às 17h. Nos sábados, o funcionamento é das 9h às 16h30min. Fecha aos domingos.
Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria, e os preços variam entre R$ 15 (meia-entrada) e R$ 30 (inteira). Para mais informações, basta acessar o site oficial ou o perfil no Instagram @museudamisericordia.
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Fonte: viagemeturismo