Após meses de adaptação, as antas Pitanga, de 2 anos, e Tião, de 4 anos, que foram resgatadas e levadas para uma área de reserva no Sesc Pantanal, em Poconé, a 104 km de Cuiabá, estão finalmente se aproximando.
A anta Tião foi resgatada durante um incêndio que atingiu o Pantanal em 2020. Já Pitanga foi resgatada por agentes da Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente), ainda filhote. Foi encontrada com uma lesão traumática e perda de visão no olho esquerdo.
Até ser levada para Poconé, a fêmea ficou, por muito tempo, sob os cuidados Cetas (Centro de Triagem de Animal Silvestre) de Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá. Há cerca de dois meses, os especialistas avaliaram que a convivência entre os dois seria produtiva.
No entanto, em princípio, Tião não foi receptivo. Embora ele estivesse acostumados com a companhia de outros animais, não aceitou a presença da fêmea de sua espécie.
Um dos veterinários responsáveis pelo cuidado dos animais, Jorge Salomão, contou que, quando Pitanga chegou, os dois se estranhavam muito e Tião até chegou a persegui-la.
No entanto, com o passar dos dias, os dois estão ficando cada vez mais próximos e, de acordo com Jorge, têm feito quase todas as atividades juntos.
“Toda aproximação é difícil, ela é feita de forma lenta e gradativa, nós os colocamos juntos devagar e fomos observando. De umas quatro semanas para cá, onde um está, o outro está também. Eles interagem muito, dormem juntos, comem juntos. Esses dias precisei tirar ele do recinto para uma avaliação e ela ficou chorando”, revelou o especialista.
Jorge também explica que as antas são animais que tem hábitos solitários, mas Tião é considerado uma anta atípica, pois gosta da companhia de outros animais. O veterinário conta que isso ocorre porque Tião teve muito contato com outras espécies.
A aproximação entre os dois aconteceu de forma natural, sem nenhuma pressão, destacou ele.
Fonte: primeirapagina