A situação da 123 Milhas pode até ter virado meme na internet, mas afetou de forma séria dezenas de pessoas que estavam com viagem programada e malas praticamente prontas, entre elas os campo-grandenses Amanda Raíssa e Izauri Cunha.
Filha e pai viajariam rumo à Roma, capital da Itália, em novembro deste ano, mas tiveram pacote cancelado na semana passada por decisão da 123 Milhas. Tamanho era o planejamento que os tickets foram comprados em agosto do ano passado.
A ideia era viajar já com tudo pago antecipadamente. “A viagem estava prevista para acontecer em novembro deste ano. Me sinto muito lesada pela situação. A empresa colocou a gente no escuro. Estamos no escuro”.
A surpresa veio na na sexta-feira (18) quando a jovem viu a agência de viagens digital anunciar que os pacotes e a emissão das passagens promocionais válidos entre setembro e dezembro, seriam suspensos. Como os bilhetes para a Europa estão praticamente pagos, cerca de R$ 3 mil, ela tentou contato direto com a companhia.
“Por ora, a empresa não mandou nada. O que aconteceu que começamos a ver as notícias e nos preocupamos. Ficamos bem chateados, soubemos da nossa situação pela notícia. As passagens estão quase quitadas”.
De acordo com o anunciado pela 123 Milhas, a medida afeta viagens já contratadas da linha “Promo”, de datas flexíveis, entre setembro e dezembro de 2023. Sendo assim, Amanda pisou no freio e paralisou a busca por hospedagem e passeios que estava fechando para quando estivesse em solo italiano.
Outro lado
Embora não esteja respondendo caso a caso, a 123 Milhas emitiu nota informando que vai devolver integralmente os valores pagos pelos clientes.
No entanto, será por meio de “vouchers acrescidos de correção monetária de 150% do CDI, acima da inflação e dos juros de mercado, para compra de quaisquer passagens, hotéis e pacotes”. Neste link é possível acessar respostas para outras perguntas sobre o caso.
Sanção
No fim da tarde desta segunda-feira (21) o ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou a suspensão da 123 Milhas de um cadastro nacional usado para viabilizar empréstimos e financiamentos empresariais com auxílio do Governo.
Além disso, sem ele as companhias voltadas ao setor do turismo ficam impossibilitadas de funcionar plenamente. O CadasTur, como é chamado, é gerenciado pela pasta.
“O objetivo é fazer com que esses consumidores, esses turistas nacionais que adquiriram esses pacotes, não sejam lesados, possam ter as viagens garantidas ou pelo menos o retorno do investimento que fizeram”, disse à imprensa.
Fonte: primeirapagina