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Turismo

Descubra por que turistar em São Paulo com chuva pode ser uma experiência incrível!

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São Paulo não é uma cidade de encantos mil e muito menos óbvios, mas é especialmente difícil achar beleza nos dias cinzas e chuvosos, como o fim de semana que passou. A cidade inteira estava aliviada com a caída da temperatura depois de uma sucessão de dias em que o calor chegou a cozinhar os cabos subterrâneos de energia, causando apagão e caos na região central.

A chuva chegou com força na sexta-feira, tinha tudo para ser um fim de semana de livro e no máximo cinema, mas naquele dia minha melhor amiga que mora no Rio fez o que os melhores amigos deveriam fazer sempre: chegou sem avisar. 

“Benedito Calixto?”, ela sugeriu. Feirinha e chuva não ornam. Vamos para o Centro. Combinamos de nos encontrar no Salão Dourado do Theatro Municipal, o lugar mais lindo de São Paulo para um café da manhã no fim de semana. Pedimos tostada com queijo de cabra e tomatinhos, café e panquecas americanas. Foi um café light e que depois se provou a melhor decisão pelo que estava por vir – não tínhamos plano algum, diga-se.

Salão Dourado do Teatro MunicipalSalão Dourado do Teatro Municipal
Salão Dourado do Teatro Municipal: melhor lugar para um café da manhã, faça chuva ou sol (FB/Viagem e Turismo)

Prefeitura, Casa Godinho, Martinelli

Saímos daquela maravilhosidade e pegamos o rumo do Viaduto do Chá. “O que é aquela florestinha lá em cima”, minha amiga perguntou apontando para o prédio da Prefeitura. Foi aí que me dei conta que ela nunca tinha andado no centrão. Que alegria poder mostrar o que pra mim é a região mais interessante da cidade.

Guarda-chuvas ao alto e atravessamos o viaduto. Ela amou ver o Anhangabaú vazio e na sequência até tentamos a visita guiada ao terraço da Prefeitura, mas já estava lotada. Dobramos à esquerda na Líbero Badaró e ali mostrei o prédio do Espaço Alto, que foi o lugar que serviu de pontapé para a Semana de Arte Moderna de 22 e que hoje tem recebido exposições e eventos (um deles foi um pocket show da cantora Letrux).

Vimos por fora o majestoso edifício vizinho, o Sampaio Moreira, e entramos na Casa Godinho, o lindo empório que ocupa o térreo desde 1924. Já estava quase na hora de fechar e a famosa empadinha de bacalhau tinha acabado – e a nossa fome também era pouca.

Casa Godinho: empadinha e nostalgiaCasa Godinho: empadinha e nostalgia
Casa Godinho: empadinha e nostalgia (FB/Viagem e Turismo)

Descemos mais um pouco até o Martinelli, que reabriu a visita ao terraço em comemoração aos 100 anos do edifício. A fila não tinha nem dez pessoas (repito: nem 10 pessoas!). Entramos e ganhamos um cartão (que só na saída descobri que era para registrar a consumação). O elevador é apertado, cabem seis pessoas mais a ascensorista, mas é uma subida rápida até o 26º andar. O espaço ganhou um bar com DJ, o visual do Centro é um arraso, mas o enquadramento mais interessante é o Farol Santander, o nosso Empire State e eterno Banespão.

A fila para subir no Martinelli em dia de chuvaA fila para subir no Martinelli em dia de chuva
A fila para subir no Martinelli em dia de chuva (FB/Viagem e Turismo)
Dois irmãos: terraço do Martinelli e Farol Santander ao fundoDois irmãos: terraço do Martinelli e Farol Santander ao fundo
Dois irmãos: terraço do Martinelli e Farol Santander ao fundo (FB/Arquivo pessoal)

SubAstor Bar do Cofre

Descemos e fomos espiar a entrada do Farol Santander e seu incrível lustre de 13 metros de altura e quase dez mil peças de cristal. Já tínhamos subido no Martinelli, a chuva não dava trégua e decidimos seguir.

Quando passamos pela porta do SubAstor Bar do Cofre, minha amiga saudosa do Astor de Ipanema tascou: “bora tomar um drink?” Descemos as escadas, fomos recebidos pela simpática Nicole que nos levou para uma mesa dentro do cofre. De novo, zero espera. Pedimos uma “besteira à milanesa”, que é um pão tostado, milanesa, queijo derretido e dividimos um drinque.

O barato do cofre é estar cercado por centenas de portinhas e gavetas que agora ganharam um novo uso: clientes escrevem recados em guardanapos e jogam na gaveta como se fossem garrafas ao mar – com a possibilidade de um dia voltar e reler. Escrevemos os nossos votos e, claro, bisbilhotamos: muitas declarações de amor eterno, mas tinha um “Palmeiras não tem mundial”.

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SubAstor Bar do Cofre: sinônimo de bons drinks (FB/Viagem e Turismo)
SubAstor Bar do CofreSubAstor Bar do Cofre
Bilhetinhos deixados em uma das gavetas do cofre: “Palmeiras não tem mundial” (FB/Viagem e Turismo)

Casa de Francisca: saideira perfeita

Ganhamos a rua e fomos em busca da Casa de Francisca, que já se tornou o acontecimento do ano no Centro de São Paulo. A Casa sempre teve uma curadoria de shows impecável no primeiro andar e agora passou a ocupar o térreo do mesmo edifício, o magnífico Palacete Teresa. O novo bar, que abriu em 8 de março, é um lugar que se abre para a cidade com toldos e mesas na calçada. E não para por aí. 

Minha amiga perguntou para uma atendente se tinha um DJ tocando porque a música estava alta e ela recomendou: desce no porão pra ver a banda. Descemos. Céus, que lugar! O porão é outro novo espaço da Casa de Francisca para shows intimistas que acontecem em um palquinho – e o público senta em arquibancadas como as no salão do primeiro andar. Ou fica em pé e dança, como fizemos.

Eram umas 5 da tarde, a festa estava de vento em popa e quem tocava era o Sexteto Sucupira, que manda muito, mas muito bem: bandolim, sopros, contrabaixo, percussões, bateria. Naquele sábado de Lolla, o show mais incrível da cidade acontecia em um porão para qualquer um que quisesse descer – e era quase um petit comité para os padrões paulistanos (confira a programação). Veja um trecho no vídeo abaixo:

Show petit comité do Sexteto Sucupira no porão da Casa de FranciscaShow petit comité do Sexteto Sucupira no porão da Casa de Francisca
Show petit comité do Sexteto Sucupira no porão da Casa de Francisca (FB/Viagem e Turismo)

Outra inauguração ali no pedaço é a Tem Umami, sorveteria que abriu no Copan e já virou um fenômeno. Talvez alguém se pergunte, e a segurança? Vi carros de polícia em quase toda esquina, grupos fazendo ronda. Ainda era dia quando abrimos o guarda-chuva e deixamos o Centro, doidos pra voltar. Volta logo, Pati. E, please, traga chuva.

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Fonte: viagemeturismo

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