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Turismo

Dólar alto: 7 dicas para viajar economizando

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Viajar para o exterior é um sonho para muitos brasileiros, mas a alta constante do dólar nos últimos anos tem tornado essa realidade mais desafiadora. Para quem já tem uma viagem marcada, as preocupações aumentam, já que os custos no destino — como hospedagem, alimentação e passeios — podem pesar ainda mais no orçamento. 

A boa notícia é que, com um planejamento financeiro bem elaborado e algumas estratégias inteligentes, é possível minimizar os impactos das oscilações cambiais e aproveitar ao máximo a experiência de viagem. 

A seguir, Thaísa Durso, educadora financeira da Rico, compartilha seis dicas práticas para driblar a valorização da moeda:

A alta do dólar e seus fatores 

A valorização do dólar em relação ao real reflete um cenário menos favorável para a moeda brasileira devido a questões que estão ocorrendo tanto no Brasil quanto no exterior. Fatores como as incertezas fiscais internas e expectativas sobre a nova gestão nos Estados Unidos têm gerado instabilidade nos mercados, aumentando a percepção de risco entre investidores e contribuindo para a alta da moeda americana.

Historicamente, o dólar tem demonstrado uma trajetória de alta em relação ao real. A taxa de câmbio nominal, que representa o valor de uma moeda em relação a outra sem considerar os efeitos da inflação, é um dado que pode ilustrar essa dinâmica. Por exemplo, de acordo com dados do Banco Central, a taxa de câmbio nominal era de R$ 1,86 em dezembro de 2011 e alcançou R$ 6,18 em dezembro de 2024. Essa elevação evidencia a valorização do dólar frente ao real ao longo dos anos.

1. Organize o orçamento da viagem

O primeiro passo para organizar sua viagem internacional, especialmente em tempos de alta do dólar, é revisar cuidadosamente o orçamento. Separe suas despesas em categorias, como transporte, hospedagem, alimentação, passeios e compras.

Identifique as prioridades e elimine ou substitua gastos que não são essenciais. Por exemplo, você pode optar por passeios gratuitos ou com descontos e explorar restaurantes menos badalados, que oferecem boa comida a preços mais acessíveis.

Além disso, avalie quanto você pode gastar na viagem. Estime os custos diários no destino, incluindo transporte, alimentação, passeios e compras. Esse cuidado ajuda a evitar surpresas e mantém o controle financeiro.

2. Antecipe despesas sempre que possível

Antecipar gastos pode ser outra estratégia inteligente. Comprar ingressos para atrações e reservar serviços com antecedência protege contra futuras oscilações cambiais e facilita o planejamento financeiro.

3. Use ferramenta de controle

Utilizar ferramentas como planilhas é essencial para manter o controle sobre suas despesas e garantir que o planejamento esteja alinhado com seus objetivos. Uma maneira de fazer isso pode ser criando uma conversa de Whatsapp com você mesmo, para ir jogando os valores à medida que os gastos acontecerem: é um jeito prático e de fácil visualização.

4. Diversifique os meios de pagamento

A escolha da melhor forma de pagamento depende de diversos fatores, incluindo o destino, o perfil do viajante e o orçamento disponível. A seguir, analisamos os prós e contras das 4 principais opções disponíveis:

Dinheiro em espécie: É uma das opções mais acessíveis e práticas para pequenos gastos diários, como transporte, alimentação e lembrancinhas. Ele possui a vantagem de um IOF reduzido (1,1% atualmente), sendo a modalidade com a menor tributação na conversão de moeda. Porém, é necessário cautela devido ao risco de perda ou roubo. Para evitar problemas, leve apenas o necessário para despesas menores e distribua o valor em diferentes locais na bagagem e na carteira, respeitando as regras de transporte de valores do país.

Cartão pré-pago: É uma excelente ferramenta para quem deseja maior previsibilidade nos gastos, pois permite travar a cotação do dólar no momento da recarga. Além disso, é mais seguro que o dinheiro em espécie, já que pode ser bloqueado em caso de perda ou roubo. Contudo, é fundamental estar atento às taxas de recarga e saques, que podem variar conforme a instituição emissora, além do IOF de 4,38% vigente atualmente o que significa que uma compra de R$ 100 geraria uma taxa de R$ 4,38.

Cartão de crédito: Oferece praticidade e segurança, sendo indispensável para emergências ou compras pontuais durante a viagem. Entretanto, apresenta um IOF de 4,38% e o câmbio aplicado é o da data de processamento da compra, o que pode gerar valores inesperados devido às oscilações da moeda. Por isso, seu uso deve ser moderado. Alguns cartões oferecem benefícios como seguro-viagem e programas de recompensas, que podem agregar valor ao planejamento.

Conta global: Essa modalidade tem se destacado como uma alternativa prática e econômica para lidar com a alta do dólar. Trata-se de contas correntes que podem ser abertas ainda no Brasil. Geralmente, o processo é simples, pode ser realizado pelo celular e, dependendo da instituição escolhida, é gratuito. Com um IOF reduzido (1,1%) nas transferências, as contas globais permitem converter reais para dólares ou outras moedas com taxas mais competitivas. Além disso, possibilitam realizar conversões de forma gradual, o que ajuda a suavizar os impactos das flutuações cambiais. O saldo em moeda estrangeira pode ser acessado por meio de um cartão vinculado à conta, sendo ideal para compras e saques no exterior.

Antes de optar por essa modalidade, é importante verificar as tarifas de manutenção ou transferência cobradas pela instituição para garantir que seja uma escolha realmente vantajosa.

Qual meio de pagamento escolher? 

Entre os quatro meios de pagamento, o cartão pré-pago oferece maior controle financeiro ao travar a cotação no momento da recarga, enquanto o cartão de crédito é mais adequado para emergências ou compras pontuais, devido à sua praticidade, apesar da incerteza cambial. O dinheiro em espécie e contas globais têm a vantagem de garantir o câmbio no momento da compra, ao contrário do cartão de crédito, que depende da cotação no dia do processamento, adicionando incertezas.

Além disso, a troca em casas de câmbio reduz o IOF para 1,1%, representando uma economia em relação à alíquota de 4,38% aplicada aos cartões. Com o dólar em patamar elevado, adotar essa estratégia ajuda a equilibrar o orçamento durante a viagem.

A melhor abordagem é diversificar: leve uma pequena quantia em espécie para gastos menores, utilize o cartão pré-pago para despesas principais e mantenha o cartão de crédito como opção para imprevistos.

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5. Compre dólar aos poucos

Agora vamos a uma dúvida comum entre os viajantes: é uma boa ideia comprar dólar mesmo em tempos de alta? Sim, a compra de moeda deve ser feita de forma gradual, aproveitando dias de cotações mais favoráveis. Essa estratégia ajuda a diluir o impacto das flutuações cambiais, construindo um preço médio mais vantajoso e reduzindo a exposição a picos de alta.

Aqui está uma simulação que ilustra a compra mensal de 200 dólares entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024. A simulação também calcula o preço médio ao longo do período, demonstrando os benefícios da disciplina nas compras mensais.

Para a simulação, consideramos os seguintes pontos:

– Compra mensal fixa de 200 dólares.

– Cotações simuladas baseadas na cotação do dólar em cada um dos períodos.

– Cálculo do preço médio acumulado ao longo do tempo.

Mês Cotação do Dólar (R$) Valor Pago (R$) Acumulado em US$ Acumulado em R$ Preço Médio (R$/US$)
Dez/2023 5.30 1,060.00 200 1,060.00 5.30
Jan/2024 5.35 1,070.00 400 2,130.00 5.33
Fev/2024 5.40 1,080.00 600 3,210.00 5.35
Mar/2024 5.50 1,100.00 800 4,310.00 5.39
Abr/2024 5.60 1,120.00 1,000 5,430.00 5.43
Mai/2024 5.55 1,110.00 1,200 6,540.00 5.45
Jun/2024 5.70 1,140.00 1,400 7,680.00 5.49
Jul/2024 5.65 1,130.00 1,600 8,810.00 5.51
Ago/2024 5.80 1,160.00 1,800 9,970.00 5.54
Set/2024 5.75 1,150.00 2,000 11,120.00 5.56
Out/2024 6.00 1,200.00 2,200 12,320.00 5.60
Nov/2024 6.10 1,220.00 2,400 13,540.00 5.65
Dez/2024 6.20 1,240.00 2,600 14,780.00 5.68

Resultado da simulação:

– Total em dólares acumulado: 2.600 dólares.

– Total pago em reais: R$ 14.780,00.

– Preço médio final: R$ 5,68 por dólar.

Nessa simulação, conclui-se que o preço médio do dólar foi menor do que as cotações mais altas registradas no final do período. Isso ocorre porque o investidor aproveitou os meses iniciais, quando as cotações estavam mais baixas, diluindo o impacto das altas posteriores.

Dessa forma, a compra gradual de moeda estrangeira ao longo do tempo é uma estratégia eficaz para suavizar as oscilações do câmbio e evitar picos desfavoráveis, proporcionando maior controle sobre os custos. Além disso, essa abordagem protege o investidor de que sua viagem se torne inviável em caso de uma alta do dólar às vésperas de partir.

6. Invista até o grande dia

Investir o valor destinado à viagem em aplicações seguras e rentáveis é uma estratégia eficiente para proteger seu orçamento e maximizar seus recursos. O rendimento obtido pode ser usado para cobrir gastos imprevistos, como uma alta inesperada no dólar, despesas médicas ou até mesmo para complementar despesas com passeios, compras ou melhorias na hospedagem.

O Tesouro Selic, por exemplo, é uma opção de investimento em renda fixa considerada de baixo risco, ideal para objetivos de curto prazo. Ele oferece liquidez diária e acompanha a taxa básica de juros da economia (a Selic). A Taxa Selic, atualmente em 12,25%, deve continuar oferecendo uma rentabilidade atrativa para quem investe em produtos atrelados a ela, com expectativa de alcançar 15,5% em 2025.

Para ilustrar, ao investir R$ 10.000,00 a uma taxa de 12,25% ao ano, equivalente a atual taxa Selic, o montante acumulado ao final de 12 meses seria de aproximadamente R$ 11.000,00 líquidos, ou seja, já considerando o desconto de impostos.

Essa rentabilidade representa quase 1% ao mês, um percentual muito atrativo quando pensamos em taxas de retorno de investimentos, ainda mais se levarmos em consideração que, investimentos da categoria renda fixa tem, por característica, menor risco, o que pode equilibrar os impactos da alta do dólar, proporcionando maior tranquilidade financeira e flexibilidade para sua viagem.

Resumindo:

Com um planejamento financeiro cuidadoso e estratégias bem definidas, é possível minimizar os efeitos de um câmbio desfavorável e aproveitar a viagem internacional sem comprometer o orçamento. Adotar a estratégia de compra gradual de dólar, que permite construir um preço médio mais vantajoso, é uma excelente forma de suavizar as oscilações cambiais e reduzir os impactos financeiros.  Além disso, a diversificação dos meios de pagamento, o investimento em opções seguras e um orçamento bem ajustado oferecem a segurança necessária para transformar o sonho de viajar em realidade, com tranquilidade para aproveitar cada momento ao máximo.

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Fonte: viagemeturismo

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